As empresas precisam se redesenhar ao redor de um novo tipo de indivíduo, que sabe muito mais, que está mais conectado. Agora há um ‘homus conectadus’ na jogada – Silvio Meira, da coleção;
Versão 1.0 – 01/11/2011 – post em rascunho.
(Eram duas, mas amadureci que são três, a versão do “eram duas” pode ser vista aqui.)
Há uma certa confusão no ar.
Sim, são tantas as dificuldades de interpretação do cenário.
Vivemos um tempo em que o avião da histórica está voando muito mais rápido (e alto) e não temos como descer para fazer a manutenção. Tem que arrumar em vôo.
Temos praticamente três problemas:
a) consideramos que tudo que ocorre com a chegada das redes sociais é tecnologia;
Sim, mas tecnologia cognitiva desintermediadora com mudanças em toda a sociedade;
b) que é algo opcional;
Não, é inevitável, pois o ambiente cognitivo desintermediado não volta para trás;
c) que as mudanças que devem ser feitas são cosméticas, principalmente de comunicação.
As mudanças passam pela informação, comunicação e em processos. Os projetos atuais querem se limitar a comunicação, esquecendo das outras duas.
Entretanto, similar a outros ambientes informacionais baseados no livro, no telefone ou computador vivemos uma migração de ecologias informacionais de um ambiente mais intermediado e controlado de uma maneira mais centralizada para outro mais desintermediado com uma nova forma de controle (não se iluda que não há controle.)
Ou seja, estamos passando a ser homus redes digitalis ao invés de homus de massa du papel impressus.
Assim, é preciso categorizar as redes sociais nas organizações.
Acredito que ao falarmos em redes sociais digitais estamos falando de três ambientes distintos que se cruzam:
A rede social digital comunicativa – a mais fácil, evidente, a que está aí sendo implantada na sociedade. São redes que fazem com que os participantes se comuniquem de forma distinta. Exemplo: Twitter/Facebook, Lotus Connection (IBM) e ByYou (Totvs), tanto fora quanto dentro das organizações;
A rede social digital informativa – todos os registros que são produzidos pelas interações, que podem ser qualificados, não só pelos gestores do projeto, mas principalmente pela classificação dos usuários, seja de forma consciente (comentários/curtir/retuitar/dar estrelas), bem como de forma inconsciente, bastando clicar, criando um karma digital dos documentos. Ex: na Internet, veja como administram os registros do site download.com. Nas empresas, não conheço plataformas 2.0 para informação. (Alguém dá pista?)
A rede social digital produtiva – que incorporam os atores do processo na rede, fazendo com que os processo se modifiquem, eliminando atravessadores obsoletos para ganhar velocidade e agilidade. Na Internet, mercado livre, estante virtual, Ingresso.com, bancos on-line, imposto de renda on-line. Na Intranet: mudanças de processos automatizados pela rede social.
Como ando rouco de dizer a Internet veio ao mundo para resolver problemas produtivos, via inovação. E isso vai desaguar em grandes redes sociais produtivas, no qual clientes, fornecedores, acionistas, colaboradores estarão trabalhando no mesmo ambiente, sendo as redes sociais digitais informativas e comunicativas um apoio para essa principal.
Estamos colocando toda nossa energia nas mais fáceis de implantar para não enfrentar o desafio de mudar os processo. Lembra-me a frase do André na Dataprev, que me perguntou:
“Nepô, estes blogs corporativos são projetos de comunicação ou mudança de processos?”
Deveriam ser mudanças de processo, mas, por enquanto é apenas comunicação.
Nas redes sociais digitais produtivas que mudam de fato a organização o usuário vai encomendar o seu produto, via rede social, e aquilo será parte integrante do processo da organização.
Cada clique significará uma mudança na maneira de se produzir, não apenas de informar.
É a transformação de informação/comunicação em ação.
E esta é a passagem necessária para sair do estágio atual de querer entrar na rede social para transformar o negócio em rede social. Da empresa 1.0 para a 2.0, mais inovadora em rede digital.
Por isso, defendo tanto a discussão de tudo isso no planejamento estratégico, pois estará se discutindo o futuro da organização nesse momento, imaginando e projetando-se a migração de uma empresa hierárquica, baseada em um ambiente digital do papel, controlado para outro digital com outro tipo de controle.
Ou seja, qual é o projeto para se se entrar no novo Século XXI de forma competitiva.Que dizes?