“Não existe teoria final, apenas melhores.” – Marcelo Gleiser.
Pensar – submeter (algo) ao processo de raciocínio lógico; exercer a capacidade de julgamento, dedução ou concepção.
Há uma certa confusão sobre como pensar, refletir, adquirir uma melhor Taxa de Raciocínio e Lógica diante da realidade.
O senso comum avalia que o ato de pensar é apenas dedicar mais tempo pensando sobre determinado tema, mas sem adquirir uma Metodologia de Reflexão.
Não, não é do tempo que se passa em cima de um determinado tema/assunto/desconforto/fenômeno que se conseguirá uma melhor Taxa de Raciocínio e Lógica, mas o que faz a diferença é a o uso de uma Metodologia de Reflexão mais Eficaz.
Numa Metodologia de Reflexão mais Eficaz vamos constatar que nosso pensamento é feito NÃO sobre a realidade em si, diretamente, mas sobre as sensações e percepções que temos da realidade, através de nossos Filtros Sensitivos.
Não, ninguém observa a realidade diretamente, mas através de Filtros Sensitivos, um tipo de óculos personalizado de cada um, que traz uma interpretação, um olhar específico e particular da realidade.
Assim, a primeira etapa para se ter uma Taxa de Raciocínio e Lógica mais Eficaz sobre a realidade é superar a falsa impressão de que podemos enxergar a realidade diretamente. Anote: sempre estaremos, de alguma forma, enxergando a realidade pelos nosso Filtros Sensitivos.
E os Filtros Sensitivos sofrem forte influência da família, da escola, da sociedade. Assim, há muita intoxicação sobre a forma que enxergamos a realidade.
Pensar, na maior parte das vezes, não é aprender, mas reaprender.
Pensar, na maior parte das vezes, não é refletir sobre a realidade, mas principalmente sobre o Processo de Intoxicação de Conceitos Ineficazes.
Sob esse ponto de vista, nunca houve e nem haverá o que se chama de razão.
Razão é um verbo disfarçado de substantivo!
Quando pensamos, de fato, o que estamos trabalhando sempre é sobre nossas emoções, que filtram a realidade, fortemente influenciadas pela bagagem cultural que tivemos.
Pensar é um ato principalmente de desintoxicação.
Raciocinar – razão colocada no seu devido lugar como verbo – é uma tentativa de nos aproximar o máximo possível da realidade.
Pensar é uma Atividade Conceitual de Sobrevivência para que possamos viver melhor.
O ato de pensar, portanto, não é sobre a realidade diretamente, mas sobre os Filtros Sensitivos – sempre intoxicados – que todos nós temos ao observar a realidade.
Você tem que conhecer e aprender a lidar com seus próprios Filtros Sensitivos, aprender a se desintoxicar, para que possa lidar melhor com eles para que possa tomar decisões melhores.
A segunda desintoxicação para que possamos aumentar a Taxa de Raciocínio e Lógica é entender que o ato de pensar é um sequencial processo de Desemocinalização, de transformar sensações e percepções em conceitos e dos conceitos criar narrações, que nos aproximem da realidade (porém, nunca de forma absoluta, sempre relativa).
Assim, pensar é, primeiro, sentir e perceber, depois conceituar e, por fim, narrar.
(Metodologia de Reflexão – Sensação -> Percepção -> Conceituação -> Narração.)
É, portanto, da qualidade do longo e permanente ato de Conceituação e de Narração, que teremos uma melhor Taxa de Raciocínio e Lógica diante da realidade e, em função disso, podermos aumentar a Taxa de Qualidade das Decisões e vice-versa.
Conceitos, assim, são os “tijolos” do “muro” da narração. E a narração é o “muro” sobre o qual precisamos “subir” para decidir melhor.
Os conceitos, assim, para serem Mais Saudáveis e Menos Tóxicos precisam seguir determinadas regras, que podemos chamar de Metodologia da Narração – que é objetivo final da Metodologia de Reflexão.
Conceitos precisam ter Alta Taxa de Precisão para que possamos aumentar a Taxa de Desintoxicação Conceitual.
Conceitos servem para aumentar a Taxa de Compreensão Mais Lógica sobre Realidade (Mais Saudáveis) e reduzir a Taxa de Confusão Mais Emocional sobre a Realidade (Tóxicos) sobre a realidade.
Portanto, quanto mais precisos – com menos margem de interpretação – mais podemos reduzir a margem interpretativa e mais podemos testar se aqueles conceitos criam Narrativas com Taxa de Eficácia Maior, se refletindo na melhoria das Taxas de Decisões.
No final das contas, Conceitos Menos Tóxicos e Mais Saudáveis serão aqueles que permitirão a cada pessoa viver melhor e vice-versa.
Conceitos e narrações não são um objetivo final, mas apenas um meio – Ferramentas Conceituais – para que se possa sobreviver melhor. E a métrica se os conceitos são eficazes não está em uma lógica interna, mas nos resultados operacionais que se tem, a partir deles.
Aqui na Bimodais, por exemplo, consideramos que “Ciência Pura” é um Conceito Mais Tóxico do que Saudável. Por quê?
Ciência Pura deseja expressar um contraponto entre uma Ciência Mais Abstrata de outro tipo de Ciência Operacional (mais aplicada).
Há no ato de conceituar, entre outros, o Problema Conceitual de Adjetivação Inadequada. Se criam e se disseminam Conceitos Mais Tóxicos, pela inadequada dos adjetivos e dos substantivos.
O adjetivo escolhido neste caso para definir a ciência é o “Pura“, que nos remete ao seu antônimo imediato que é “Impura”.
A tentativa de criar uma dicotomia – que de fato existe – passa a ser Tóxica, pois o oposto de “Aplicada” não é a pureza, mas abstração, filosófica, teórica, com uma Taxa de Abstração Conceitual maior.
Quando se utiliza o conceito “Ciência Pura”, uma escolha infeliz do adjetivo “Pura” no substantivo “Ciência”, se aumenta a chance, principalmente dos mais novos no campo, de imaginar, mesmo que de forma subjetiva, a ideia de que há pesquisas mais limpas, mais bacanas (as abstratas) das mais impuras ou sujas (aplicadas).
O que acaba por reforçar uma visão e uma prática de que existem pesquisadores que podem estudar o que quiserem sem prestar conta do que fazem para a sociedade, pois são puros, intocáveis.
(Mais sobre a Macrocrise da Ciência 1.0 por aqui.)
O conceito “Ciência Pura”, a nosso ver, traz mais confusão do que explicação, com diversas consequências nefastas para a prática científica.
O conceito “Ciência Pura”, largamente utilizado e aceito pelo senso comum do Ambiente Científico, a nosso ver, causa mais confusão do que explicação, devendo-se procurar alternativas, tais como pesquisas mais abstratas e mais operacionais, mais filosóficas do que operacionais, etc.
Ciência Pura é o exemplo bem escolhido de um Problema Conceitual de Adjetivação Inadequada.
Vejamos agora o Problema do Absolutismo Conceitual.
Outro ponto importante para se aumentar a Taxa de Qualidade da Metodologia da Narração é sair de algo bem comum e praticado com bastante intensidade é o vamos denominar de Absolutismo Conceitual, que é uma visão entre dois pólos inexistentes – sem as devidas graduações.
Quando se diz por aí, por exemplo, que a Revolução Midiática Civilizacional Digital cria a “Economia Compartilhada” temos aí um Absolutismo Conceitual, que gera Conceitos Mais Tóxicos.
Toda a Economia, seja onde for, em que tempo estivermos, precisa de algum tipo de compartilhamento, o que varia são as Taxas de Compartilhamento que determinado Ambiente Econômico permite, a partir das Ferramentas Operacionais e Conceituais disponíveis.
O que temos depois da Revolução Midiática Civilizacional Digital é um exponencial aumento da Taxa de Compartilhamento e não uma “Economia Compartilhada“. Isso é o exemplo típico do Absolutismo Conceitual, um erro dentro de uma Metodologia de Narração Mais Eficaz.
Para combater Absolutismos Conceituais uma Metodologia de Narração que procura uma uma maior Taxa de Eficácia sugere o uso do Gradualismo Conceitual.
O que podemos dizer das mudanças de um Ambiente Econômico depois da Revolução Midiática Civilizacional Digital é de que há um aumento radical ou até mesmo exponencial da Taxa de Compartilhamento e não, a partir de agora, uma “Economia Compartilhada”.
“Economia Compartilhada” é o exemplo típico do Absolutismo Conceitual. A economia sempre foi compartilhada, o que temos agora é o aumento da Taxa de Compartilhamento. É preciso utilizar o Gradualismo Conceitual.
Não podemos dizer também que vivemos agora a Sociedade do Conhecimento, da Inovação, da Informação, da Transparência, mas o aumento das respectivas Taxas de Conhecimento, da Inovação, da Transparência, a partir da chegada e massificação da Revolução Midiática Civilizacional Digital.
Os Bimodais têm diagnosticado, por exemplo, que com a Revolução Midiática Civilizacional Digital vivemos hoje uma inusitada Mudança CREDD (Civilizacional, Rápida, Estrutural, Disruptiva e Desconhecida) e isso tem causado um fenômeno psicológico, que podemos definir como Histeria Coletiva, aumentando muito a Taxa de Apego e de Ansiedade das pessoas.
Nestes Momentos Bimodais provocados pela chegada e massificação da Revolução Midiática Civilizacional Digital é preciso resgatar, mais do que nunca, as melhores práticas das Metodologias de Narração para que possamos ter uma maior Taxa de Eficácia, na compreensão e ação diante das mudanças em curso.
Precisamos sair do verdadeiro “oceano” de Conceitos Mais Tóxicos e passar a procurar criar e valorizar Conceitos Mais Saudáveis, se quisermos aumentar a Taxa de Competitividade de pessoas, profissionais e organizações na nova Civilização 2.0.
Abaixo fizemos uma tabela para apresentar a diferença entre Absolutismo e Gradualismo Conceituais.
Colaboraram com o artigo os seguintes Bimodais:
Fernanda Pompeu, Rodrigo Palhano, Átila Pessoa.
É isso, que dizem?
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GRIFOS EM NEGRITO: CONCEITOS BIMODAIS
GRIFOS EM NEGRITO E AZUL: NOVOS CONCEITOS BIMODAIS CRIADOS NO MÊS DE MAIO (MARCO A COR SÓ NA PRIMEIRA VEZ QUE APARECE, DEPOIS FICA EM NEGRITO)
PALAVRAS EM CAIXA ALTA E NEGRITO: CHAMANDO A ATENÇÃO DO LEITOR PARA ALGO ESPECÍFICO, DO TIPO OBRIGATORIAMENTE.
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