Toda vez que vou palestrar para professores, sinto no ar um clima de ceticismo.
Pensam eles:
“Lá vem mais um mané querendo falar de mudança na escola. Já foram tantos e nada mudou!”.
#Fato.
Porém, tenho argumentos que, de maneira geral, balançam esse ceticismo.
Vejamos.
A atual escola foi concebida a partir de 1450 com a chegada do papel impresso. Podemos, do ponto de vista das tecnologias cognitivas, dizer que a atual escola é a escola impressa. O modelo de produção escolar simula a cultura do papel impresso.
- Alguém produz o livro, distribui, ele é lido e absorvido sem alteração.
- O material didático é centralizado, fechado e repassado aos alunos, que têm que provar que o memorizaram.
- A cultural do papel impresso forma a cultura da escola.
Quando falamos em introduzir NOVAS tecnologias na escola, (pois quadro negro, giz, carteiras, livros, canetas e cadernos são tecnologias), estamos falando em introduzir uma nova cultura cognitiva.
Não se trata de introduzir tecnologia, mas uma nova cultura de aprendizado, coerente com:
- – um mundo muito mais complexo, formado por 7 bilhões;
- – que nos obriga dar mais poder para o cidadão, a ponta da rede;
- – e para isso é preciso aumentar a autonomia dos alunos.
Estamos diante do mesmo momento que criou a atual escola e, por isso, vamos começar o processo radical de mudança, introduzindo uma nova cultura, não uma nova tecnologia.
A nova cultura é a cara do mundo digital:
- – líquida;
- – mutante;
- – mais participativa.
Veremos que a solidez do papel impresso, que tinha graves limitações de mudança de texto ao longo do processo, vai possibilitar um novo modelo mais participativo.
O papel impresso nos obrigou a trabalhar por assuntos e disciplinas, pois era e ainda é impossível nesse modelo lidar com a criação nas pontas.
A massificação exigiu que o processo seja feito do centro para as pontas, de cima para baixo, com reduzido espaço de participação em sala de aula.
O estudo a partir dos problemas, que unificaria os conhecimento, precisa de tecnologias mais dinâmicas, que é a que temos agora.
Assim, estamos diante de uma nova Era Cognitiva, que inaugura de maneira geral uma nova cultura de intermediação na sociedade, da qual a escola sera reinventada.
Isso não pode ser feito dentro da atual sala de aula, mas em espaços separados, em uma metodologia própria de migração de culturas radicalmente distintas.
É isso, que dizes?
[…] Detalhei aqui por que a escola vai mudar. […]