Inovação – significa novidade ou renovação. A palavra é derivada do termo latino innovatio, e se refere a uma idéia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores – retirada do Wikipedia.
Estive ontem na sede da FGV de São Paulo para participar como palestrante de mais um encontro do Fórum de Inovação, que reúne diversas empresas, professores e pesquisadores da área.
Silvana Aguiar, da Antar e professora da casa, ao iniciar o encontro, e homenagear três colegas, deixou escapar uma lágrima que se esborrachou no xale que vestia.
E daí, daquele pingo, tempos depois, comecei minha palestra.
Disse + ou – o seguinte, conforme minha parca memória: 😉
Para criar, é preciso estar presente.
Estar presente, signfica trazer o subjetivo para o profissional.
Silvana, que chorou, não estava ali a trabalho, mas sim a “passeio”.
Quando todos deveriam dizer o contrário.
Quando se encontra o “eu estou” com o “que eu faço”, consigo ser e ter prazer.
(e até chorar emocinado.)
Damos um salto.
Os “links” começam a brotar de todos os lados, tudo clareia.
E o que, então, é inovar?
Trazer o novo ao velho.
A capacidade de criar.
Pergunto: é possível criar no tranco ou na ausência?
Existe a possibilidade da inovação a seco?
Um neurônio pega no tranco, ou no cafuné?
Exemplos de grandes inovações à chibatada ou no tédio?
Disse ainda depois + ou – o seguinte:
Tenho amadurecido, a partir de alguns projetos que participo algo assim:
1- sempre vivemos em rede, mas não nos dávamos conta. A Internet apenas escancarou o fato;
2- exercemos três ações para sobreviver no mundo: pensamos, agimos e nos relacionamos.
3- as redes, nosso canal de contato com o mundo, são o espelho destas ações.
Ora, uma, ora outra.
Ora todas.
O ideal para quem quer tirar o máximo de cada grupo, ou de cada empresa é a procura incessante atrás do equilíbrio entre estas ações nas redes que o cercam.
Não adianta um lenhador com o machado cego.
Tem que parar para afiar. E trocar com outros lenhadores para melhorar a técnica.
Se pode ser em torno de uma festa, melhor.
Parar para afiar e trocar, não é perda de tempo.
Perda de tempo é cortar árvore com machado cego sem tomar conhecimento de formas melhores de fazer o mesmo serviço!
Ação -> Parar para pensar – > se relacionar –> Ação
Existem redes mais voltadas para cada uma destas atividades.
Mas é preciso que a gestão das empresas passem a ver o ambiente de REDE como objeto de atuação e o EQUILÍBRIO entre estas três ações, como missão.
Basta ver as redes dos adolescentes na Web, que, estão ao mesmo tempo, se relacionando, aprendendo e fazendo.
Mais alguns anos serão eles que ditarão o novo mercado de trabalho.
Questão de tempo!
(Não é à toa que o Obama se cercou de vários para ganhar!)
São, nesse aspectos, gurus de uma nova cognição mais adequada à rede de conhecimento digital.
Disse pós-depois + ou – o seguinte, salpicado:
1- a experiência de Centros e Redes de Excelência da Petrobras/Coppe são uma boa tentativa metodológica de um equilíbrio entre ações em redes com uma meta (União de empresas + governo + universidades.) – Ver livro “A Revolução Estratégica – Luiz Fernando Da Silva Pinto.”, link para usados na Estante Virtual.
2- que o Brasil é filho de um centro de excelência (reis, empresários e Escola de Sagres de Portugal, que viabilizaram o nosso re-descobrimento pelos Europeus;
E já nas perguntas:
3- que é preciso que o professor volte a sala de aula (que saiu espiritualmente) há anos. Para voltar a aprender a ensinar. Escola com professor zumbi (desmotivado) é meia-escola;
O que ouvi e gostei:
- A palestra da Ana sobre a tese de mestrado dela sobre Centros de Excelência;
- A apresentação do Levi sobre o trabalho de “apicultor’ na Fiat, na década de 70, quando os próprios empregados fizeram seu roteiro de ônibus para pegá-los em casa. Ele já era 2.0 e não sabia;
- Da defesa da Ya Jen Chang, do Grupo Educacional Sidarta, algo assim:
No mais, não lembro. Ou posto depois.
PS – Quem esteve lá ajuda, por favor, nos comentários.
Um trecho gravado pelo Lévi, vejam aqui.
Nepô,
Não poderia deixar de elogiá-lo pela brilhante apresentação na FGV, pelo simples fato de fazermos parte da mesma equipe de trabalho na Coope/UFRJ.
Impressionou-me pela sua capacidade de observação, síntese e clarividência na exposição no momento do Forum.
Tudo que você expôs foi fruto de observação presenciada naquele momento, hoje, muito raro na maioria dos técnicos, administradores e pessoas quew lidam com inovação.
Você foi questionado por um dos prof. – aquele que colocava o filho para dar voltas em torno de sua casa, para liberar o uso de Videogame.
A sua resposta foi brilhante e você poderia discorrer sobre ela.
Lembrando para arejar a sua mente você disse que o mundo é outro e que os jovens de hoje sentirão falta do Orkut e ourtras coisas mais no futuro e nas empresas onde futuramente trabalharão.
Outra resposta que você deu e que merece destaque foi quando você foi questionado de como será o futuro da internet, dos jogos, etc. enfim, o que aparecerá daqqui prá frente. E você disse, …”observe a história “. Penso que os pontos ora lembrados serão de grande valia para tantos quanto tomarem conhecimento deste Fórum.
Caro Nepomuceno,
Ontem conheci alguns vagalumes: Você o Levi e a Ana.
Muito obrigado a todos!
Luiz Cláudio
Os vagalumes da Enseada
Eu tive experiências muito bonitas na minha infância…
O convívio com a família;
As brincadeiras de rua;
As viagens, nunca para muito longe, mas sempre gostosas…
Havia um lugar especial.
A Enseada em Ubatuba.
Não era a Enseada de hoje, caótica e poluída.
Era a Enseada da casa do Vô Tom, do General Trita, dos pescadores…
Era a Enseada virgem, sem luz elétrica, mas com lampião.
Aliás, era tão distante da “civilização“ que a casa foi construída como se a energia elétrica jamais fosse chegar até lá.
Várias coisas tornavam aquele lugar e aqueles dias inesquecíveis…
O jogo da posição da placa com o nome Via Adão!
Um dia indicava a rua da casa do Vô Tom outro a do General.
Mas será que o meu Avô, aquele senhor severo, saia à noite para mudar o local da placa?
Ou seria o General? Logo ele, que chamava o general presidente de plantão de maneira tão íntima.
A água cristalina do mar…
À noite vinham os vagalumes!
Os vagalumes da Enseada…
Nas noites escuras daquele lugar virgem os vagalumes tinham uma presença bonita e marcante;
Eles substituíam a Lua e as estrelas do céu com uma característica muito peculiar.
Através deles era possível se orientar, ir e vir para muitos lugares inclusive à praia.
Mas o que fascinava no vagalume era a incapacidade de apenas um iluminar todo o caminho e a capacidade de todos juntos dar um sentido de orientação, mostrar o certo e o errado.
Existiam muitos vagalumes que, juntos, mostravam sutilmente tudo e deixavam para você a opção do caminho a seguir.
Era muito bom experimentar novas orientações, sinais e pistas “iluminadas” ao acaso…
Mas, para onde vão os Vagalumes?
Acho que se transformam em estrelas…
A infância passou, mas os vagalumes que orientam e dão sinais tão importantes para a nossa jornada na verdade estão por ai, em todos os lugares e momentos.
Basta que estejamos atentos, pois, nem sempre tem a aparência dos vagalumes de nossas infâncias, mas cumprem o mesmo destino.
Que o digam o Betinho (Que tinha um irmão: o Henfil), Madre Tereza, São Francisco, o General Trita, o Vô Tom, o Engenheiro Juarez e o seu Teco;
Estas estrelas que um dia foram meus vagalumes…
Nepomuceno,
Tudo o que você disse foi brilhante, porque humano. Eu gostaria de destacar um ponto: o da importância da história, não como saudosismo, mas como forma de compreender a própria identidade e, portanto, criar condições para construir o futuro.
[…] fecho com a frase que ouvi do Prof. Marcos na palestra da FGV: “Aquele que não conhece história, está condenado a repeti-la” – George […]
Nepomuceno,
Gostei de tudo que li e do que não vi, porque perdi sua apresentação por uma viagem à Universidade federal de Viçosa, no EMEPRO, que valeu a pena ter ido.
O texto que escrevi sobre ´Precisamos Mais do Jeito de Gente Simples` é também “Parar pra pensar”.
http://www.moysessimantob.com.br/index.php/precisamos-mais-do-jeito-de-gente-simples/
Moysés,
gostei do texto também.
Acredito que gente simples pode ser o sinônimo de estar presente, do ser, o que hoje em dia está cada vez mais difícil.
Grato pelo comentário,
Nepomuceno
[…] Na revista, por fim, há um diálogo da Silvana Aguiar em “Uma forma de competir“, que fala do post “A Inovação começa com uma lágrima“. […]
[…] há um diálogo da Silvana Aguiar em “Uma forma de competir“, que fala do post “A Inovação começa com uma lágrima“, aqui deste […]