Tenho dito que toda nova tecnologia de informação massificada, cria uma nova cultura.
Analisemos na tabela abaixo a história das tecnologias de produção de textos, ferramenta principal para externalização de conhecimento:
Com o surgimento dos blogs, observamos à possibilidade do fim de uma desentermediação da produção original para a publicação final.
Mudanças culturais visíveis em processo:
- Não há mais intermediário (sai direto da “fábrica ao consumidor”);
- Não passa por uma fase de produção, edição, etc;
- Não há um baú guardado, tudo está em rede;
- Aumenta-se a velocidade da idéia para a difusão e retroalimentação de quem lê, através de comentários.
O pensador/pesquisador pode hoje, de forma mais rápida e independente, saltar da ideia à difusão.
Essa nova forma de se produzir conhecimento terá, como já está tendo, um forte impacto na sociedade e também na academia.
Por exemplo:
- fortalecimento do pensador em detrimento das instituições;
- esvaziamento das revistas acadêmicas periódicas on-line ou de papel;
- revisão na forma de se avaliar à produção acadêmica;
(Que tal ser aprovado em um doutorado pela produção em um blog, ao invés de uma tese ?)
- aceleração no ciclo de reflexão, produção, retorno e retroalimentação dos pensadores;
- abertura maior da academia para a sociedade;
- profunda revisão da linguagem, com tendência a ser menos normatizada e mais coloquial;
- fim da separação entre produção acadêmica e divulgação acadêmica, está tudo no mesmo lugar;
- virtualização dos laboratórios acadêmicos.
O tema valeu um editorial na Nature, na Revista da Faperj e no blog do antenado Aldo Barreto.
Longa vida aos blogs!
Escrito depois – 04/05/09
Recomento o post do Aldo Barreto:
“O fim da Universidade como nos a conhecemos” *
Concordo com quase tudo: em esseência os blogs simplificam o processo de criação e publicação do conteúdo mas a massificação é um fenômeno que deve ser atribuído à web e nao aos blogs. Os blogs deixam de lado um importante fator de mudança comportamental, dos últimos tempo que é a colaboração.
Ricardo, você tem razão.
Na verdade a tabela pode dar a impressão de que o blog cria massificação da Internet.
O que eu estou tentando dizer é que estamos entrando agora na fase da rede de conhecimento digital massificada.
Veja meu artigo sobre rede de conhecimento:
http://nepo.com.br/2009/04/07/os-democratizadores-de-tecnologia/
O blog, quanto à questão da colaboração, o eu acredito que podemos imaginar uma colaboração mais ampla no na qual os blogueiros trocam de uma forma menos direta.
E as redes sociais com uma dinâmica mais coletiva de produção.
Mas acredito que na produção individual, que é assunto que tratamos aqui neste post, os blogs passam a ser o novo espaço virtual dos pensadores.
Concordas?
obrigado pelo comentário,
Nepomuceno.
Se eu tiver uma deliciosa maçã e você tem uma outra deliciosa, podemos decidir a trocar as nossas maçãs. Você vai comer a minha e eu vou comer a sua e vamos estar satisfeitos tanto com a bondade das maçãs.
Se eu tiver uma grande idéia e você tem uma outra grande idéia e decidemos trocar as nossas ideías, podemos desfrutar a bondade contida dentro de cada uma, também. No entanto, quando nos separarmos, cada um de nós terá duas grandes ideias para saborear sempre.
Isso é boa alimentação… E é massa!
Zen
imagino o seguinte.
o blog é a parte popular, o dia a dia.
muito será resolvido por ai.
mas a parte academica continuará do modo que está.
acredito que um pouco de formalidade é necessário, para que os trabalhos possam refletir a essencia para a qual foram feitos.
existem inumeros tipos de trabalhos, que dificilmente poderão ser deixados on line antes da sua finalização, pois muitos serão secretos, alguns envolvem conceitos éticos, e problemas deste jaez.
Luiz, será?
“mas a parte academica continuará do modo que está.”
Um blog pode ser mais ou menos formal. Depende da proposta. O Blog é uma tecnologia e você coloca nele o que quiser.
Quanto ao tempo, segredos, etc, realmente pode haver problemas de patentes…
Vamos ver o que nos reserva o futuro, vamos acompanhar.
abraços,
grato pelo comentário,
Nepomuceno