Estive no dia 04/10/08 em uma palestra promovida pelo CEAT, escola do meu filho sobre o uso da Internet pelos alunos.
Tivemos a presença de Dr. João Baptista Ferreira, psicanalista, que coordenou o debate entre vários pais, professores e coordenadores. Apesar de ser sábado, o auditório estava cheio.
O bate-papo foi muito rico. Fazendo um resumo pude avançar em algumas reflexões sobre o tema:
a) o ambiente colaborativo precisa ser também utilizado pelos professores para criar uma ponte entre o atual professor e seus alunos;
b) é preciso desenvolver novas formas para se utilizar esse novo instrumento de forma inteligente;
c) o “copy and paste” presente em muitos trabalhos talvez possa ser substituído por trabalhos mais reflexivos. Hoje, não basta que o estudante chegue a informação, isso é fácil, o difícil é linká-la de uma forma criativa.
No debate, até lancei a questão: não seria o copy and paste nos trabalhos uma resposta inteligente dos estudantes para uma pergunta burra dos professores?
Se está tudo em rede e o Google encontra o que quero em dez segundos, o que importa não é achar, mas como articular.
Me pareceu também que o papel da escola é fazer um contra-ponto inteligente à avalanche da Web.
Ou seja, ao invés de lutar contra ela, compreendê-la e tentar fazer trabalhos que os alunos possam muito mais do que achar informações, mas articulá-las na sua vida pessoal e de grupo.
Fica mais fácil avaliar se o aluno fez isso com sucesso, comparado se o que ele apresenta foi ou não copiado na Web.
Por fim, é importante ao pensar nesse assunto sair do senso comum de que o uso da Web é único e monolítico como o da televisão.
Estar diante do computador pode ser: jogar, poetar, estudar, fazer dever, se comunicar, etc…
Vimos que a web tem algumas facetas: comunicação (MSN, E-mail, Orkut); Informação (Google, Yahoo, etc). E lazer (jogos).
É bom saber do que realmente estamos falando ao se pesquisar o assunto.
Ou seja, é preciso observar se a criança está tendendo a um tipo específico de uso, compulsivo, ou se, pelo contrário, o computador é uma porta aberta para o seu desenvolvimento, inclusive social com os amigos e amigas.
O que me chamou a atenção ainda na palestra foi de que há vários jovens viciados em jogos e segundo o Dr. João estudos comprovam que a mesma química que motiva ao jogo é a que depois os leva às drogas.
Ficamos de fazer um outro debate sobre compulsão, criar um grupo na escola permanente e misto para aprofundar o uso da Internet e promover uma ampla pesquisa na escola para levantar a real situação sobre o assunto.
Alguém mais participou ou pensa sobre a questão? O que poderia acrescentar a esse meu parcial ponto de vista?
Saiu matéria sobre copy and paste no Globo:
http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/03/12/na-era-da-internet-professores-se-armam-contra-plagio-feito-por-alunos-924000495.asp
Reforço a ideia que estamos passando para os estudantes trabalhos “copiativos” e não “reflexivos”.
Se é para sabe o que é, o cara vai no Google.
Precisamos começar a formar estudantes mais filosóficos que saibam lidar com massas de informação e saber separa o joio do trigo.
O problema é que a tecnologia chegou, igual a chegada da calculadora, mas estão ainda querendo basear a escola na tabuada.
O estudante está dizendo:
Se é para dizer quem descobriu o Brasil, o Google sabe.
Agora, se pergunta por que não foram os holandeses?
Ou questões relacionadas a vida dele e a descoberta do Brasil, do tipo, por que não falamos inglês, seria melhor?
Isso daria trabalhos interessantes…
Ou seja, querem manter a escola do jeito que está com o Google entrando por todos os lados.
Não vai.
Tá explicado o porquê de ter gostado tanto do “Nepô Style” de lecionar, sou CEATiano desde criança, estudei lá a vida toda e sempre fui instigado a debater e questionar, em aula, o que nos era cuspido dos livros.
A sua opção em matricular seu filho lá, apenas comprova a minha tese, colégio bom é aquele que ensina a pescar, como o CEAT, e não a pescar somente, como a maioria dos colégios o fazem.
Agora pergunto, assim como questionei em sala na #DIG8, se nos colégios particulares é assim, o que dizer do ensino público, que mal tem acesso à internet?
Minha opinião? Que se extingue as provas, façamos todos os mesmos trabalhos, diferenciando a avaliação/nota pela apresentação oral do tema, individual E coletivamente, afinal, temos que saber nos expressar 1.0 e 2.0mente.
João, você disse:
“Que se extingue as provas, façamos todos os mesmos trabalhos, diferenciando a avaliação/nota pela apresentação oral do tema, individual E coletivamente, afinal, temos que saber nos expressar 1.0 e 2.0mente.”
Fechado!