O grande equívoco atual é que as empresas estão delegando ao pessoal operacional para lidar com as redes sociais, que é um problema estratégico e isso não está sendo nada eficaz.
Só se conhece o futuro, a partir da percepção das motivações humanas – Nepô, da safra 2011;
(Texto em duas partes. A segunda pode ser lida aqui.)
É bem comum ter tido problemas em sala de aula de um aluno ou aluna questionar o encaminhamento.
Opa, eu vim aqui para saber como faz as coisas e não me questionar o por quê das coisas!!!!
Tentar detalhar ao máximo o programa do curso não é o suficiente, pois todos hoje estamos ansiosos por uma receita de bolo para lidar com as redes sociais, num momento que não sabemos direito que bolo exatamente precisa se feito para a sobremesa do jantar.
E esta é a questão central de como devemos pensar nosso futuro diante destas mudanças.
É preciso se aprofundar nos por quês das coisas para depois chegar ao como fazer.
Estamos colocando o mouse na frente do teclado!
Já caí na armadilha de dizer que o curso que tenho trabalhado, com uma visão mais histórica e aprofundada sobre o tema é um curso mais teórico do que prático, mas não é bem esse o problema.
Toda teoria tem uma prática e toda prática tem uma teoria.
(Até para se fazer um bolo, titia tem uma teoria do que dá certo e o que não dá.)
Amadureci que, na verdade, ao se pensar neste problema é preciso separar dois perfis no mercado: os estrategistas (visão mais ampla/de descontinuidade) e os operacionais (visão mais focada/de continuidade).
- Os primeiros lidam com o futuro e os segundos com o presente (tanto em aspectos teóricos como práticos).
- Os primeiros lidam com os porquês e os segundos lidam com os comos (também nos seus aspectos teóricos e práticos).
O grande equívoco atual é que as empresas estão delegando ao pessoal operacional para lidar com as redes sociais, que é um problema estratégico e isso não está sendo nada eficaz.
Nem tem se gastado tanto, mas do pouco que tem se investido tem se obtido poucos resultados.
Não se sabe nem como medi-los, aliás!
O motivo: quem tem pensando o problema quer saber o como fazer, mas não amadureceu ainda o mais importante: o por que fazer.
O como dos operacionais funciona bem para fenômenos conhecidos.
Como implantar uma plataforma de petróleo, trocar o pneu, trocar a placa mãe de um dado computador.
Porém, não é possível chegar ao como operacional e querer fórmula prontas sem ter antes esgotado um tanto os por quês das coisas.
Imagina numa crise de percepção como a que vivemos!!!
Como vai se convencer uma pessoa que tem meia dúzia de neurônios a ter uma estratégica de comunicação em rede social, se a pessoa não entende o que se quer com isso, quanto se ganha e como se mede?
Só se conhece o futuro, a partir da percepção das motivações humanas.
E as motivações humanas continuam a mesmas, pois somos animais sociais com nossas demandas físicas, cognitivas, afetivas, espirituais.
Porém, mudamos a maneira de como nos informamos, nos comunicamos, nos relacionamos.
E algumas coisas que estavam adormecidas voltaram com força redobrada.
O ambiente é outro e exige que as empresas se adequem como um todo a ele. E isso não é uma tarefa operacional, mas uma guinada estratégica.
Ou seja, só vamos entender o mundo em rede digital se entendermos com clareza o motivo que leva a 2 bilhões de pessoas a estarem conectadas e o futuro será recheada cada vez mais em direção a essa motivação original.
Quer-se velocidade, atenção, respeito, participação, eficiência, preocupação social, ecológica, ética, coerência entre o que se faz e o que se diz pilotados por uma máquina de articulação, comunicação, troca, relacionamento inigualável.
Se tivermos clareza, em relação aos propósitos, podemos começar a trabalhar no como.
É possível fazer com que esses propósitos ocorram da melhor maneira possível nos ambientes produtivos que estão sendo demandados, via redes sociais produtivas.
E aí, definida a nova estratégia, só então, entram os operacionais!
Assistimos, portanto, uma mega, hiper, super passagem lenta de um modelo de gestão aranha para estrela do mar e isso exige uma conversão, quase um batismo 2.0.
Não é algo trivial, dentro do padrão que estamos acostumados.
Só através do conhecimento do DNA das motivações do novo consumidor pode se projetar e começar a definir, através de novos problemas estratégicos, do futuro, extemporâneos, não rotineiros.
Este é o desafio que temos que encarar de frente.
Que dizes?
[…] (Complemento, assim, o post passado.) […]
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