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Vejam o cartaz de página inteira que a ONG, AVAAZ.org

publicou no Valor hoje:

cartaz_valor

Mande uma mensagem para o presidente contra a execução!

13 Responses to “Contra a pena de morte de Sakineh!”

  1. s1mone disse:

    Penso agora em quantas mulheres são mortas no Brasil diariamente por causa de políticas públicas equivocadas ou omissas. Abortos e outros procedimentos em clínicas ilegais, violência doméstica, homofobia… Vamos salvar a vida de uma mulher, mas podemos fazer desta uma oportunidade para pensar em todas as sakineh do país.

  2. Carlos Nepomuceno disse:

    Simone, pensando ainda sobre essa questão, fiquei revendo o posicionamento do nosso presidente Lula ao dizer que:

    “Tenho que respeitar as leis de um país”.

    As leis de cada país devem estar coerentes com os código de Direitos Humanos estabelecido pela sociedade como parâmetro para que possamos viver em um planeta redondo.

    Não se admite mais escravidão, exploração de crianças, nem penas de morte por atos como o adultério.

    As leis de um país devem estar atreladas ao que se chegou de consenso como código de conduta humano, pois o que ocorre no Irã passa a existir nesse mundo, aquela mulher, antes de ser Irâniana é uma pessoa, num século em que todos sabem de tudo.

    Inclusive nossos filhos.

    Nessa lógica, em 1942, Lula também poderia dizer que os campos de extermínio não eram com ele, pois:

    “Tenho que respeitar as leis de um país”.

    E só estamos aqui hoje por que milhões de pessoas morreram na II Guerra por não querer dizer justamente:

    “Tenho que respeitar as leis de um país”.

    Como também quando a ditadura no Brasil mandou matar vários amigos do presidente, alguém lá de fora poderia te dito:

    “Tenho que respeitar as leis de um país”.

    E veja que conseguimos superar a ditadura, pois vários países e pessoas não pensaram assim de forma tão mesquinha.

    Esse discurso:

    “Tenho que respeitar as leis de um país”.

    É coerente em hábitos (qualquer um) que respeitem de maneira geral as leis de Direitos Humanos que devem reger todos os países.

    E acho que o Brasil, principalmente o Lula que tentou procurar o diálogo com o Irã, certo ou errado, tem papel fundamental em trabalhar para questionar a morte dela ou daquelas pessoas condenadas ao mesmo destino (são várias).

    Ele mais do que todos os outros países ocidentais criou um canal, o que aumenta a sua responsabilidade.

    Vejo por aí, como você pode ver aqui o que esse tipo de pensamento nos leva:

    Mauricio
    04/08/2010 às 9:15
    Meuuu, que se dane essa mulher. Que morra. O Brasil primeiro tem que resolver seus problemas internos e daí se preocupar em se intrometer em outros países. Isso é problema do Irã, dessa mulher e dos cornos envolvidos.
    http://www.dgabc.com.br/News/5824252/lula-e-emotivo-diz-ira-sobre-a-oferta-de-asilo.aspx

    Ou seja, no momento em que outro ser humano pode sofrer o que quiser, pois não é comigo…começamos a chocar o ovo da serpente, que já deu muitas cobras na história.

    E o pior que vem de cima para baixo a ideologia do deixa para lá, que o negócio não é comigo.

    E quando for?

    Morrem milhares de mulheres no Brasil por falta de Estado, veja o caso Bruno no qual o Estado está agindo apenas por pressão da mídia.

    Se fosse pobre…

    Porém, o nosso Estado (que falta) não manda matar POR LEI mulheres que têm bebês com jogadores de futebol.

    Se existir um no mundo, estará contra o que avançamos enquanto espécie.

    Graças à declaração dos direitos humanos, que conseguiu o fim da escravidão e evitar a morte de tantas pessoas nesse país (como as escravas, pelas quais o senhorio era dono da vida e morte).

    Quando o nosso presidente diz que:

    “Tenho que respeitar as leis de um país”.

    Ele está sendo falso, hipócrita e está urinando sobre a cova de muitos brasileiros que morreram – quase apedrejados – para torná-lo presidente e justamente que não diriam nunca que:

    “Tenho que respeitar as leis de um país”…

    Eram humanistas que deram sua vida para que nunca um representante deles pudesse dizer:

    “Tenho que respeitar as leis de um país”…

    Não se pode conceber nosso representante maior aceitar e achar normal um país que manda apedrejar até a morte uma viúva, por que ela fez apenas amor com outros homens.

    Ainda mais por meios de “Pedras ñ podem ser grandes, pois deve sofrer e ñ morrer logo; nem pequenas, porque demoraria muito”:http://bit.ly/9Pzhq1

    Concordas?

  3. Há companheiro que faz ouvidos de mercador diante do mensalão do PT e diz que não sabia de nada, há companheiro que permite que seus asseclas quebrem o sigilo bancário de uma pessoa simples do povo e diga que a acusação é injusta e ainda garante que ele se mantenha no poder, há companheiro que promete aumento do salário mínimo e no ano seguinte de sua posse volta ao lugar onde prometeu e chora dizendo que não poderia dar o aumento, há companheiro que faz seu filho setornar um empresário empreendedor na área de comunicações e ainda torna essa empresa a responsável pelo direcionamento da internet no país, há companheiro que permite que várias de suas companheiras de partido no PT que empunharam a bandeira do partido durante anos, deixaram suas famílias apreensivas com o que poderia acontecer com elas e hoje permite que sejam tiradas do partido por que elas mesmas expuseram que o PT que estava no poder não era mais o PT que queria o poder…enfim… Acho desconexa essa atitude do presidente que permite que se faça uma execução sumária de desrespeito aos direitos humanos, que fundamenta nossa constituição, e que também mantem relações tão próximas e cheias de sorriso com o Fidel Castro, que mandou matar tantas pessoas durante o exercício de seu poder ditador, contrário aos nossos… etc etc etc

  4. Mônica Couto disse:

    Peço emprestadas as palavras de Egar Morin para fazer meu comentário:
    “ A palavra compreender vem do latim, compreendere, que quer dizer: colocar junto todos os elementos de explicação, ou seja, não ter somente um elemento de explicação, mas diversos. Mas a compreensão humana vai além disso, porque, na realidade, ela comporta uma parte de empatia e identificação. O que faz com que se compreenda alguém
    que chora, por exemplo, não é analisar as lágrimas no microscópio, mas saber o significado da dor, da emoção. Por isso, é preciso compreender a compaixão, que significa sofrer junto. É isto que permite a verdadeira comunicação humana.
    A grande inimiga da compreensão é a falta de preocupação em ensiná-la. Na realidade, isto está se agravando, já que o individualismo ganha um espaço cada vez maior. Estamos vivendo numa sociedade individualista, que favorece o sentido de responsabilidade individual, que desenvolve o egocentrismo, o egoísmo e que, consequentemente, alimenta a autojustificação e a rejeição ao próximo.
    A raiva leva à vontade de eliminar o outro e tudo aquilo que possa aborrecer. De certa maneira, isto favorece ao que os ingleses chamam de self-deception, isto é, mentir a si mesmo, pois o egocentrismo vai tramando sempre o negativo e esquecendo dos outros elementos.
    A redução do outro, a visão unilateral e a falta de percepção sobre a complexidade humana são os grandes empecilhos da compreensão. Outro aspecto da incompreensão é a indiferença. “
    (Extraído do texto de Edgar Morin – Os setes saberes necessários à educação do futuro, no link
    http://tudosobre.com/concursos/3/MORIN,%20Edgar%20Os%20Sete%20Saberes.pdf)
    O livro, de mesmo nome, deveria ser lido sempre, por todos nós:
    Morin, Edgar – Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro 3a. ed. – São Paulo – Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2001

  5. Carlos Nepomuceno disse:

    João e Monica, valeu!

    Complementaram bem.

  6. Tenho dúvidas…

    É claro que a trajetória do Lula é justamente de alguém que se atreveu a não respeitar as leis do próprio país quando elas não lhe pareceram justas.

    Revolucionários ou pelo menos “vozes dissonantes” como bem coloca Denise Stocklos são elementos vitais para a evolução da nossa civilização, mas…

    Na posição de presidente de um país não sei se é correto se colocar contra as leis de outro país.

    Temo que um país comece a querer impor sua moral a outros, obrigando-os a ir contra sua própria alma. Conhecemos bem a arrogância dos fundamentalistas religiosos ou ateus.

    Por outro lado concordo plenamente que temos que abraçar globalmente os direitos humanos e os princípios do humanismo: a pena de morte deveria ser abolida em todas as suas formas, mais ainda o terrível ritual do apedrejamento.

    Como disse a @S1mone: que aproveitemos esse triste episódio, tenha o fim que tiver, para refletir sobre golpes irracionais que damos contra os direitos humanos sem ao menos perceber por estarmos tão acostumados.

    Preciso acrescentar que não concordo que nossa civilização esteja se tornando mais egoísta afinal o próprio desconforto generalizado com o nosso egoísmo demonstra nossa intenção de seguir outro caminho. Além disso aumentam diariamente os casos de empatia por outras culturas como nesse caso mesmo da mobilização internacional para salvar essa moça.

    A essa altura resta-me afastar as dúvidas de lado e somar minha voz às outras que pedem a interferência do nosso presidente: precisamos chegar a um acordo global a respeito dos direitos humanos.

  7. Carlos Nepomuceno disse:

    Roney, note bem quando você diz:

    “Temo que um país comece a querer impor sua moral a outros, obrigando-os a ir contra sua própria alma. Conhecemos bem a arrogância dos fundamentalistas religiosos ou ateus.”

    O mundo é uma espécie de condomínio que alguns parâmetros vão sendo construídos como avanço da humanidade. Na guerra, há, como você deve ter visto em filmes, a convenção de Genebra que garante direitos a todos os prisioneiros.

    Ou seja, se alguém sair desse parâmetro, arrisca mesmo em tempo de guerra a ser chamado a um julgamento internacional, pois ele pode matar no campo de batalha, mas não pode matar quem se rendeu ou está preso.

    Veja a gritaria, inclusive, contra a prisão de Guantanamo dos EUA em Cuba!

    São leis e normas que regem todas as fronteiras e não foram conquistadas por meia dúzia de ativistas malucos, mas em cima do sangue, suor e lágrimas de muita gente, começando na Revolução Francesa, hoje estamos na 4 geração dos direitos humanos.

    Ou seja, a intromissão em outro país, seria uma invasão, que não é o que se defende, mas uma posição política, dentro dos termos da diplomacia, para que um país como o Brasil, que tem um papel importante junto ao Irã, reveja esse tipo de conduta, que é contra os conceitos mundiais vigentes do direitos humanos.

    Os EUA manipulam isso, sim, manipulam, mas o mundo precisa de regulações internacionais para criar parâmetros.

    Não se questiona que um povo coma em pé, que um homem tenha 80 mulheres ou vice versa, mas quer se impedir que meninas sejam mutiladas do seu clitóris, como é o filme que passou recentemente da modelo.

    http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/07/e-impossivel-descrever-dor-diz-modelo-sobre-circuncisao-feminina.html

    Ou sejam apedrejadas até a morte por terem feito sexo.

    O discurso que é o problema de outro país, é falso, pois esse tipo de crime internacional é contra o que a maioria dos países estabeleceu como parâmetro mínimo humano de vida.

    E é isso que todos os humanistas devem procurar defender, seja de que lado for.

    É disso que se trata, acho que dúvidas se pode ter, mas é preciso separar o joio do trigo, pois apesar de se respeitar tradições, não se pode deixar de tentar garantir que os direitos humanos sejam cada vez mais presentes em cada vez mais lugares para cada vez mais gente, no caso agora, para essa moça que está na última semana de vida, conforme se promete cumprir a sentença até quarta,

    concordas?

    Nepô,

  8. Na verdade nem preciso ser convencido, só tenho algum receio dos excessos, mas nesse momento, quando testemunhamos tantos absurdos o preço dos possíveis excessos me parece irrelevante.

  9. Benedito F. Oliveira disse:

    Meu caro Nepomuceno, esse buraco é mais embaixo do que supõe a nossa mais santa indignação.
    Nenhum Chefe de Estado, dentro de suas prerrogativas institucionais e diplomáticas normais, pode se vestir de cavaleiro do bem e da justiça e sair pelo mundo repreendendo quem ele acha que é do mal e que infringe os direitos humanos. Mesmo supondo que alguém queira fazer isso, como é que ele vai encarar, por exemplo, a China e os Estados Unidos ?
    Um grande abraço para você.

  10. Carlos Nepomuceno disse:

    Benedito, imagina se quero isso….

    Basta, na pressão que está sendo feita, o governo brasileiro como já fez ontem mandar uma carta oferecendo o asilo para a moça.

    http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/08/09/itamaraty-afirma-ter-feito-proposta-formal-para-receber-iraniana-condenada-morte-por-adulterio-917361509.asp

    Ou como vários chefes de estados que acionaram seu corpo diplomático mostrando o desagrado em relação a uma situação tão fora de propósito.

    Ou a pressão de vários movimentos em todo o mundo cobrando posições de seu governo, um exemplo:

    http://www.simcoe.com/community/barrieinnisfil/article/858474

    “Ruttan encourages Barrie residents to show up and learn more about Ashtiani’s plight. There will also be postcards of support to be signed and sent to Ashtiani at Tabriz prison, and letters heading to Iranian and ———> Canadian authorities <----------urging them to act on her behalf." Neste caso, não podemos deixar de cobrar do atual governo, em função de ser o único país ocidental com trânsito no Irã, vide página inteira do Valor acima. Os fatos são conjunturais, não se quer que o Brasil tome partido sempre de forma mais enfáticas, mas agora, em função de sua posição estratégica, é isso que a ONG de fora sacou. E, em termos normais, posições sempre em defesa dos Direitos Humanos, seja onde for. É isso que se espera de um governo dito progressista, ou não é? Por fim, te pergunto: não fazer nada?

  11. Carlos Nepomuceno disse:

    Este texto complementa esta ideia, partindo do mesmo ponto de vista, indo até mais fundo:

    http://www.eagora.org.br/arquivo/uma-renda-tao-fina/

    Destaco:

    Dura lição: a civilização é essa renda fina que com facilidade se rompe e vira pano de chão.

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