Faz muito tempo que tento entender a Internet.
A minha tese de doutorado, aliás, ainda em produção, é uma de tentativa nessa direção.
Em função disso, optei pelo estudo histórico para entender a fundo como estes movimentos de mudança ocorreram no passado. Reuni vários autores que fizeram estudos nesse campo histórico sobre a informação, conhecimento e comunicação.
(Estou reunindo a lista de todos para publicá-la em breve.)
Pude observar que existem duas maneiras de olhar o passado nessa área.
Alguns optaram por observá-lo, a partir do estudo da tecnologia: a história do livro, da escrita, do rádio, da televisão, do computador…
Outros, entretanto, optaram pelo estudo dos ambientes de conhecimento e da informação, capitaneados por Pierre Lévy.
Não resta dúvida, que ambos nos ajudam a compreender o que passamos.
Os primeiros nos dão mais subsídios e dados.
E os outros nos contextualizam mais como essas tecnologias influenciam a sociedade.
( Isso não quer dizer que não haja matizes de um lado para o outro, em ambos os casos).
A tecnologia, entretanto, enfeitiça, nos embriaga e muitas vezes não a colocamos no seu devido lugar.
O que dificulta no processo é a impossibilidade que temos de traçar bem o cenário quando estudamos a história de uma dada tecnologia.
A logica do todo tende a se perder na poeira.
É preciso, a meu ver, traçar, antes de se debruçar no passado, uma determinada maneira que explique como a sociedade, a tecnologia e os ambiente de informação e conhecimento se entrelaçam.
E só então, a partir dessa preciosa bússola, olharmos para trás.
Sem isso, o esforço é válido, mas pode ser pouco produtivo para tentar prever o futuro, missão de todas as Ciências.
Portanto, repito, essa lógica do entrelaçamento tecnologia informacional e sociedade é fundamental para que possamos, a partir deste conceito básico, olhar o passado.
Se o mirarmos sem este tipo de articulação, teremos muito mais dificuldade de poder perceber as diferentes mudanças que aconteceram ao longo da história dos ambientes de informação e conhecimento, tais como a chegada da fala, da escrita, do computador e, por fim, da Internet.
Fica algo sem contexto e sem contorno.
Tenho dito aqui que essa nova abordagem histórica – contextualizada – abre mesmo a possibilidade de uma nova ciência.
Um estudo que passou a ser fundamental para discutir o futuro da humanidade, pois achávamos que os ambientes de informação e conhecimento não mudavam, pois se alteravam muito lentamente.
São, na verdade, vulcões e não montanhas.
A velocidade na troca de informação, da inovação atual, nos mostra que esses ambientes estão cada vez mais mutantes.
Se já era fundamental fazer o monitoramento dos ambientes de informação externos e internos antes da Internet, agora, então, que esses ambientes se modificam rapidamente: Web 1.0, Web 2.0, Web 3.0, incorporar este acompanhamento para ter subsídios na montagem da estratégia geral das empresas passou a ser um item fundamental de sobrevivência.
(Não se trata de quanto vai agregar, mas se você estará ou não competitivo no mercado! Isso merece um post, aliás)
Assim, é preciso um esforço coletivo para:
– Melhorar nossas teorias sobre os ambiente de informação e conhecimento;
– Compreender, da melhor forma possível, como estes ambiente de informação e conhecimento se modificaram no passado;
– E, a partir dessa análise, compreender como eles podem evoluir no futuro, motivo principal de toda a teoria.
Este é o esforço que muitos novos e antigos pesquisadores estão fazendo no mundo inteiro.
Falta você ajudar nessa obra!