Versão 1.0 – 03/09/13
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Tenho feito um exercício com todos meus alunos logo no início das aulas sobre o que é a realidade.
De maneira geral, colocam a realidade como algo tangível, atingível, por um lado, e as percepções de outro. Uma realidade a-histórica, fixa como o sol, fruto do fim da era monoteísta-impressa-eletrônica.
Já disse aqui que vivemos um momento particular na história da humanidade do fim da contração cognitiva rumo à expansão cognitiva (algo como um politeísmo-digital). Hoje, posso constatar que nossa taxa de abstração atingiu um número muito baixo. Encaramos a realidade de forma muito pouco crítica, apesar dos protestos em todo o mundo e em particular de junho 2013 no Brasil.
Se fosse a mim perguntado o que é a realidade eu diria que é uma verdadeira suruba entre:
- – os fatos;
- – as interpretações;
- – as percepções;
- – os interesses;
- – e os contextos.
Como vemos na figura abaixo:
Podemos dizer que a realidade é constituída de fatos interpretados em dadas percepções, a partir de interesses, em um dado contexto por cada pessoa ou um dado coletivo.
Assim, a realidade é tudo menos algo que possamos dizer que aquilo é a realidade.
Podemos dizer que é pouco provável que aquilo não seja um fato, dependendo muito do fato.
A morte de alguém é algo nessa direção, desde que o corpo esteja ali para ser visto e reconhecido.
É importante também analisar o contexto.
Hoje, com as ferramentas que temos, o momento que vivemos, com os pensadores de plantão (que nos dão uma taxa de qualidade de percepção) e com as mídias que temos, mais ou menos controladas e no momento sócio-político-econômico podemos ver algumas coisas que serão vistas de forma completamente diferente depois.
A suruba do real depende de muitas coisas, até mesmo de como acordamos ou vamos dormir, pois nosso humor de manhã pode ser um para um determinado fato e de noite outro completamente diferente.
Assim, o que podemos ter, como visão filosófica diante da realidade, é uma atitude de humildade e de completo respeito, pois o que hoje parece ser chão, amanhã é buraco e vice-versa.
Que dizes?
[…] Somos condicionados pelo ambiente, não gostamos de pensar com nossa própria cabeça, e esse modelo nos leva a sucessivas crises, que é justamente o momento em que nossos hábitos (de agir e pensar) se deparam com fatos da vida, que precisam de um novo entendimento. (Desenvolvo mais a ideia do que é a realidade aqui.) […]
[…] vai um pouco na direção da discussão que fiz aqui que a realidade é uma verdadeira suruba, que não está em ninguém, mas na interação das diferentes […]