Só por que você não quer que o futuro aconteça, não significa que ele não acontecerá – Gary Hamel – da coleção;
Versão 1.1 – 14 de junho de 2012
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.
Antes de qualquer coisa, é preciso criar uma forte desintoxicação.
Gestão por Redes não é implantação de tecnologia!
É uma mudança de visão na forma que concebemos as organizações. Passamos a vê-la como uma grande rede social, que precisa de ajustes para passar a produzir e tomar decisões de forma mais ágil, eficaz, gerando valor para si mesmo e para a sociedade!
Assim, vamos revisitar processos internos para que possamos realinhá-los.
Mas por que gestão por redes e não gestão da informação ou do conhecimento, na qual fala-se em rede também?
O motivo é que o tema das redes se impõe com a chegada da Internet, uma grande mudança geral no ambiente cognitivo. Assim, se partirmos das mudanças principais e tivermos ações que possam administrá-la, temos mais chance de tomar decisões mais eficazes.
Assim, dentro desse ponto de vista, em primeiro lugar, vale lembrar as redes que podem ser identificadas, até aqui, depois de algum estudo em organizações de grande porte:
Importante dizer que esse é um mapa de redes humanas, que podem ter apoio de tecnologias, ou não, sejam elas digitais ou analógicas, tal como redes presenciais, a distância.
- Uma equipe de um projeto, mesmo que não use computador é uma rede de ação;
- Um grupo que se encontra regularmente para aprofundar questões sobre um determinado tema, mesmo que seja presencial é uma rede de conhecimento;
- Um coral dentro da organização é uma rede de relacionamento.
Cada um tem um propósito específico, dentro do grande marco das organizações: resolver problemas humanos, reduzir sofrimentos e, assim, gerar valor.
Por tendência, projetos de gestão por redes sociais tendem a migrar muitas coisas para ambientes digitais, com novas tecnologias desintermediadoras.
Note bem, a tecnologia é uma das vertentes da gestão por redes sociais e não a única ou a principal! É bom não confundir projetos de redes sociais com apenas introdução de novas tecnologias, pois as redes que estão por baixo, o desenho conceitual, precisa ser feito antes de se pensar em introduzir novas tecnologias.
Assim pensando, podemos imaginar que teremos as seguinte mudanças:
Redes de Ação (Processos produtivos):
Mudanças:
a) co-criação de produtos e processos com novos atores (stakeholders) externos que não participavam internamente desse processo. Ou seja, a rede digital tem instrumentos que permitem que isso seja feita de forma rápida a menor custo. Há necessidade de incorporação, além da tecnologia, de novos conceitos, métodos e perfis profissionais. Incorpora-se processos de comunicação e diálogo com stakeholders externos, através de canais de contato, que passam a ser de mão dupla, desde callcenter, ouvidoria, twitter, facebook, etc;
b) co-criação de produtos e processos com novos atores (stakeholders) internos que não participavam internamente desse processo pela divisão e fragmentação das organizações. Ou seja, a rede digital tem instrumentos que permitem que isso seja feita de forma rápida a menor custo. Há necessidade de incorporação, além da tecnologia, de novos conceitos, métodos e perfis profissionais.
Redes de Conhecimento e Informação – (Processos informativos e de conhecimento):
Mudanças:
Informação – (conhecimento tangível) – as bases de dados passam a ser mais interativas, permitindo para que cada visitante possa agregar, seja apenas clicando (demonstrando o interesse quantitativo), seja complementando e qualificando (estrelas, curtindo, comentando), seja alterando o próprio conteúdo (com documentos coletivos ou versionados), análise da demanda das buscas para avaliação de demandas de capacitação. Tudo passa a ter uma busca que integra e permite achar o que hoje está na sombra informacional;
Conhecimento – (conhecimento que vai ficando mais tangível) – criação de perfil dentro da rede, agregando dados de cada colaborador das diferentes bases de dados da empresa, o que já fez, o que está fazendo, o que pretende fazer, espaço para inclusão de reflexões (blogs, twitters internos), sendo avaliado pela comunidade de sua relevância versus assunto que domina. Estimula-se comunidades para troca sobre temas relevantes, incorpora-se conceitos de Gestão de Conhecimento e Inovação, adaptando ao novo ambiente das redes, envolvendo os projetos de Educação Corporativa;
Redes de Relacionamento – (Processos de relacionamento):
Mudanças:
Relacionamento – passagem para comunidades presenciais e informais para dentro de redes digitais, registro de contatos mais frequentes, melhores amigos, rede de relacionamento atual em função da função e posto de trabalho.
A ideia da Gestão por Redes é criar uma equipe multidisciplinar, multideparamental, com forte apoio da alta direção, vista como um projeto de alta prioridade estratégica, para ir diagnosticando o problema das redes e introduzindo mudanças, estimulando iniciativas, identificando cases de sucesso, promovendo capacitação tanto de conceitos, metodológicos, tecnológicos.
É isso!
Que dizes?
(O que amadureci depois é que tais projetos ficam mais fáceis de serem implantados dentro das zonais de inovação – ver mais aqui.)
(Estou junto com o pessoal do IGEC/Facha fazendo o curso sobre gestão de redes sociais, para capacitar as organizações a lidar melhor com as redes. Veja aqui.)
Nepô, concordo com esse pensamento, e se o que você citou fosse realidade nas empresas, viveríamos num lugar bem melhor, mais informado, menos estressante e mais interligado.
Porém, você escreveu sobre as consequências da gestão por meio de redes sociais. O que eu pergunto é:
Como você vai convencer uma administração altamente “intoxicada” com os pensamentos do “ambiente da escrita impressa” (citado por você na sua tese de doutorado)????
É interessante imaginar os impactos da gestão por redes sociais, mas no momento, a maior dúvida é “como fazer”.
O que dizes?
Bruno, isso merece um post…as empresas mudam e por que? vou fazer.
Ok… aguardo ansiosamente!
Nepô, sempre que se fala em gestão, organizações, relacionamentos e redes, tento comparar com algum tipo de organização presente na natureza. Mas levando o tema de gerenciamento em redes a nível celular podemos citar dois tipos de relações: Simbiose que implica numa inter-relação de tal forma, íntima entre os organismos envolvidos, que se torna obrigatória e outra a Protocooperação, quando não existe obrigatoriedade na relação – vide conceitos no Wikipédia. Sou adepto a criação de “redes”, mas acredito que ainda não estamos prontos para toda essa “informação”, que acreditamos existir e que deve ser compartilhada para a evolução de um “mundo melhor”. Talvez não seja o número de informações a nível global, mas um pequeno número de informação que pode causar danos incalculáveis a “uma determinada sociedade/organização” que impeça algumas “empresas” de mudarem. Mas o tecido formado pelas redes de relacionamento com certeza não é o mesmo tecido que forma o órgão que controla a “grande teia – a grande rede”. Por séculos pessoas foram torturadas e mortas em nome de uma religião que só podia ser escrita e lida em latim, mas somente depois que passou a ser traduzida e impressa em outras línguas é que a humanidade eclodiu revoluções, derrubou impérios, instituiu democracias e desta mesma informação criou várias outras religiões. Podemos ser conquistados ou libertados pela mesma informação, mas isso só depende da qualidade e do tipo de ligação entre as células da rede. Não é apenas a mudança de visão que vai determinar se uma empresa, organização ou sociedade deve mudar, mas soma dos contextos ambientais (ecossistema), históricos, sociais e econômicos que vão realmente forçar a mudança. Um forte abraço e sucesso para você!
Silvano, pelo que entendo seu comentário é de aspecto geral e não em relação ao post específico….estou certo?
Você diz:
“Nepô, sempre que se fala em gestão, organizações, relacionamentos e redes, tento comparar com algum tipo de organização presente na natureza. Mas levando o tema de gerenciamento em redes a nível celular podemos citar dois tipos de relações: Simbiose que implica numa inter-relação de tal forma, íntima entre os organismos envolvidos, que se torna obrigatória e outra a Protocooperação, quando não existe obrigatoriedade na relação – vide conceitos no Wikipédia”.
Estes dois conceitos são interessantes, acabei adaptando isso para redes de baixa e alta adesão. A alta adesão é quando existe um vínculo maior entre as pessoas, ou uma taxa maior de compromisso, e vice versa legal essa ideia da biologia.
“Sou adepto a criação de “redes”, mas acredito que ainda não estamos prontos para toda essa “informação” ”
Aqui acho que existe um problema conceitual. Pois não temos opção de criar redes, pois elas já existem desde que aparecemos na terra, o que podemos analisar é que temos hoje a migração das redes presenciais para outras a distância, que podem ser semi-opcionais, mas quanto mais você precisa se inserir no mundo operacional, mais a taxa de obrigatoriedade aumenta.
Digo mais, prontos ou não, toda essa informação está aí e é justamente criar filtros eficazes para ela que é o desafio….
” que acreditamos existir e que deve ser compartilhada para a evolução de um “mundo melhor”. Talvez não seja o número de informações a nível global, mas um pequeno número de informação que pode causar danos incalculáveis a “uma determinada sociedade/organização” que impeça algumas “empresas” de mudarem”.
Mas é justamente a separação entre as duas que faz a diferença e que é o “x” da questão, estamos perdidos por falta de filtros adequados.
” Mas o tecido formado pelas redes de relacionamento com certeza não é o mesmo tecido que forma o órgão que controla a “grande teia – a grande rede”. Por séculos pessoas foram torturadas e mortas em nome de uma religião que só podia ser escrita e lida em latim, mas somente depois que passou a ser traduzida e impressa em outras línguas é que a humanidade eclodiu revoluções, derrubou impérios, instituiu democracias e desta mesma informação criou várias outras religiões. Podemos ser conquistados ou libertados pela mesma informação, mas isso só depende da qualidade e do tipo de ligação entre as células da rede. Não é apenas a mudança de visão que vai determinar se uma empresa, organização ou sociedade deve mudar, mas soma dos contextos ambientais (ecossistema), históricos, sociais e econômicos que vão realmente forçar a mudança.”
Mas tudo começa com uma nova visão…primeiro pensamos e depois agimos, pode embolar isso, mas sempre começa por algo que sai de nossa cabeça/intuição/sentimento..etc..
valeu visita e comentário,
abraços,