Todo mundo quer descobrir como enlatar a criatividade, mas ela vem da liberdade e não do controle – George Buckey, presidente da 3M – da minha coleção de frases;
No artigo da Revista HSM – 79, Web 2.0 = Gestão 2.0, (exige-se senha) Srinivas Koushik, lança um termo interessante:
“Os bancos de dados em rede são mais mais eficientes, mas bem diferentes dos bancos de dados hierárquicos”.
Tenho começado a trabalhar com este conceito, pois acho que caiu como uma luva para o trabalho dos agentes de mudança.
Vamos entender o que seriam estes diferentes bancos de dados, que acredito que temos três hoje em paralelo por aí:
- O banco de dados hierárquico isolado, fora da Internet ou da Intranet;
- O banco de dados hierárquico na Web, ou disponível na Intranet;
- O banco de dados em rede colaborativo na Web ou na Intranet.
É bom não confundir o fato de um banco de dados estar disponível na rede, ser um banco de dados em rede colaborativo.
(Este, aliás, é o grande erro das empresas que fingem que estão no mundo 2.0, pois ficam com banco de dados hierárquicos, maquiados de colaborativos!!!)
O blog do Planalto é um banco de dados na Web, pois está na Internet e apenas os administradores podem colocar conteúdo, ao estilo antigo – hierárquico.
Assim, um banco de dados em rede é aquele que os usuários que o acessam podem, a partir de alguns critérios estabelecidos pelo administrador, incluir informações.
E neste caso teríamos algumas variações:
- Banco de dados em rede de acesso coletivo dos dados de todos – o exemplo melhor é um blog, em que os comentários serão incluídos no banco de dados e todos podem acessá-lo;
- Banco de dados em rede de acesso individual dos dados de cada um – o melhor exemplo é o banco de dados de um banco on-line que o usuário pode alterar seus dados, mas, porém, só ele vê o que alterou, pois é algo privado.
Podemos ter ainda nessa distinção, uma alteração por tipo de alteração.
- Banco de dados em rede de alteração no texto original – é o caso típico dos modelos Wikis;
- Banco de dados sem alteração no texto original – um blog entra nessa categoria, pois pode-se comentar, mas não mudar o texto do blogueiro.
Essa definição resolve, de certa forma, uma inquietação dos meus alunos do MBKM, que estava agoniados para saber como começar a passagem do 1.0 para o 2.0.
Na verdade, o coração da mudança – de fato – sem fumaça – é a passagem gradual das bases de dados hierárquicas para as que estão em rede (colaborativa) para agilizar e facilitar o processo de incorporação de conhecimentos de cada registro.
Ou seja, uma empresa não pula do 1.0 para o 2.0, mas vai a cada situação, a cada novo projeto, analisando como pode ir migrando as suas bases de dados, que não permitem a colaboração para as que permitem.
Potencializam, assim, a capacidade de cada usuário passivo e teoricamente chamado de burro (pois não tem nada a contribuir), ir, a cada acesso, podendo também melhorar aquele conteúdo, a meu ver realizando a verdadeira “gestão do conhecimento”, que é basicamente “desenburrecendo” pessoas e processos.
O problema da implantação de bancos de dados em rede colaborativos, é de que há uma mudança de cultura no âmago da produção do conhecimento, o que significa perda de controle – e por sua vez – poder.
Porém, a nova sociedade – com 7 milhões de almas – exige velocidade e um banco de dados hierárquico é algo que precisa ser implodido aos poucos, restando muito pouco espaço para casos muito particulares.
(Nossos netos vão rir muito deles.) 😉
Ou seja, teremos uma inversão.
Hoje, temos nenhum ou quase nenhum.
E ao final da passagem de um mundo 1.0 para o 2.0, teremos todos em rede colaborativo e praticamente nenhum hierárquico.
É disso que se trata a mudança!
Mas não se deve começar massivamente, pois há necessidade de um trabalho de salto cognitivo, sugerindo-se criação de protótipos bem acompanhados, discutidos e monitorados.
Tudo é uma revolução, mas a passagem se dará, através de pequenas reformas.
(Vou comentar genericamente depois a implantação de um call center 2.0, que é basicamente a passagem de uma base de dados hierárquica, na qual ninguém altera o conhecimento acumulado para outra que todo mundo pode melhorá-la.)
É isso, que diz você?
[…] Vi no excelente blog do nosso amigo Nepôsts – Rascunhos Compartilhados […]
[…] Comments « Os 3 banco de dados […]
Nepô,
Na minha visão existem bases de dados 1.0 que precisam continuar a ser 1.0. Se não, como fica a segurança da informação? Há dados que não podem ser manipulados, como no meu caso específico dados de processos, andamentos, prazos. O mais próximo de 2.0 que vejo seria termos campos para comentários, e os dados que não podem ser alterados estariam desabilitados para o úsuário comum (perfil de acesso). Mas isso na verdade já existe. Você citou os bancos em que as pessoas alteram seu perfil, mas logicamente não terão acesso para alterar seu saldo… Como também os banco de dados de tribunais, por exemplo. Vamos poder alterar uma sentença?
Sinceramente, não consegui enxergar o 2.0 nesse modelo. Só me parece possível para bancos informativos, um nincho. Me esclareça!
Abs
Exemplos de problemas de banco de dados 1.0 que poderiam migrar para 2.0, resolvendo graves problemas sociais:
Gilmar: diminuir número de processos é desafio
http://clipping.tse.gov.br/noticias/2010/Abr/23/gilmar-diminuir-numero-de-processos-e-desafio
Prefeitura do Rio fará vistoria em 36 mil postes de luz
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/04/21/prefeitura-do-rio-fara-vistoria-em-36-mil-postes-de-luz-nos-proximos-tres-meses-916403990.asp
[…] a discussão sobre os diferentes bancos de dados no post […]
A Revista Exame, 968, desta semana sai com um artigo super interessante, de uma tendência que tinha visto em NY, da abertura de bancos de dados governamentais para que os “hackers do bem” pudessem desenvolver aplicativos para tornar os dados mais acessíveis e úteis.
É uma forte tendência.
O que no popular seria:
“Índio não quer mais PDF, índio quer banco de dados!”.
Veja link:
http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0968/tecnologia/hackers-gov-558552.html