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Versão 1.03 – 13.08.09 (sujeita à alteração)

Veja o roteiro.

Como evoluem as redes de conhecimento – o livro 2.0

Podemos identificar algumas fases nas redes de conhecimento:

1- fase de laboratório – quando ainda estão em seus estágios iniciais de evolução tecnológica, com uso restrito aos primeiros adeptos. Na rede do um-muitos podemos afirmar que todo o processo da escrita até a chegada do livro impresso pode ser considerado um longo tempo de laboratório, para que aquela possibilidade se massificasse. Assim, como o surgimento do computador de grande porte, em 1940, até o surgimento dos primeiros passos da Web, até à explosão da banda larga, que massificou o muito para muitos;

2- fase de expansão – quando tornam-se comercialmente viáveis, cria-se uma indústria em torno dela, que impulsiona a sua massificação. Em torno do livro impresso, se montou uma indústria de livreiros, que tinham como meta a melhoria da tecnologia para reduzir custos, ampliar os canais de distribuição, criar formas alternativas de venda, como o livro de bolso. O mesmo se deu na rede digital com a indústria do computador e depois da própria Internet;

3- fase de massificação – quando o custo de acesso à nova plataforma cai a determinado ponto que uma grande massa de usuários a adota e se inicia um processo de mudança cultural, afetando a maneira que se organiza a sociedade. Existe neste momento, um determinado ponto de ruptura, em que dada tecnologia consegue dar um salto radical e passar a ser acessível para mais gente. O livro impresso foi esse salto, assim como a banda larga, no caso da rede muitos-para-muitos.

4- fase das mudanças sociais – seguida da massificação, a sociedade após a adoção de uma nova interação a distância começa a circular novas ideias, novos autores, novas filosofias. E ainda novas formas de articulação, possibilitando uma nova maneira de pensar o mundo, o que resulta e propostas de ações concretas, vindas de alguns visionários que “descobrem” o novo meio e propõem mudanças sociais. Lutero é um exemplo clássico, com a reforma da Igrega, seguido das revoluções Francesa, Industrial e Russa, por exemplo.

Não é a tecnologia que afeta a sociedade, mas uma nova forma interativa que permite um outro tipo de compartilhamento de ideias em uma nova velocidade.

(Há fases intermediárias, se quisermos ver com detalhes, como foi o caso dos micro-computadores, o que poderia se chamar de uma mudança incremental-radical, mas não alterando o meior de interação geral.)

São fatores para acelerar esses processos:

1- a  redução de custo de acesso às plataformas;

2- a desintermediação de pessoas, que controlam a rede, de espaço e do tempo;

3- o incentivo ao aprendizado dos códigos de cada nova plataforma.

O sucesso obtido em cada um destes itens definirá a velocidade do processo.

Podemos observar na história que a passagem do livro manuscrito para o impresso se assemelha ao que hoje chamamos de Web 2.0.

Vamos aos fatos.

É bom observar que o  livro manuscrito era caro, demorava muito tempo para ser feito, difícil de carregar, não permitia cópias fiéis, exigia o trabalho de pessoas altamente especializadas, os copistas.

Quando Gutemberg lança os primeiros modelos da prensa o livro despenca de preço.

Para você ter uma idéia na Europa passaram a circular em menos de 50 anos (de 1450 a 1500) mais de 13 milhões de exemplares de livros.

O livro impresso era mais barato, permitia cópias fiéis, eliminou a necessidade dos copistas, sofisticou com diversos formatos, incluindo o livro de bolso.

Naquele momento, tivemos uma mudança incremental na rede de conhecimento escrita.

Uma mudança importante que permitiu que um conjunto enorme de autores pudesse publicar suas ideias, inundando a Europa de um novo tipo de interação, que permitiu a seus contemporâneos questionar diversos poderes estabelecidos, principalmente o da Igreja e da Monarquia.

Os autores não atribuem ao livro impresso às revoluções francesa, americana, industrial ou russa, mas há quase uma unânimidade de que sem aquela plataforma básica não haveria essa possibilidade.

Vamos aprofundar um pouco a mudança incremental entre o livro manuscrito para o impresso, pois ele se aproxima da fase da Web 2.0 que passamos hoje em dia.

Podemos comparar essa passagem ao atual momento com a chegada da Web 2.0.

É um momento similar.

Notem que a rede de conhecimento digital, que surge por volta de 1940 com os computadores de grande porte, passa pelo microcomputador na década de 80, se conecta em rede de forma massificada por volta dos 90 e consegue reduzir para valer o uso, a partir de 2004, com a banda larga.

Um longo caminho.

Tivemos naquele momento da banda larga o fim de uma grande limitação de acesso, assim como tivemos do livro manuscrito para o  impresso.

Diferente de Gutembert, tivemos a introdução da rede a banda larga.

A banda larga traz para a humanidade um acesso distinto, a saber: paga-se um fixo e usa-se quanto quiser e aumenta-se a velocidade do acesso.

Veja que a lógica se inverte completamente.

O usuário quanto mais usa, menos paga!

Se eu pago R$ 70,00 reais e uso 10 horas, eu pago R$ 7,00 reais por hora;

Mas se uso 20 horas, pago R$ 3,50 e assim por diante.

Quanto mais eu uso, menos eu pago por hora.

Abre-se a porteira para o uso com todo o potencial da rede, que era interativa e permitia a interação muitos para muitos.

Assim, a Web 2.0, comparada na historia, é uma mudança incremental na Rede Digital.

Um fenômeno que podemos afirmar que se repete de tempos em tempos.

Que tem como caracteristica principal a redução de custo de acesso à tecnologia, que permite aos usuários um uso mais pleno do potencial da plataforma que sempre ali, mas latente.

Resta perguntar.

É assim que ela se move, mas por que ela se move.

Existe uma regra por trás desse movimento?

Sim, podemos identificar, até o momento, quatro fatores que motivam as mudanças nos ambientes de conhecimento.

São eles entrelaçados:

  • Quantidade de informação;
  • Velocidade da informação;
  • Necessidade de desintermediação
  • E o poder da influência.

É o que veremos a seguir.

One Response to “A web não é um disco voador – Como evoluem as redes de conhecimento – o livro 2.0 (4)”

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