Aquele que repete, de fato, não se expressa – Gustavo Bernardo – da minha coleção de frases;
Na leva de livros que comprei há tempos numa super-promoção da Submarino, veio o “Buda – o mito e a realidade“, escrito pelo jornalista da CBN, Heródoto Barbeiro.
(O livro faz parte do meus estudos sobre Ciência e Religião.)
Pois bem, lá pelas tantas, na página 19, ele diz:
“Pode-se dizer que o Budismo é uma filosofia, mas não é. Na sua essência, é apenas uma prática.”
Pergunta-se: é possível ter uma prática sem filosofia?
Podemos ter a ilusão de que não há filosofia em todas nossas ações, mas sempre há uma ideologia por trás do que fazemos, pois toda a prática parte de uma determinada ideia consciente ou inconscientemente.
E quanto mais se quer dizer que tal coisa é apenas prática, mais se pretende esconder a filosofia que tem por trás!
Alijando a pessoa de poder discutir ou optar por aquela filosofia, pois há outras, que nos levam a práticas diferentes.
Sim, pode-se até ser uma ideologia até nova, alterando e mixando ideologias vigentes.
Mas o ser humano sempre partirá de um determinado conjunto de ideias, geralmente, do senso comum, espalhado na sociedade como verdades absolutas.
Ou como diz o velho Einstein:
“Toda a ciência nada mais é do que o refinamento do pensamento cotidiano.”
Assim, quanto mais consciência tivermos das filosofias vigentes e em curso, muitas delas salpicadas no senso comum, mais liberdade, teremos.
Nunca tocamos na realidade, mas apenas naquilo que os outros interpretaram de realidade e que nós consumimos normalmente sem sentir!!!
Quando parte-se do princípio que o Budismo, por exemplo, é prática.
No fundo queremos dizer que o Budista está em contato direta com a “verdade”, como se ela fosse única e não uma interpretação da mesma, produzida coletivamente pelos humanos, através das trocas, ao longo do tempo.
Se foi Deus quem disse, há uma verdade a ser seguida, a partir de escrituras sagradas – traduzidas por alguém – inquestionáveis.
Transportamos isso para o dia-a-dia ao não questionarmos outros deuses, gurus de todo tipo, de negócio, da Web, etc, não percebendo que por trás de seu raciocínio existe uma lógica, na maioria dos casos, não explícita.
(Os americanos adoram receita de bolo, mas detestam discutir como chegaram na receita, a partir de que cenário.)
O Budismo é uma filosofia, que visa, por exemplo, estimular determinada prática.
Ou que só tem sentido se a pessoa mudar a maneira que está no mundo.
É uma filosofia aplicada, válida para seus seguidores, mas é uma filosofia.
Existem outras que se propõe a pensar o mundo, mas não alterá-lo.
Ou seja, podemos dizer que há filosofias que propõem ação e intervenção direta na realidade para se justificar.
(Aliás, como propôs Marx na sua visão filosófica.)
E outras que ficam no abstrato.
Qualquer ação humana, entretanto, tem dentro dela uma filosofia.
É cultural portanto, ideológica.
Desconfie de quem vende prática sem discutir filosofia que tem por trás.
Estão te vendendo gato por lebre.
Aliás, de dogmas fechados (e filosofias veladas) o “inferno” anda cheio.
(Não estou afirmando que é o caso do livro do Heródoto que até é bom de ler e traz boas informações.)
(Sugiro ler mais sobre caixas e aquários que nublam nossa mente no debate que estou tendo com os participantes do grupo de estudos, Ruptura 2.0.)
Por fim, não tenho nada contra o budismo, apenas que é uma filosofia para alguns. E religião dogmática para outros.
[…] Vi no excelente blog do nosso amigo Nepôsts – Rascunhos Compartilhados […]
Muitos começam pela prática, para depois entender a Filosofia. Creio que é o caso dos Budistas, como também dos Maçons (aliás, um excelente exemplo de rede através dos tempos…).
Muitos ficam na prática, sem nunca entender a Filosofia por trás. O que os olhos não vêem, o coração, não sente. Mas ela está lá, é claro.
Abs
Lucia, gostei da sugestão dos maçons….é uma rede, de fato.
O caminho é vasto e as estradas, idem.
Mas sempre no final do arco-íris, como você reforçou, tem uma filosofia escondida.:)
Valeu.
[…] Seguem o senso comum definido, a partir de alguém, que criou uma filosofia, mas escondeu na manga. […]
[…] ser cada vez mais cotidiana. Precisamos mais do que a maioria compreender que precisamos de uma lógica consciente. E que pensarmos sobre ela com regularidade, pois é ela que vai nos ajudar a organizar os demais […]
[…] pessoas mais ligadas a estratégias que precisam compreender que precisamos de uma lógica consciente. E que pensarmos sobre ela com regularidade, pois é ela que vai nos ajudar a organizar os demais […]
Nepô, bom dia.
Já pensou que se não existe Prática sem Filosofia, em contrapartida não existe Filosofia sem uma Prática pré-existente para ser criticada.
Filosofia e Prática são fatores interdependentes do ato de realizar, porque dependem, ou exigem, reflexão epistemológica, ontológica, metafísica e ética relacionada com a vida social, sua origem, seu desenvolvimento e seus fins. Afinal, só se faz para si ou para outrem.
A gente pratica sob uma filosofia e filosofa sob uma prática.
Sudações
Nepô, bom dia.
Já pensou que se não existe Prática sem Filosofia, em contrapartida não existe Filosofia sem uma Prática pré-existente para ser criticada.
Filosofia e Prática são fatores interdependentes do ato de realizar, porque dependem, ou exigem, reflexão epistemológica, ontológica, metafísica e ética relacionada com a vida social, sua origem, seu desenvolvimento e seus fins. Afinal, só se faz para si ou para outrem.
A gente pratica sob uma filosofia e filosofa sob uma prática.
Saudações
Ivan, com certeza.
Imaginar uma filosofia que não desça para uma prática, é aquela viajandona. Mas o mais comum é sairmos praticando, a maioria, sem saber que alguém plantou aquela filosofia.
É uma situação.
Já o filósofo que opta por filosofar é não colocar em prática, é uma opção.
Concordas?
Mas, Nepô, é isso aí…
Uma situação, uma opção, donc: uma prática… Ou não?
Filosofar, filosofar, filosofar é, no frigir do ovos, uma prática. E podemos dizer: um processo cujos insumos são as práticas existenciais percebidas pelo filósofo que, em eterno fidibéque, nos dá como saída um postulado crítico, seja do que e sobre o que for.
Faz parte da prática (processo) de filosofar.
O que acha?
Ivan,
“Filosofar, filosofar, filosofar é, no frigir do ovos, uma prática”
Sim, mas efetiva?
Melhora a vida de quem filosofa e de quem precisa do conhecimento do filósofo para resolver seus problemas?
Nada contra o que cada um faz com a sua cognição, mas procuro dar um sentido a minha filosofia.
E é um pouco dentro dessa “moral” (?) ou “ética” que procuro direcionar as minhas filosofias.
Que acho que é o que você também propaga pelo que já li nos seus comentários.
Que dizes?
Vamos adelante…
[…] O ambiente replica o senso comum definido por alguém, que criou uma filosofia, mas escondeu na manga. […]
[…] O ambiente replica o senso comum definido por alguém, que criou uma filosofia, mas escondeu na manga. […]
[…] de cima.São pessoas mais ligadas a estratégias que precisam compreender que precisamos de uma lógica consciente. E que pensarmos sobre ela com regularidade, pois é ela que vai nos ajudar a organizar os demais […]
Veja texto sobre a pessoa ideal segundo Aristóteles e Nietzsche. Observe se vc se encaixa no perfil desenhado pelos filósofos. Bem como a comparação dessa idealização com o homem moderno. Acessar em:
http://www.valdecyalves.blogspot.com
Veja no Youtube documentário que fiz sobre a violência, pesquisar por: FACES DA VIOLÊNCIA VALDECY ALVES