A Internet veio para, com seus novos canais abertos e baratos de expressão, tirar do armário os líderes da nova civilização – Nepô – da minha coleção de frases.
Se pudéssemos medir poderíamos dizer que a Idade Digital, potencialmente, criará, uma civilização mais democrática do que a da Idade Mídia em boa parte do globo, principalmente nas economias locomotivas.
E poderemos aferir esse fato, através do meritocracimetrômetro – instrumento capaz de medir o tempo e os meios utilizados que separam o anonimato de qualquer um para o reconhecimento pelos outros do valor de suas ideias.
Quanto menor for o jogo das influências e mais rápido o processo dessa passagem (do anonimato para o reconhecimento), mais meritocracia e, portanto, mais democracia, mobilidade e inovação.
Por outro lado, quanto maior for o poder do jogo das influências e mais lento o processo, menos meritocracia e, portanto, menos democracia, menos mobilidade e menos inovação.
Ou seja, ambientes de conhecimento com forte controle da circulação de ideias, como na Idade Mídia, criam “editores das verdades”, que estabelecem como moeda de troca, a longo prazo, um jogo de influência e da amizade e, por consequência, uma provável avenida de falsas verdades e de mesmice, tanto de ideias, como de líderes.
Definem, assim, através de filtros subjetivos e opacos, quem pode e quem não pode multiplicar pensamentos, cada vez mais envelhecidos para a sociedade.
Nesse tipo de ambiente, a proximidade e relacionamento com os editores das verdades fazem uma grande diferença.
(Que nos digam os assessores de imprensa!)
Quando a Inteligência Coletiva social optou, à partir dos anos 90, intuitivamente por um novo ambiente de conhecimento mais oxigenado dos blogs e redes sociais, inauguramos uma nova fase da democracia social, pois aumentamos o índice do meritocracimetrômetro.
Existem as chamadas celebridades de nicho, ou de missa (ao invés de massa), que ganham espaço cada vez mais rápido em pequenos círculos, influenciando e sendo influênciado por especialistas.
Tal como blogueiros de nicho, que são reconhecidos e escutados por seu público específico.
E as de massa, que sabem explorar como ninguém o novo meio e chegam ao grande público.
- Comediantes e bandas, do nada, fazem sucesso no Youtube e chegam à grande mídia, vide Marcelo Adnet e pares dos stand-up;
- Garotos saem da garagem para criar projetos bilionários, vide Google;
- Ou passam a ser mundialmente conhecidos, vide Linus Torvald, que jogou a faísca para o Linux.
É a força das ideias, a despeito de quem indica ou “paitrocina” em uma velocidade jamais vista – do nada ao reconhecimento global.
Tudo aferido cientificamente pelo número de visitas, comentários, seguidores, uso de suas criações e, em alguns casos, lucros.
Ultrapassando, assim, a fase do silêncio para o poder de influência – item fundamental para qualquer renovação social.
Essa meritocracia da Idade Digital vinda de baixo diminui (em alguns casos elimina) o poder dos editores das verdades e os obriga a lidar e aceitar novos pontos de vistas, antes desconhecidos, questionando, inclusive antigas lideranças, que só tinha a possibilidade de difundir ideias e se perpeatuarem em ambiente de ideias controladas.
No novo índice do meritocracimetrômetro da Idade Digital, verdades oficiais são mais facilmente questionadas e as mentiras têm pernas menores.
Cria-se, assim, um espaço mais arejado para que novos atores e ideias possam mais rapidamente entrar no sistema, questionando antigas verdades, oxigenando a sociedade com novas sementes, que virarão muda, árvore, floresta a curto, médio e longo prazo.
Um fator, aliás, de sobrevivência fundamental nesse nosso mundo cada vez mais superpovoado e mutante.
Podemos, assim, estabelecer que quando o meritocracimetrômetro de determinado ambiente é alto mais espaço teremos para a inovação e mudanças, mais afinada com a demanda atual.
E o contrário, também é válido:
Quando o meritocracimetrômetro é baixo, há forte tendência a ficar mais estagnado, perdendo, assim, relevância e significado, por sua vez, competitivídade e, em última instância, poder.
A meritocracia é, portanto, a base de qualquer democracia e de qualquer ambiente que tenha a inovação como meta e necessidade com mais facilidade de construir o futuro.
Projetos 2.0, que implantam essa abertura de novas ideias, via tecnologia, visam, portanto, aumentar as taxas de meritocracia, reduzindo o tempo que novos líderes levam para vir à luz, saindo da sombra do armário para exercer seu sempre bem-vindo papel de renovar organizações e sociedade ainda presa aos problemas criados pela Idade Mídia, que não resolvem mais a demanda de 7 bilhões de almas, com vontade de dançar uma música mais adequada.
É isso
Que dizes?
Nepô, estamos alinhados nessa idéia. Nosso trabalho do MBKM 19 propõe um modelo estruturado para aplicação desse conceito nas Empresas. Estamos na fase de qualificação e se quiser dar uma olhada seria legal. Abcs, Rafael
Rafael, podes me mandar para eu ler?
Fiquei curioso.
Nepô.
[…] (Detalho isso quando falo sobre o Meritocracimetrômetro.) […]
Te mandei agora há pouco! Obrigado!
Aguardamos seus comentários!
Abcs!
[…] meritocracia é uma palavra esquisita que 98% da população não sabe o significado, nem de forma teórica ou […]
O Globo reforça essa carência das empresas de formar novos líderes, não sabem bem como, uma pista são as redes sociais nas empresas 2.0, como tentei demonstrar acima:
Ver a matéria aqui, na qual destaco:
“RIO – Mais do que expandir negócios ou melhorar produtividade, a principal prioridade das organizações, hoje, é identificar, desenvolver e reter lideranças. Pelo menos de acordo com uma pesquisa realizada pela Korn/Ferry International – multinacional de soluções de gestão de talentos, com sede em Los Angeles -, que entrevistou 365 executivos seniores em Miami, Estados Unidos, e em mais sete países latino-americanos durante o segundo semestre de 2008.”
http://oglobo.globo.com/economia/boachance/mat/2010/03/19/pesquisa-mostra-que-desenvolver-talentos-a-prioridade-para-68-das-empresas-916116433.asp