Inovar é mudar – Nepô – da safra de 2011;
Inovar é a capacidade de uma pessoa ou de uma organização de repensar determinado processo e fazê-lo diferente, a partir dos fatos.
Ou seja, a inovação é um processo que lida com a nossa dificuldade de ver a realidade e alterar nossas ações, conforme nossos atos se tornam, de alguma forma, incompatível com os objetivos propostos.
Assim, há alguns fatores.
- As mudanças que ocorrem no mundo externo, já que a vida/sociedade/mercados/organizações são sistemas em mutação (mais gente, menos recursos, mais adensamento, novos riscos, novas oportunidades, novas descobertas);
- Nossa capacidade de ver a necessidade de mudança, a partir de uma análise do que está mudando e nossa capacidade de se adaptar a esse novo fluxo;
- E de realmente transformar essa percepção em ação, que é traçar um planejamento dessa percepção, transformando esse novo saber em ação.
Obviamente, que a inovação, assim, não é algo abstrato, pois a necessidade de mudança vai variar conforme cada caso, a partir do cenário que a pessoa ou a organização lida.
Uma empresa de telecomunicação terá que mudar mais rápido e constantemente do que uma que extrai ouro, que tem também a sua taxa de inovação, menos acelerada.
O mesmo vale para diferentes departamentos de uma mesma organização.
O jurídico é diferente da área de vendas, ou de novos produtos.
Assim, a inovação é uma taxa que varia conforme o ambiente que a pessoa ou a organização está inserida.
E perde o sentido em falar de gestão de inovação.
(Ou em sociedade do conhecimento em que a inovação é mais importante do que já foi antes. Ela é apenas mais rápida. Uma sociedade de inovação mais acelerada.)
Mas talvez seja mais eficaz se falar em gestão para a inovação.
Ou melhor ainda a gestão eficaz e adequada para a inovação necessária.
(O que chamam por aí de Open Inovation, que é inovar mais coletivamente que antes, pois a inovação também sempre foi coletiva, mas agora está se abrindo para outros campos.)
E não encarar a inovação como algo de pesquisa e desenvolvimento, mas que envolve a mudança de toda a organização.
Gestão de inovação e gestão de mudança é a mesma coisa com apenas nomes – e talvez livros e consultores – diferentes.
Para acabar, lembro que vivemos com o aumento da população (de 1 bilhão em 1800 para 7 bilhões em 2011) uma crescente taxa de inovação constante.
O que resultou, como tenho enfatizado aqui neste blog, o surgimento da Internet, que criou um outro cenário, acelerando tremendamente a taxa de inovação no novo século.
Ajustes são precisos, pois a taxa geral de aceleração mudou em todas as organizações que precisam operar no novo ambiente, que tem uma nova lógica de consumir e produzir a informação, que é a base de toda a inovação.
Quem quiser se aprofundar, sugiro ler os posts dessa categoria.
Que dizes?
PS – toco nesse assunto também neste curso/palestra que faço regularmente.
Nepô, ótimo post, ótimas imagens, ótimo conteúdo.
Voltando a participar do grupo de discussão, peço desculpa a ausência nos últimos dias tenho tido pouco tempo para pensar.
Me esclareça um ponto:
“Ou melhor ainda a gestão eficaz e adequada para a inovação necessária.”
Tenho até o momento a seguinte opinião sobre gestão x inovação.
A criação de um novo formato que se adapte melhor as necessidades momentâneas. Este, considero adaptação.
A inovação considero um processo de reflexão sobre as necessidades do Sir. Humano que acompanhe a capacidade de produzir tecnologia no momento.
Hoje se modifica muito, se adapta demais e se inova de fato tão pouco. Pouco digo, por ser insuficiente para as necessidades atuais.
Vejo a questão da gestão de inovação como uma visão de viabilidade comercial da inovação que muitas vezes limita o processo de inovação. Muitas vezes, não só a comercialização mas o uso de materiais não tão apropriados para a inovação e esse processo cíclico de aumento de lucro da inovação a desgasta a ponto de ser mais interessante comercialmente a adaptação do que a inovação.
A inovação sofre com a perspectiva circunstancial para a manutenção dos programas de inovação. A adaptação é mais barata e dá mais dinheiro.
Vemos marcas montarem celulares com as mesmas tecnologias, mudando essencialmente NADA. Mas o povo compra.
Finalizando:
“A inovação é o processo auto-reflexivo de enxergar somente na necessidade a possibilidade de melhoria, desconsiderando as dificuldades que nós criamos para melhorarmos nossas condições.”
Que dizes?
Um abração!
Bruno, se entendi bem o que você colocou, diria que temos a seguinte lógica:
Precisamos produzir para sobreviver;
Se aumentamos a população, precisamos produzir mais e melhor;
E produzir mais e melhor significa mudar como e o que fazemos.
Isso, ao meu ver, é a necessidade premente de inovação hoje.
Inovação, assim, não é reflexão é ação.
Refletir é uma parte, mas não o todo.
Para inovar é preciso ter uma gestão que facilite ao máximo e não complique.
É o que eu digo e você o que diz?
A lógica que queria chegar na dissertação é a de que a existência de gestão atrapalha o processo de inovar(inovar de VERDADE).
Porque que a gestão ainda está ligada às premissas comerciais e não as científicas.
Inovar com premissas comerciais acaba gerando(por parecer mais interessante $) “adaptações” da mesma idéia e isso não é inovação.
O que coloquei foi que a inovação exige ausência da premissa comercial o que ainda é falho na maioria das gestões que temos. Um exemplo disso é o mercado de telefonia móvel que por essa gestão de inovação com premissas comerciais empresas como a motorola, samsung, sony, lg e outras estão preocupadas com se “adaptar” ao mercado(continuando a vender) e nunca à inovar.
A apple inova porque tem premissa científica em sua gestão e as outras empresas correm atrás porque tem premissas comerciais.
E por falta de concorrência à altura da gestão a Apple continua com os preços absurdos. Enquanto as outras tentam superar com adaptações falhas de conceitos que a própria Apple inovou.