- Quem lê demais e usa pouco o próprio cérebro passa a ter preguiça de pensar – Einstein – da minha coleção;
Fiz semana passada uma palestra em João Pessoa, para o projeto Dataprev 2.0.
Lá pelas tantas, um dos programadores da Dataprev me pergunta como se vai conseguir colaborar, participar, mudar com a quantidade de trabalho que se tem?
Não sobra tempo!!!
Na verdade, o que consideramos trabalho, é tudo aquilo que colocamos na nossa rotina, o que fazemos de olhos fechados, no piloto automático.
Certo?
Qualquer coisa que se faz fora disso, consideramos perda de tempo, ou não-trabalho.
Pois é justamente o não-trabalho de hoje, que pode ser considerado o totalmente-trabalho de amanhã!!!
Iremos mais e mais trabalharmos para melhorar processos, do que nos processos em si.
Duvidas?
Hoje, temos algumas coisas que nos fazem pensar sobre se realmente este modelo baseado no piloto automático, da rotina cega, será realmente eficaz no futuro:
- O mundo super-populoso demanda mais e mais produtos, mais baratos, mais adequados a cada particularidade;
- Os produtos têm que atender a diversos mercados distintos, em função da aldeia global;
- A velocidade das mudanças técnicas exigem que tenhamos nossa capacidade de adaptação cada vez mais desenvolvida;
- Ligar o piloto automático é tudo que uma empresa inovadora deve evitar;
- Se aposta hoje na capacidade de criar e se adaptar, o que significa que a rotina deve ser sempre repensada.
(Veja o café da manhã que tive com o pessoal do Abduzeedo, que fala do poder da improvisãção.)
Ou seja, com o piloto automático podemos repetir, mas não mudar.
Interessa?
Ao se defender “empresas que aprendem”, deve-se pensar aprende-se exatamente o que?
Diria: aprende-se a se olhar para o piloto automático e ver o que estamos fazendo de forma repetitiva, burra, sem sentido, sem troca, perdendo tempo, focando nossa inteligência em problemas de baixa complexidade, deixando os de alta complexidade para alguém de cima.
O problema que transferir problemas de alta complexidade para uma hierarquia superior é jogar fora a capacidade de pensar sobre o mesmo de quem está envolvido com este, embotando a sua capacidade.
Jogando no lixo a capacidade da inteligência coletiva de todos.
Ou seja, usando cada vez menos a criatividade do cérebro e emburrecendo a força de trabalho, cada vez mais dependente da capacidade de improvisar.
Desta forma, ao se emburrecer as pontas, cria-se ruídos na rede de comunicação, dando mais poder ao modelo aranha e menos ao da rede descentralizada da estrela do mar.
(Leiam: quem está no comando?)
Inovar, assim, é olhar o tempo todo para o que se faz para se fazer diferente, de forma mais fácil,com o grupo ajudando nessa direção, com ferramentas colaborativas a distância e encontros presenciais quando der e aonde der.
Ter espaços, contados como trabalho, talvez o mais nobre, para repensar o que é feito.
E normatizações de gestão para que estas demandas mudem realmente o processo de trabalho.
Ou seja, o modelo bottom-up.
Nada adianta dar voz e não dar poder de decisão.
- Isso não é comunicação, que faz crescer.
- É manipulação que estimula o silêncio e emburrecer.
Se não vai mudar mesmo, por que discutir e colaborar?
Há uma lógica nisso!
Inovar é dar poder às pontas para se ganhar agilidade, revendo o tempo todo rotinas.
Esse é o desafio da organização 2.0, que aprende o tempo todo em redes descentralizadas.
E você o que diz?
Concordas?
Ver foto:
Concordo sim…
Com quase tudo, menos com a definição de trabalho. Mas entendi que ela foi útil pra dar introdução às ideias subsequentes (nossa 2 mudanças ortográficas na mesma frase!).
Trabalho em desenvolvimento de software não é nada no piloto automático, não é repetitivo e muito menos dá pra fazer de olhos fechados!
Então… para 2.0 ser eficiente é necessário dar poder às pontas… ou seja… heterarquia ao invés de hierarquia. Certo?
Andre, gostei do heterarquia…
Talvez o trabalho individual não seja repetitivo, mas o do grupo sim, um piloto automático coletivo….ep
valeu a visita,
Nepö.
[…] Já disse isso aqui. […]
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