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Versão 1.0 – 23/09/2013

Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

HUELLASBONA

Toda a produção da verdade em uma dada sociedade é feita utilizando-se um intrincado aparato tecnológico.  O objetivo é produzir um conjunto de verdades consideradas hegemônicas, que passam a servir de maneira geral para a tomada de decisões na sociedade, o que nos leva a caracterizar uma governança da espécie.

O modelo de construção da verdade atual é o mono-monoteísta impresso-eletrônico que está em crise pelo tempo de uso versus o aumento da complexidade demográfica.

Há várias mudanças em curso com a chegada de uma rede de construção de verdades baseado em outro modelo cognitivo. (Veja aqui os diferentes modelos.)

Quero chamar a atenção em especial ao item “verificação de consumo”.

Que é a possibilidade que temos de avaliar o tipo de uso de uma dado registro informacional, verdade produzida, por alguém.

  • Estamos saindo de um modelo em que há muito dificuldade de aferir esse tipo de consumo para um outro muito mais fácil.
  • De um modelo em que era muito difícil e caro colocar esse tipo de informação disponível para outro barato e mais fácil.

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Os rastros digitais que passam a ser possíveis em função das novas tecnologias cognitivas permitem que se passe a ter conhecimento do consumo mais próximo do real do que era antes.

Isso altera a produção da verdade e da tomada de decisões, pois a verdade sobre o uso da informação se altera, podendo-se conhecer aquilo que é mais ou menos utilizado, que é o que faz, por exemplo, o Google.

Tal mudança permite aferir com mais rapidez, eficiência e menor custo as verdades que estão tendo mais ou menos impacto na sociedade (ver mais sobre verdades e impactos aqui).

Não quer dizer que sejam verdades verdadeiras, apenas aquelas que estão sendo consideradas MAIS verdades pela maioria, o que já é um salto no modelo anterior, cuja as verdades eram construídas por círculos cognitivos de influência menores.

Podemos dizer que tal mudança amplia a diversidade das verdades produzidas, tornando-as menos afeitas aos interesses de um determinado círculo de influência, que estava empoderado por um longo tempo de uso do aparato da verdade na sociedade.

Há, assim, uma nova maneira de validar registros e pessoas, sofisticando e melhorando a qualidade das verdades circulantes.

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Podemos dizer assim que temos, sob o ponto de vista dos rastros informacionais:

  • O rastro impresso, por exemplo, já que a impressão permite a contagem de cópias era/é fortemente baseado no número de exemplares. Depois a academia passou a utilizar critérios de citação de autores. E os bibliotecários de livros mais emprestados, por exemplo.
  • O rastro eletrônico era/é feito pelo número de televisores e rádios sintonizados em um dado canal, algo que só poderia ser feito com um aparelho em especial ou pela coleta, via oral, pelo telefone;
  • O rastro digital  com a Internet que já sofistica bastante este processo, pois permite a validação dos cliques, do compartilhamento, dos comentários, dos downloads de um dado registro, das estrelas, do curtir e não curtir.

A Internet por se tratar de plataforma digital é a única que permite que a cada interação do usuário todo o movimento seja registrado, potencializando em muito, para quem desejar, como é o caso do Google, a disponibilização e seu posterior uso, a critério, para tomada de decisões.

Os rastros permitem a aferição das redes, dos canais, das organizações e indivíduos e a sua capacidade de interferir em um dado círculo cognitivo de influência.

O fato de existirem rastros não quer dizer que serão utilizados, o que vai variar da inteligência competitiva de cada organização e indivíduo nas suas atividades diárias.

O não uso ou o mal uso dos rastros mais modernos significa uma baixa taxa de competição do indivíduo e/ou da organização.

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A chegada de uma Revolução Cognitiva traz novos tipos de rastros meritocráticos e permite que seja feita um novo modelo mais preciso para decidir a influência de pessoas e organizações na sociedade, criando a possibilidade de aferir com mais segurança e por mais gente novas organizações e novos indivíduos.

É o que é feito hoje na Internet pelas organizações mais competitivas.

 

5 Responses to “A validação politeísta”

  1. […] Complexidade demográfica, mudanças cognitivas e na governança da espécie | Nepôsts – Rascunhos Compartilhados em A validação politeísta […]

  2. […] surgimento de novos rastros meritocráticos (conhecimento dos mesmos e uso) para validar os novos canais […]

  3. […] Um produto é uma verdade, mal ou bem construída, por uma dada organização, assim como um serviço, que vai tentar fazer com que seja aceita pelo conjunto da sociedade, através dos seus canais, bem como um texto filosófico. Um aparato tecno-cognitivo, entretanto, tem o seu círculo cognitivo de influência hegemônico, que é beneficiado e consegue influenciar e fazer valer seus interesses mais do que outros, por critérios mais ou menos meritocráticos. […]

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