São as certezas, sobretudo as absolutas, que deformam e desfiguram a realidade – José Castello – da coleção;
O que é a tal da realidade?
Será que o Zeca Pagodinho tem razão?
Deixa a vida me levar?
Fizemos o exercício coletivo com o seguinte resultado:
Grupo 1:
A realidade é subjetiva. É o vivo, aquilo que eu vejo, percebo, sinto e me aproprio. É o que existe no mundo, tangível e intangível, consciente e inconsciente. A realidade não é UMA verdade. Ou não…
Grupo 2:
A realidade é um paradoxo
É atemporal
É produzida pela mente
Está constantemente em construção
É relativa a um contexto histórico, cultural e emocional
A realidade não cabe numa definição.
É algo que faz sentido para cada um ou para um grupo
A realidade não é.
Discutimos bastante. Posts vão acontecer ao longo da próxima semana e continuam na lista do grupo.
Dicas de autores que apareceram:
- Krishnarmuti (vejam videos no Youtube);
- Gleiser (vejam resumo que fiz do livro dele).
Que mais?
Quem ajuda a complementar?
Acho que o que mais “incomodou” foi encarar a realidade como o senso comum. Existem vários sensos comuns, aliás, alguns mais difíceis de “se livrar” que outros, por causa da tal zona de conforto.
Mas ainda fiquei confusa em pensar sobre o senso incomum… quando o alcançamos onde passa a estar a realidade? Vira senso comum e tudo novo de novo?
O senso comum é como um aquário. Tudo novo denovo acontece qdo há um senso incomum, ou seja, o aquário aumenta mas continua lá. Este processo será infinito enquanto dure. ou não! (after Caetano e colegas)
Marina, digamos que o senso incomum é a construção de um novo tempo que nasce brilhante e vai se ofuscando.
Um fato que deve ser pensando nesse caso é a questão da zona de conforto / desconforto.
A humanidade tem demonstrado que tende à zona de conforto (viver bem, criar os filhos, não se aborrecer…)
Quando algo quebra essa zona, pensa-se em mudar e se abre o espaço para que pessoas introduzam no mundo novas ideias, os sensos incomuns.
Sugiro ler o post sobre as 2 revoluções.
É um jogo.
Alguns filósofos e até revolucionários, defendem que a eterna vigilância, caso do Foucault que li ontem, enviado pela Dora, fala sobre estar sempre do lado dos que tem o senso incomum, não aceitam o mainstream.
Hoje, vivemos o desconforto de não conseguir viver em um mundo em que as pessoas vivem em tempo de informação que está acabando, por isso somos agentes de mudança para tentar levar o mundo par outro ambiente informacional, que já tem e terá seus novos sensos comuns, que hoje é incomum para a maioria.
Será que fui claro?
Beijos,
nepô.
Dora, gosto disso:
“O senso comum é como um aquário. Tudo novo denovo acontece qdo há um senso incomum, ou seja, o aquário aumenta mas continua lá. Este processo será infinito enquanto dure. ou não! (after Caetano e colegas)”
Sim, isso é o conceito do Gleiser.
Quem consegue ver um pouco além da parede do aquário introduz na sociedade um senso incomum, que quando todo o aquário se expande, passa a ser o senso comum, pois é água conhecida.
Ampliamos o espaço do aquário, ao mesmo tempo que aumentamos o lado de fora também. 😉
Quem quer ampliar o aquário, traz senso incomum.
Quem quer manter do jeito que está, investe no senso comum.
Por isso, agentes de mudanças trabalham com a primeira hipótese.
Mais uma coisa.
O senso incomum NÃO necessariamente é SÓ QUANDO consigo expandir o aquário, pois eu posso falar novidades para um grupo de pessoas, ser um cego de um olho só, numa terra de cegos.
Porém, há outros pensamentos mais amplos do que o meu – mais próximos das paredes do aquário – que para aquele micro-aquário é senso incomum, mas não para o macro-aquário.
Volto a perguntar, fui claro?
É um tema interessante, segunda posto sobre isso..com detalhes.
Taí a música toda (que citei ontem). É tb meu entendimento sobre um sensão comum/zona de conforto/ o que quem está no poder espera de nós
Corre desse perigo
Foge desse perigo
Luta contra a natureza humana
E se possível nega a tua natureza humana
Educa o desejo, controla a paixão
Esconde teu medo, segura a agressão
Amarra os instintos que turvam a visão
Aprende a ser um cidadão com roupa e civilização
Vigia malícia que é pra ninguém ver
Renega a maldade que existe em você
Tortura a verdade que é pra não doer
Aprende depressa a viver e rende de vez teu prazer
Guarda teus monstros, reprime a emoção
Saci, lobisomem, vampiro, ladrão
Ocupa teu posto, exerce a função
Escola e religião. Família, trabalho, nação
Pensa bastante no que vais dizer
Há livros na estante pra te convencer
Amordaça a vontade que vai contra a lei
Abafa os que são contra o rei. Abafa os que são contra o rei
(Mauricio Baia)