Paulo Freire no livro A Pedagogia do Oprimido faz uma distinção interessante sobre os radicais e os sectários. Para ele, os sectários não aprendem com o processo, pois já partem de idéias pré-concebidas e a realidade deve se adequar a estas.
São pessoas que vêm para convencer e não para dialogar.
Os radicais, entretanto, partem de alguns conceitos genéricos, mas trocam com a realidade e avançam sem medo de que o que renovam como o outro seja perdido ao longo do caminho.
Seria teoricamente um eterno se repensar, a cada passo.
Do primeiro, teríamos o monólogo, do segundo, o diálogo.
A diferença entre um e outro pode ser muito pequena, pois é possível que o radical possa perder a medida e vir a se tornar um sectário, quando se veste de preconceitos, deixa de ouvir e passa a não mais dialogar com as pessoas.
Ao ler o Poder do Agora de Eckhart Tolle, comentando no post anterior, podemos imaginar que uma pessoa que vem para um diálogo tentando nos convencer, não está presente, mas trazendo a sua bagagem para nos convenver das suas idéias.
Dessa forma, o outro está anulado e tende, naturalmente, a rejeitar, as idéias que alguém lhe traz sem considerar aquilo que ela pode pensar sobre aquele assunto. Ainda mais que, ao longo do diálogo, o outro lado, no máximo, finge ceder para tentar ampliar seu poder de convencimento.
Assim, o diálogo só é possível quando os dois lados estão presente e dispostos a sair dali com algo realmente novo (1+1).
O quanto esta ausência dos interlocutores ou a presença cada vez mais de sectários no mundo não prejudicam a humanidade como um todo é uma questão que sempre me intrigou, mas agora ganha novos contornos com a leitura dos dois pensadores.
Que achas?
[…] Vou desenvolver um “insight” que tive sobre este assunto ao ler dois autores diferentes: Paulo Freire e Eckhart Tolle no próximo post. […]
[…] Vou desenvolver um “insight” que tive sobre este assunto ao ler dois autores diferentes: Paulo Freire e Eckhart Tolle no próximo post. […]
[…] Paulo Freire – que vai voltar à moda – dizia no Livro “Pedagogia do Oprimido” que existem os radicais e os sectários. […]
[…] Sorry, nisso sou radical, mas dialógo, sem ser sectário. […]
Já li o livro “O Poder Do Agora” de Tolle, Eckahrt, inclusive minha mãe tem um, e achei fascinante , pois não é sobre um único assunto religioso como um todo, E sim, abrange diversos aspectos de várias manifestações religiosas como o cristianismo, budismo, hinduismo e espiritismo, Dotando de vários parágrafos tratando-se do “zen interior”. Resumindo, só lendo mesmo, pois é DEMAIS!!!