Acabou-se o tempo em que a formação de opinião era de cima para baixo – Duda Mendonça – da minha coleção de frases;
Tá todo mundo falando em olhar para as redes sociais, certo?
Temos que nos preocupar com que “eles” estão falando.
Ok, sem dúvida.
Mas, aos poucos, baixando a poeira a galera vai se conscientizando que tomada não é pomada.
A rede é vasta.
E nem tudo que cai na rede, é peixe.
Pode ser bagrinho.
Conversando com o responsável pela interação com os leitores do Globo, Paulo Musoi, entrevista que fiz para a minha pesquisa de doutorado, que vai sair em breve no blog, ele me disse algo assim:
“Tem muita informação indevida dentro do site do jornal, mas como ninguém lê ou acessa, não nos preocupamos”.
Este é o espírito de um mundo que sai da escassez para a abundância.
Antes, qualquer notícia tinha relevância, repercutia, pois os meios eram poucos.
Hoje, as notícias são muitas, os meios são muitos. E só importa o que for filtrado para cima.
Escolhido pela massa.
Foi o que sacou o pessoal que está tentando monitorar redes sociais.
Na Direct Labs, a ideia é monitorar as redes sociais, definindo um manual de “o que fazer” em cada caso. “Se um volume grande de mensagens com reclamações for detectado em um determinado período de tempo, qual ação deve ser tomada? Ativar a área de atendimento ao cliente? Avisar os diretores da empresa? Todos os cenários têm que ser desenhados”, diz Diego Monteiro, consultor de redes sociais da Direct Labs. A companhia desenvolveu um software, batizado de Scup, para a tarefa de monitoramento.
Ou seja, só é relevante aquilo que bomba, que se multiplica, o que não é, não tem valor.
Isso em absoluto não é uma forma nova de manipulação, pois já disse e repito que empresas 2.0 terão que deixar de ser pinóquias e dizer a verdade, de verdade, como sugere Kotler.
Mas que existem verdades mais verdadeiras, que impactam na massa de consumidores e aquelas que devem ser relevadas.
E mais de que nem todo o reclamante ou cara que sugere tem o mesmo peso na rede.
Vais se construindo uma visão de que é preciso monitorar para separar o joio do trigo, como defendeu a Lucy Kellaway do Financial Times em matéria,reproduzida pelo Valor.
Não há mais sentido em tentar administrar sua reputação na internet. É tarde demais. Esqueletos estão saindo dos armários e em desvario pela internet, e qualquer pessoa pode dizer o que quiser sobre uma empresa ou uma pessoa sem medo de ser corrigida. Logo a coisa vai ficar ainda pior: um site dedicado a espinafrar pessoas será lançado no moldes do Yelp – que permite aos consumidores criticarem empresas sob o manto do anonimato -, de modo que haverá um lugar para que nós possamos ler todas aquelas coisas indecentes (e as menos indecentes) que uns tem a dizer sobre os outros.
Isso tem importância? Na verdade não, disse recentemente o editor do blog Tech Crunch. Ele afirmou que nossas reputações on-line podem ser bestas descontroladas, mas são bestas desdentadas: elas na verdade não podem nos machucar. Para conferir essa teoria, fiz algumas pesquisas sobre um homem que construiu uma reputação muito boa fora da internet: Jesus Cristo. Infelizmente, sua presença na rede contém muita coisa preocupante para seus consultores de relações públicas. Se você pesquisar ” Jesus ” no Google, o primeiro site que aparece é o Wikipedia, que nos diz que ele foi uma das figuras mais influentes da história e que há exatamente 1980 anos pode ter ressuscitado.
Ela lembra que nem tudo que sai, deve irritar a pessoa, ou a empresa.
Ou seja, deve-se levar em conta principalmente o relevante, deixando o poder superior da inteligência coletiva definir.
E, em com mais vagar, analisando o resto.
Ou seja, não é sair que nem um louco monitorando tudo, nem deixar de monitorar, mas ter ferramentas que coloquem o peso de cada sugestão e ir resolvendo por ordem de prioridades.
Outra atitude sábia é incluir os caras que tem peso – que podem dar carteirada 2.0 – mais e mais para conversar nas macro-estratégias.
(Como prevejo, os consumidores serão acionistas e os acionistas serão consumidores, tudo na mesma grande plataforma de redes sociais que estamos nos metendo.)
E assim caminha a humanidade..(2.0).
Que dizes?
Algo que li faz algum tempo atrás dizia que mesmo que uma empresa não tenha um site ela tem presença na web. As redes sociais estão aí para provar isso e quanto antes as empresas e marcas “se mancarem”, maior será a chance de monitorar a sua existência na rede! Não só para monitorar e “apagar os incêndios” mas também melhorar os serviços, ajustar os produtos, enfim, se posicionar frente ao consumidor!
Parabéns Nepo, mais um belíssimo artigo!
Abraços!
😉
Valeu Cris!
Muito bom. Vou ler outros artigos depois. Será que na sua lista de livros tem McLuhan? Vou ver no link aqui do ladinho –>
Ah, não tem, mas tem o Peter Burke. Muito bom, vou ler tudo. Abraço!
André, estou lendo McLuhan e um outro bom Innis, mas não coloquei ainda na bibliografia…
valeu a visita
Nepô
Eu usei bastante McLuhan no meu mestrado, se quiser discutir alguma coisa, estamos às ordens!