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Wikipédia – O termo neurose (do grego neuron (nervo) e osis (condição doente ou anormal)) foi criado pelo médico escocês William Cullen em 1787 para indicar “desordens de sentidos e movimento” causadas por “efeitos gerais do sistema nervoso”. Na psicologia moderna, é sinônimo de psiconeurose ou distúrbio neurótico e se refere a qualquer transtorno mental que, embora cause tensão, não interfere com o pensamento racional ou com a capacidade funcional da pessoa. Essa é uma diferença importante em relação à psicose, desordem mais severa.

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Para este blog, a neurose se caracteriza pela dificuldade de viver uma vida não repetida. Ou melhor, uma vida que ao se repetir nos leva a constantes sofrimentos já conhecidos, mas, inexplicavelmente, recorrentes.

A métrica da neurose seria, então, o sofrimento maior ou menor que uma pessoa vive na vida, a partir de suas próprias decisões, indecisões ou adiamento de decisões.

  • Uma enchente que arrasta uma casa não é uma neurose, apesar de causar sofrimento.
  • Optar por fazer uma casa no mesmo lugar, sem analisar se outra enchente é possível, talvez se caracterize por uma neurose.

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A neurose é um dos conceitos da filosofia-teoria epistemológica do inconsciente de Freud, que se divide em três campos epistemológicos:

  • Filosofia – o ser humano não é uno, mas duo, com uma subjetividade que ele não controla e nunca vai conhecer plenamente, que questiona o controle total da razão pelo humano;
  • Teoria – o Ego, o Id, o Superego e todas as forças que precisam ser analisadas para se conhecer melhor as doenças emocionais/cognitivas;
  • Metodologia – a psicanálise, que é a tentativa de, através do estudo do discurso do paciente poder identificar problemas e tentar ajudar a superá-los/administrá-los.

Podemos dizer, assim, que as teorias do inconsciente trouxeram ao mundo essa impotencialidade humana e, através da psicanálise, metodologia, destacou a necessidade do ser humano falar de si para o outro, seja um terapeuta, ou não, para se desconhecer menos, pois não haverá nunca o conhecimento completo.

Neste post, discuti um pouco a palestra de Ricardo Goldenbeg que defende que só é possível se desconhecer menos, através do diálogo com o outro. O conhecer passa sempre pelo outro, diz ele , pois o auto-conhecimento é uma ilusão, pois nunca vamos nos auto-conhecer sozinhos.

É como se precisássemos de uma parede externa para jogar nossa bola de desconhecimento subjetivo e, conforme a força, pressão, altura da volta da bola pudéssemos ter uma noção da nossa taxa de ilusão diante da vida.

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Isso vai um pouco na direção da discussão que fiz aqui que a realidade é uma verdadeira suruba, que não está em ninguém, mas na interação das diferentes percepções, que precisam entrar em contato para que possam se desiludirem mutuamente.

Assim, se ajuda muito:

  • ter o outro para nos conhecer;
  • trocar e conversar são elementos fundamentais para esse conhecimento (obviamente seguido de reflexão sobre essas interações).

Podemos dizer que uma sociedade que menos pode conversar é uma sociedade que tende a aumentar a sua taxa de neurose e de que o inverso também é válido: a ampliação da comunicação, não é suficiente, mas é um primeiro passo para que possamos reduzir a taxa de neuroses, pois teremos menos ilusões.

Assim, quando vivemos o ponto de maior contração do pêndulo cognitivo, na qual os canais se fecham, as pessoas passam de produtores a meros espectadores, podemos dizer que haverá uma taxa muito maior de neuroses coletivas.

E se estabelece uma relação entre o pêndulo cognitivo e as taxas de neurose da sociedade.

E isso vale para pessoas e organizações.

Versão 1.0 – 04/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

One Response to “Pêndulo cognitivo e as taxas de neurose da sociedade”

  1. […] Vimos aqui que essa concentração de canais provocou problemas objetivos e subjetivos na humanidade, principalmente a perda de singularidade dos indivíduos, que foram massificados. […]

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