Comecei falando mais sobre isso aqui.
Podemos dizer que o que move o mundo é o aumento da complexidade. Quanto mais complexo for o ambiente, mais complexo terá que ser o aparato tecnológico da tecno-espécie.
Porém, é preciso contar que toda a tecnologia que chega cria novos futuros.
Ou seja, são empreendedores que trazem o futuro para o mundo e isso nos leva a movimentos distintos.
- Os que criam o futuro e tem interesse nas suas mudanças;
- E os que estão vivendo bem do presente, colhendo o passado, que vão se colocar contra as mesmas.
Assim, há uma tensão tecnológica entre os que querem a mudança e os que querem retardá-la.
Antigamente, o mundo era mais isolado e menos conectado e estes conflitos eram mais explosivos.
E os tempos cognitivos eram mais lentos, mais demorados e mais gritantes entre os povos.
Quando os europeus chegaram para o nosso lado eram seres mais urbanos, que vivem em um outro modelo de adensamento, já bem mais afastados do mundo mais natural, com um conjunto de tecnologias mais compatíveis com aquele modelo.
E vieram dar de frente com uma tribos que não conseguiam nem acreditar no que viam diante do nariz.
Foi um choque terrível.
Hoje, o aparato cognitivo passado dos meios verticalizados de massa já eliminam bastante esse desconhecimento de novos futuros, pois alguma coisa chega para todos.
Mas há barreiras a serem enfrentadas:
- – nem sempre a complexidade vivida no local é compatível com a tecnologia de ponta, há um descompasso do equilíbrio tecnologia-complexidade;
- – nem sempre há recursos para comprar os novos produtos;
- – nem sempre há interesse da estrutura de poder para implementá-lo.
- – entre várias outras alternativas.
Hoje os gaps tecnológicos, nem sempre são por desconhecimento, mas muitas vezes por rejeição.
Por outro lado, o processo é bem mais rápido, criando tempos cognitivos cada vez mais distintos e velozes, aumentando o fosso entre os centros e as pontas.
Veremos hoje cidades, bairros, ou mesmo pessoas que parecerão que estão saindo de marte andando em plena cidade de barro.
O futuro e o passado ficarão gritantemente paralelos.
É isso, que dizes?
Nepô,
Acredito que dificilmente o futuro e o passado possam coexistir com tamanhas diferenças. Algum irá se sobrepor.
Pelos rumos da história, o futuro deverá se sobrepor ao passado. Mas qual o custo disso?
Os valores do “passado” normalmente compõem nossa cultura, nossas raízes… se o passado for sobrepujado de forma tão violenta e rápida, o que acontece com nossos valores históricos?
Como seria uma nova sociedade “Tecno-Cognitiva” com uma baixa taxa de heranças culturais?