Karma – efeito cumulativo de todas as ações do passado.
A Rede de Conhecimento Digital traz uma grande novidade para o ser humano.
Permite de forma fácil a recuperação do passado das pessoas, baseado nas suas ações, nos registros que deixam e o que as outras pessoas acham dela e de seus atos on-line.
Antes do computador e da web isso era uma tarefa cara, penosa e demorada.
E algumas ações eram simplesmente não registradas.
Você assiste TV e não armazena, ouve rádio, lê jornal, idem.
Mas acessa uma página web e fica algo ali guardado.
Você hoje, querendo ou não, deixa rastros.
Passaram à chamar essa nova possibilidade de karma digital.
(Bia Martins fala bastante sobre isso na sua tese de mestrado Cooperação e controle na rede: um estudo de caso do website Slashdot.)
No livro ‘Conhecimento em rede‘, meu e do Marcos usamos à expressão rastro.
Dissemos que quando você deixa algo de propósito (um comentário) é uma contribuição à inteligência coletiva de forma voluntária. Quando apenas clica é uma ação para o coletivo de forma involuntária.
(O rastro é o dado armazenado de cada um, voluntário, ou não, o Karma é o histórico do rastro, que pode ser utilizado, ou não, para dar relevância em uma dada rede social on-line.)
Num mundo em que lidamos cada vez mais com registros e pessoas desconhecidas e precisamos de uma avaliação rápida sobre aquele ou aquela pessoa ou informação, o karma digital é o elemento chave para viabilizar o processo dinâmico possível no novo ambiente digital de inteligência coletiva.
O desenvolvimento de cada projeto em rede deve aprimorar o karma digital, através de metodologias e ferramentas para das mais relevância e consistência.
(Vivemos a passagem da ordenha de vaca para a apicultura.)
É preciso destacar ou rejeitar aquela ou aquele membro, ou registro, que contribui ou atrapalha de forma relevante em uma dada comunidade.
Quem passa trote ou gera lixo desnecessário deve ser alertado e, na insistência, punido.
Quem agrega, deve ser valorizado. Os documentos idem.
(E o que faz, por exemplo, o Globo on-line para se manter viável numa rede auto-organizada.)
O Google, na verdade, percebeu essa nova possibilidade e criou um algoritmo karmártico, capaz de separar o joio do trigo, utilizando os cliques dos usuários, que sâo usados sem que o usuário se aperceba disso (uma típica colaboração involuntária.)
No Google, quem é linkado por um karma forte é consistente e sobe; vice-versa, desce
O karma passou a ser a lei tácita do Mercado Livre e da cada vez melhor e mais útil Estante Virtual, por exemplo, que permite que eu compre do fulano sem medo, num troca-troca entre desconhecidos e empresas grandes ou de fundo de quintal sem nenhum marca (brand), a não ser o Karma construído com o tempo junto à comunidade de desconhecido, na qual desconhecido ajuda desconhecido.
Veja meu Karma melhorando no Mercado Livre, a partir de uma compra que fiz recentemente para passar o DVD do Lutero nas minhas aulas:
Os registros na web também têm Karma.
Quanto mais puder agregar estrelas, notas, comentários a determinado dado, mais relevante ele será.
Um dado sem estrelas, notas, etc atribuídas pelos usuários que o utilizaram é cada vem mais opaco e com menos relevância.
(Os produtos da Amazon, por exemplo, são cercados de informações agregadas pelos usuários: notas qualitativas, quantidade de vendas e comentários.)
Quem atesta qualidade da mercadoria é o Karma de cada item no mostruário digital, inclindo também o serviço.
Essa verdadeira nova cultura Karmal trará impactos presentes e futuros, a saber:
- aumento de troca de todo tipo (produtos, serviços e informações) entre desconhecidos;
- redução da força das marcas;
- detecção com mais facilidade do que é inconsistente, falso ou fraudulento;
- maiores oportunidades para novos e velhos negociantes que saibam preservar seus Karmas;
- melhoria e personalizaçâo do atendimento.
O Karma digital, por fim, é a base que viabiliza a auto-gestão das redes sociais, a nova forma de poder administrar a troca de informação entre dados e pessoas desconhecidas. (As empresas, aliás, precisam urgente adotar essa nova cultura para expandir suas redes sociais internas e extrenas.)
Concordas?
[…] Vejam o artigo sobre o Karma Digital. […]
[…] (Já trabalhei um pouco com o termo Karma aqui.) […]
carlos,
concordo que atualmente deixamos rastro por onde passamos.
o que acontece também, é que parte da população virtual, é um pouco paranóica, e acaba desenvolvendo um personagem que vive determinadas situações.
conforme a evolução do personagem, o indivíduo ou o mantem, ou simplesmente o deleta ou esquece de sua existencia.
agora, nos casos onde a pessoa realmente mostra a cara, aí sim podemos traçar o caminho para o qual ela está tentando levar o publico.
[…] Além disso, há ainda os seguidores, como no Twitter e nos blogs, que vão mostrando que além de você ser lido, clicado, download de seus registris, tudo isso gera uma ação de credibilidade, gerando uma reputação, ou Karma Digital. […]
[…] Inicialmente, com a informacional – que é liberar as informações que estavam fechadas às sete chaves para que possam ser usadas. Informação antes era poder, hoje, se guardada e não em movimento, é pó. É preciso colocá-la em rede e garantir que se tenha ferramentas para lhe dar relevância, evitar duplicidade em um fluxo melhor e cada vez mais constante. A gestão da informação é feita, através da relevância dinâmica dos documento e das pessoas, através do Karma Digital; […]
[…] – a aceitação daquele blog por dada comunidade, através da medição do Karma Digital. […]
[…] Karma Digital ou não existe, ou está lá […]