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Populistas são como vendedores de biscoitos no sinal: oportunistas.

Vivemos um retrocesso no início deste século.

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Há um oceano de gente excluída pelas organizações de plantão.

O século passado, marcado pela concentração de ideias, criou taxas altíssimas de excludentes sociais. Vivemos, como no fim da Idade Média, no qual há centros de poder pouco preocupados com o conjunto da sociedade.

Isso gerou um oceano de pobres, carentes, sem esperança, que são “lenhas” fáceis para o fogo fácil de ideologias que prometem o paraíso na terra para o dia seguinte.

Assim, é tempo de populistas de todos os tipos.

Populistas são como vendedores de biscoitos no sinal: oportunistas.

Percebem as oportunidades de poder e investem nisso.

Assim, não haveria vendedores de biscoito sem engarrafamento.

Bem como, populistas sem miséria.

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Não é à toa que os vendedores de biscoito adoram e (às vezes) provocam engarrafamentos, bem como, populistas adoram manter a miséria viva.

Há, porém, dois tipos de populistas.

  • Os populistas sem uma ideologia totalitária – que passam mais facilmente no tempo;
  • E os populistas COM ideologia totalitária – que se perpetuam.

O totalitarismo é a característica de uma cosmovisão que:

  • – se julga superior a todas as outras;
  • – acredita que precisa de uma sociedade para chamar de sua;
  • – de que todas as pessoas na sociedade vão aderir àquela cosmovisão;
  • – e as que não aderirem não podem viver nela.

A característica do totalitarismo é a exclusão e a necessidade de precisar de um inimigo, geralmente com uma cosmovisão e resultados práticos mais eficazes.

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Há na cosmovisão totalitária sempre um traço de inveja e a defesa de que o mérito obtido pelo inimigo escolhido é indevido. Assim, se estaria reparando uma injustiça, eliminando o outro, pois ela não merece estar no posto que está.

Não quer dizer que não se tenha algo parcial de realidade nisso, mas isso pouco importa, pois o pensamento totalitário é binário e dual. Bem e mal, nós e eles, os fiéis e os infiéis, os que amam (nós) e os que odeiam (eles).

A base da cosmovisão é sempre a mesma.

A sociedade moderna procurou, e isso levou séculos, com a chegada de república criar uma sociedade de convivência de cosmovisões distintas.

Isso foi um avanço.

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Porém, o que enfraqueceu a república/capitalismo (gosto de chamar de empresismo) foram:

  • – a explosão demográfica, que foi justamente o resultado da própria república, um pico ascendente depois de 1800, vejam o mapa:

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  • – a concentração de mídia, que serviu como um organizador do caos, diante da explosão demográfica (lado eficaz da concentração);
  • – e a concentração de poder e narcismo organizacional, que nos levou mais e mais para a redução da diversidade social e o aumento radical das desigualdades (lado perverso da concentração).

O final do século passado, portanto, nos deixou o legado de um modelo republicano concentrador, que é um prato cheio para os fundamentalistas de biscoito de plantão pregarem o fim da república.

Ou seja, se defende uma volta ao passado, justamente por não termos tido ferramentas para superar as crises que os méritos republicanos nos legou.

Querem acabar com a única possibilidade que temos de sair, com um projeto que nos leva ao retorno da monarquia/clero, no qual o pensamento herético/não herético e inquisições eram e passariam a voltar a ser uma prática (veja Venezuela, discurso corrente do PT, Terroristas do Estado Islâmico, entre outros).

Uma Revolução Cognitiva é, assim, um ajuste sistêmico da espécie para poder reequilibrar a tomada de decisões, empoderando a sociedade, diante das organizações.

Porém, o modelo que vamos perseguir não é a defesa da república analógica, pois ela é incapaz de dar conta da nova complexidade.

Os movimentos progressistas, não fundamentalistas, não concentradores, precisam se apoderar das novas tecnologias para conseguir recriar o modelo, de tal forma a que a sociedade possa descentralizar o poder, sem perder o dinamismo, empoderando as pontas, tudo que os totalitários não querem.

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Este é o desafio que temos pela frente.

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