Nosso cérebro é um economizador de energia.
Por isso, absorve tudo que está à sua volta, transformando tudo em “natural”.
Quando saÃmos de casa, achamos que tudo é extremamente conhecido, sem nos dar conta de que uma cidade levou séculos para se transformar no que ela chegou e está mudando.
Nosso cérebro, assim, é um cérebro indutivo, pois induz as mudanças que consegue perceber.E fica atento apenas para as ameças possÃveis, tornando mais e mais o que é conhecido como algo que significa “não perigo”.
Mudanças mais amplas e profundas vão contra o sistema de economia do cérebro e exigem um outro tipo de esforço conceitual que a maioria de nós tem dificuldade de desenvolver.
Além disso, essa capacidade de tornar invisÃvel o que é visto, traz um grave problema para projetos de mudança e inovação.
Aquilo que é invisÃvel passa a ser legÃtimo, o que é bom, o verdadeiro e tudo que vai contra ao que estamos acostumados, algo ameaçador.
Por isso, combatemos, com tanta ênfase o novo.
Momentos como o atual de tantas mudanças, embaralha o cérebro e o torna mais afeito ao fundamentalismo, pois se agarra a raÃzes mais profundas, com medo de perda de identidade.
Temos dois problemas aÃ:
– não queremos mudar para algo completamente novo;
– e não defendemos coisas que nos são fundamentais, pois achamos que elas são eternas.
Falarei mais disso adiante.
[…] Vimos aqui o problema do “cérebro indutivo”. […]