Tenho trabalhado muito com o conceito de Tecnologias Cognitivas, que empoderam o cérebro em várias áreas.
Porém, acredito que um dos aspectos mais relevantes das Tecnologias Cognitivas, além de outros, é criar Tecnologias de Participação.
Tecnologias de Participação permitem que fronteiras culturais sejam rompidas.
Note que as organizações são estruturadas para tomar decisões por nós.
É uma terceirização de produção (de produtos e serviços) e de decisões públicas que a complexidade da sociedade nos obriga a terceirizar, o que antes era feito diretamente pelos cidadãos.
Assim, o DNA da governança, que define o modelo organizacional, é feito a partir das Tecnologias de Participação disponíveis.
Quando criamos a dobradinha capitalismo-república, na verdade, criamos um modelo de governança em que se atribui a terceiros o poder de decidir por nós um conjunto de atividades.
Escolhemos desde políticos até organizações, a partir do modelo e limites das Tecnologias de Participação disponíveis.
Assim, há uma relação de custo – benefício da forma de produzir e uma qualidade de decisões que passam a ser feitas, a partir da Governança de plantão, que é condicionada pelas Tecnologias de Participação.
Quando há um aumento demográfico, a qualidade das decisões tende a cair, pois cada vez menos gente passa a participar das decisões, há menos diversidade, e uma tendência de se reduzir o risco.
Aumenta-se gradualmente o custo e se reduz os benefícios.
A crise que vivemos hoje é justamente uma crise de Governança da Espécie, pois nossa Cultura de Participação é baseada nos modelos analógicos, que nos impedem de ter mais gente participando das decisões.
Os novos ambientes de participação digital, através de algoritmos, criam a participação de massa, em que se tem mais gente participando das decisões.
Um equívoco ao lidar com essa nova cultura é perceber essa migração e compreender que as organizações são filhas da Governança Analógica que era limitada pelas Tecnologias de Participação disponíveis.
O DNA das novas organizações que vingarão no futuro é a criação de uma nova Cultura de Participação, na qual as fronteiras culturais são rompidas e pode-se, via algoritmos, superar, sem perder o dinamismo, o modelo anterior.
Estamos criando uma cultura de participação mais compatível com a complexidade de 7 bilhões de habitantes.
É isso, que dizes?
[…] quando implantamos a nova Cultura de Participação 3.0 não estamos abrindo uma “caixa de sugestões digital” para as pessoas colaborarem, mas […]