Acredito que temos cosmovisões, como detalhei aqui, coletivas e individuais.
Uma influencia a outra, porém, cria a diversidade que caracteriza a espécie humana.
A cosmovisão individual, acredito eu, é definida por alguns valores, mas principalmente pela relação que a pessoa tem com a morte e o legado que pretende deixar ou não deixar.
Uma pessoa hedonista é aquela que abriu mão de deixar um legado, seja de forma consciente ou inconsciente, pois não acredita, pela ordem, que haja vida depois da morte ou que a vida valha a pena para algo.
O aqui e o agora e os prazeres que a vida oferecem são suficientes, há um ceticismo em relação a qualquer mudança.
(Já percebi até que existem ceticismos tóxicos, que não só não acreditam em mudanças, mas fazem de tudo para que não ocorram para provar a sua tese.)
Do outro lado, existem aqueles que acreditam que estamos de passagem entre dois mundos e que há outro do outro lado e sua vida é regida por essa visão.
E ainda aqueles que não acreditam em vida após a morte, mas que querem deixar um legado, como uma “pegada” no mundo. (Talvez aqui esteja hoje grande parte das pessoas.)
O ser humano é o único animal que tem a consciência da morte, por antecipação. Os outros animais sabem que outro se perdeu e demonstram, em vários casos, a sua perda. Mas não tem um problema antecipatório com a morte.
Nossa existência é fortemente marcada pela relação que estabelecemos com a morte e define fortemente a cosmovisão individual.
Um dos maiores problemas que temos é que esse tema é pouco debatido e não se aprofunda com discussões abertas as cosmovisões das pessoas, que as levem a assumir de forma consciente a suas vidas.
Vou falar um pouco de como sinto e vejo a cosmovisão individual que não acredita no pós-morte no outro post. Que seria uma visão não religiosa, mas ética.
É isso, que dizes?