Versão 1.0 – 19/08/13
Estava ouvindo o Pondé, filósofo, no Roda Viva, recomendo.
Lá pelas tantas, perguntam para ele sobre progresso. Há progresso, há evolução humana?
Ele diz que tecnologicamente sim, mas moralmente não.
É uma boa resposta.
Porém, tenho trabalhado mais sobre essa questão da relação e da necessidade do progresso, da demografia e com o melhor modelo da governança da sociedade. Diria que o progresso tecno-econômico sempre será proporcional ao tamanho da população.
Quanto mais formos, mais precisaremos de tecnologias, metodologias, da ciência. E que esse aumento, essa mudança vai afetar todos os setores da sociedade, econômicos, sociais e políticos, sendo o tamanho da espécie a principal referência para pensarmos a subjetividade humana e suas agonias, como gosta Pondé de citar Kierkegaard.
São poucos os filósofos/teóricos que estejam colocando para valer no radar a questão da explosão demográfica dos últimos 200 anos, de 1 para 7 bilhões.
O que deve chamar a atenção do pensamento filosófico é a questão da novidade da quantidade x tempo. Muito rapidamente saltamos de 1 para 7, o que nos traz uma disfunção gigantesca.Não acredito ser razoável que possamos falar do humano, da sua objetividade e subjetividade ignorando tal fato.
Vivemos não só o fato de sermos 7 bilhões no mundo, metade destes vivendo em megalópolis, mas o estranhamento que isso causa de forma muito rápida. (Quando eu nasci, em 1960, éramos 3 bilhões e hoje já somos 7.) Isso, a meu ver, é o principal fator de mudança tanto objetiva e subjetiva que, não pode ser ignorado.
Não podemos pensar o humano como algo não influenciado pelo seu corpo, as objetividades e o contexto no qual vive. Se analisarmos as principais crises que temos no mundo hoje, que motivaram, inclusive alguns cartazes dos protestos no Brasil, de junho de 2013, temos: a saúde, a educação, a mobilidade, a ecologia, a comida, a água, as neuroses pelos conflitos.
Todos são sintomas de um modelo de governança que se estruturou para um determinado mundo de 1 bilhão de habitantes na época da Revolução Francesa e que agora não se vê mais capaz de resolver os problemas.
Há um certo anti-Malthusianismo quando se fala de demografia.
Malthus escreveu sua tese sobre a fórmula das crises da sociedade por causa da demografia, por volta de 1800, motivado certamente pelo salto de de 400 milhões para 1 bi, que ocorreu, veja o quadro:
Temos que ter a mente aberta quando olhamos o pensamento de pensadores do passado.
Como podemos ver em vários deles, têm um problema que vem, diante de visões equivocadas dos anteriores. Ele dá um trato e sugere novidades. Malhtus pode ter acertado/se equivocado ao analisar o passado, como errado/acertado ao analisar o futuro. É preciso separar o que é podemos aproveitar de um lado ou do outro.
O que ele acertou e muito.
O ser humano adora sexo e isso vai dar problema, pois vamos crescer em proporções geométricas, enquanto nossa capacidade produtiva é aritmética. Isso para mim é cristalino. Viva Malthus!
Ele não teve recursos para estudar a inovação, que dá saltos para resolver o problema aritimética, criando uma inovação geométrica. A inovação é o “x” que faltava na fórmula de Malthus. Na falta disso e por uma visão aristocrática sugere, então, deixar os pobres sem assistência para morrerem à míngua e evitar o caos. Ou seja, não é à toa que foi rejeitado, mas de forma emocional e não filosófica-teórica-crítica.
Ou seja, ele pode ter acertado na entrada e se equivocado redondamente na saída (como acho que foi o caso).
O Malthusianismo deve ser visto com essa crítica, mas não se pode jogar o bebê junto com a água pelos canos da Cedae. Acredito que pensar o século XXI sem a questão demográfica é simplesmente tentar curar uma metástase sem procurar o tumor original.
Estamos dando aspirina para pneumonia.
A base da minha teoria sobre a nova governança da espécie, provocada pela chegada da Internet se estrutura por essa revisão Malthusiana, sem preconceitos e eu percebo que o pessoal vira o nariz. Fazer o que?
Que dizes?