Nosso olhar, como nós, se habitua.
O cérebro adora rotina para poder se acalmar.
O olhar também se acostuma, se vicia.
Vivemos num círculo vicioso do mesmo. Olhamos e vemos o que nos habituamos.
A arte visual tem essa missão: provocar a “desabituação”.
Primeiro, é o artista que se desabitua seu olhar.
Domina a ferramenta de expressão. E se desafia a rever e criar imagens.
Recriar o visual clichê.
Procura ver o que não via.E se expressar recriando imagens.
E, só então, é capaz de levar os outros a desabituação.
O artista visual procura ver o que não via para levar os outros a ver também.
E se desabituar.
O compromisso é consigo mesmo. Um eterno desabituar-se.
Levando os outros, se quiserem.