Trabalhei aqui com a ideia que temos que superar as falsas especializações: informação, conhecimento, rede e comunicação. Tal abordagem em separado NÃO faz sentido em um mundo mais instável, onde temos forte contração cognitiva, No qual NÃO é possível estudar tais fenômenos em separado.
O mundo está parado, pois só alguns poucos produzem percepções, tomam decisões e o ego da maioria das pessoas foi se transformando em algo cada vez com menos independência no pensar e agir.
Ou seja, faz sentido tal abordagem em um mundo de baixa abstração, quando o marketing sofista define as teorias e as filosofias sem argumentos, apenas com repetição e fumaça.
É muito importante que assumamos que estamos vivendo em um resgate de um pensar e sentir com mais liberdade, que vai nos exigir um esforço grande de reconstrução do ego – mais aberto, filosófico e ético.
Assim, ganha-se muito se evitamos uma discussão eunuca e estéril da separação destes quatro fenômenos. É como se quiséssemos analisar um ovo, mas separando o tempo todo a gema e a clara.
Perde-se um tempo gigantesco para separar os “objetos de estudo”, pois esquecemos que toda a teoria e prática deve visar resolver o problema e não ficar perdido no estudo masturbatório dos objetos.
O binômio percepção-decisão facilita muito o problema, pois qualquer pessoa ou organização precisa apenas de dois fatores:
- – Percepção – tudo aquilo que você acredita, daquilo que tem disponível para acreditar e consegue refletir sobre;
- – Decisão – a decisão que você toma a partir do que você acredita.
Se a sua percepção é de baixa qualidade, ou seja, está mais longe da vida, dos fatos, a sua decisão tende a ser também de baixa qualidade.
(Nunca estaremos totalmente perto da vida, pois isso é impossível para nossa espécie. Ou seja não há percepção de máxima qualidade, é sempre uma aproximação. Sempre deve-se ler aqui percepção entre aspas. Veja aqui o conceito de miopia crônica do ser humano.)
E os resultados esperados vão espelhar a eficácia do aparato de produção da percepção construído por alguém ou por uma organização.
Qualquer organização/pessoa deve, assim, se esforçar de criar um aparato da percepção cada vez mais afinado com a vida para que as decisões subam de qualidade. E para isso é fundamental trabalhar com interação, usando o que há de mais sofisticado em termos de produção de percepções, no caso atual, plataformas colaborativas digitais.
A produção da percepção e tomada de decisões atual, fruto do fim de uma fase de contração cognitiva, é feita dentro de um contexto de baixa interação, de forma unilateral, o que pede e exige um ego com baixa capacidade de abstração, pouco ético e pragmático, muito pouco filosófico.
Isso reflete as atuais organizações narcisistas, que têm criado crises e mais crises para a sociedade com um aparato da percepção e de decisões de baixíssima qualidade.
Todo o esforço que teremos é criar, com as novas tecnologias cognitivas disponíveis, um novo ambiente com melhor qualidade de percepções e decisões e isso passa por mais diversidade.
Isso só é possível em plataformas digitais colaborativas, que podem se aproveitar dos novos recursos da colaboração de massa, através de algoritmos.
Este não é um processo de continuidade, mas disruptivo, uma nova governança radical da espécie.
Nossa espécie já obsoleta só conseguirá ampliar a qualidade das organizações quando dominar estes novos ambientes.
É isso,
que dizes?
Versão 2.0 – 15/11/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.