Informação inútil, fofoca e extrato de banco perdem o sentido ao final do dia – Nepô, da safra 2011;
Bom, discutimos bastante ontem com a turma Dig8, do curso de pós de Marketing Digital da Facha, sobre muitas coisas e algo que considero principal é a capacidade das pessoas nesse momento em conseguir ir reduzindo o tempo que se dedicam ao superficial (fofoca) para o relevante.
(Chamo de fofoca o consumo desenfreado de dados soltos sem nenhum tipo de articulação).
Bom, basicamente é preciso se dedicar mais tempo a quem cria significado e menos tempo em quem passa dados sem importância.
A mídia 1.0 acredita que vai competir na Internet com o Twitter, ao invés de gerar significado.
Estamos perdidos, desfiltrados, um tiroteio de cegos, até tudo começar, de novo, a se ajeitar.
O Moreno na tese dele afirma que na Internet temos o povo do “eu vi” e o do “eu acho”.
98% estão no primeiro e a minoria no segundo.
Todo mundo repassa tudo, mas ninguém nem para para ler o que está passando, muito menos consegue alinhavar um cenário onde se contextualiza o que se está repassando adiante.
E isso é grave.
Para ampliar significado e reduzir a fofoca é preciso ter estratégia de leitura e como tendência geral caminhamos para a seguinte direção para quem quer sair da manada:
a) reduza o tempo de consumir migalhas e procure mais o pão, menos joio e mais trigo, ler alguns livros é importante, veja minha lista de sugestões;
b) procure depois de ler qualquer coisa, antes de fechar e ir para outro, situar o que leu da seguinte maneira, respondendo as perguntas:
(É um exercício que verás será um diferencial na sua vida):
- Qual o problema que o autor aponta, que o incomoda na sociedade?
- Como ele pretende minimizá-lo/ respondê-lo?
- Qual a relevância do problema que o autor apresenta?
- Qual a viabilidade das sugestões de mudança?
- Você acha que o problema foi bem apresentado, o que acrescentaria?
- O que que mudaria na sugestão de minimização/solução?
- Como você apresentaria a questão com a sua bagagem?
Diante disso, você define uma escola de pensamento.
Aquele autor – sobre tal problema – o vê desse jeito, sugere esse tipo de mudança e eu tendo a concordar ou discordar dele por tais motivos e considero que as propostas de minimizar tais problemas são eficazes, ou não.
Farás um balanço crítico do que foi lido e colocará isso em algum lugar na Internet para discutir com seus amigos.
Esse exercício lhe dará um potencial crítico interessante, verás que por trás de cada autor existe uma linha de pensamentos e começarás a ver como vários autores pensam igual ou diferente.
Verás ainda mais assustado que a maioria – quase sempre – pensa quase igual, são poucas as mudanças de pensamento, o que vai te dando uma economia gigantesca de tempo, depois de alguns resumos.
Logo saberá de qual linha de pensamento é aquele autor.
E vais ganhando mais e mais diferencial de leitura!!!
Vais criar um time de futebol ao longo do tempo, identificando maneiras de pensar o problema que está analisando e começará a perceber que rapidamente, lendo cada vez menos, irá identificando as linhas de raciocínio cada vez mais rápido, poupando tempo e eliminando a necessidade de se aprofundar tanto.
Bingo, começas a lidar melhor com o lixo informacional e separa o que é caixa de quebra cabeça e o que é peça, encaixando-as conforme a caixa.
Com o tempo, se dedicará a procurar pessoas com ideias diferentes das que você conhece e sugestões de mudanças distintas.
Esse é o exercício crítico de leitura.
É bom, a partir daí, ler pessoas que fundam linhas gerais, tais como Marx, Freud, Sócrates, Platão, etc…que são pensadores tão relevantes que criam linhas de seguidores.
Na área da cibercultura, por exemplo, alguns autores são clássicos e fundamentais, tais como Pierre Lévy e Castells, por exemplo.
Se debruçar com calma sobre o livro “Cibercultura“, do Lévy, lê-lo com atenção, marcando e fazendo o exercício crítico acima descrito será um exercício que lhe economizará muitas horas de perda de tempo com dados, infográficos, etc.
Lévy vê a Internet do alto, quase de um satélite, traçando tendências macro que nos dão a caixa do quebra cabeça e não cada uma das peças.
Lê-lo nos mostra muito mais do que maratonas inteiras de Twitter.
Leonardo me pergunta quem seguir no Twitter.
Acredito que deves procurar ir encontrando estes autores de satélite e passar a ver quem faz a cabeça deles e ir fazendo esse exercício de estratégia de leitura.
Quem quer sair do operacional e passar a estratégia deve seguir estes passos.
Quem deseja ser operador de ferramenta, Twitter, Facebook, não verá muita graça neste post.
Mas também daqui a alguns anos terá um salário bem menor do que aqueles que conseguem criar significado.
Que é algo cada vez mais escasso no mercado, apesar do que se diz ingenuamente em contrário.
Que dizes?
[…] « Autoridades 2.0 Menos fofoca e mais significado […]
Fazer este tipo de leituras de obras e autores é o ideal para a criação de base teórica e pensamentos aprofundados sobre qualquer assunto que nos interesse.
Concordo com tudo que foi proposto.
Sou sua fã! =)
Emanuella, valeu o apoio..é bom..saiba disso.
Nepô.
Nepô, olha eu aqui de novo, te admirando.
Concordo com Emanuella, muito bom.
Temos de ser Relevantes!
Melhor, temos que gerar outros Relevantes!
Mas quanto a letras, creio que hoje devemos olha-lás com ceticismo.
Inclusive: Ví seus videos, muito bons, parabéns!
Adorei o cabeça quadrada… Hahaha! Temos muitos por aí…
“Acredita-se que hoje haja um grande preconceito com o livro,
acredito que o preconceito existe quanto a educação, sendo
o livro, somente um dos métodos de aprendizado.”
Bruno Eduardo Goodma de Souza
Valeu, Bruno concordo….grato pelo incentivo, é sempre bom!
Nepô, essa questão do significado é bem interessante. Precisamos identificar os que analisam as tendências e não os que acompanham o modismo.
A dúvida não era de quem seguir no Twitter, mas nos modelos mentais. Já me respondeu!
Ótima aula! Ótimo exercício!
abraços
Parabéns pelo post, adorei e concordo com tudo o que foi proposto. Compartilharei com os amigos!
Leonardo e Daniela, valeu!
Nepô, obrigada por este post. Me ajudou a aprofundar mais a aula de ontem, já que era um grande incômodo a questão do significado!
beijo,
Karen
Bom, agora pode ter certeza de que meus livros de cabeceiras são outros. O interessante que ao nos aprofundarmos em algo que realmente tem significado, acabamos criando dentro de nós, outros significados. Acho que a mudança está começando a surgir em mim, como havíamos mencionado nas aulas (DIG8), de dentro para fora.
Obrigada Nepô!
Baêta,
Agradeço a oportunidade de poder ajudar e crescer junto.
Nepô.
É muito interessante filtrar informações digitais através da criação de modelos mentais como você sugeriu, Nepô. E outra forma, que eu uso sempre que preciso pesquisar algo em fontes mais “bebíveis”, é adicionar a palavra “blog” ao meu assunto pesquisado. Por exemplo: quero saber sobre água. Então, no Google, busco por água blog. Assim, evito os sites da pop mídia – que também discutimos em aula, como UOL e Terra – e tento sair da mesmice dos tops da Internet. Sobre o “eu vi” e “eu acho”: ainda considero pior os “fui eu” – os “eu vi” que só divulgam o fato (fofocas ou não) sem aspas, como se tivesse sido ele (“fui eu”) o autor.
Allan, Leonardo e all, complementando o post sugiro para quem quer, de fato, acompanhar o mercado e abrir cabeça:
– Revista Época Negócios;
– Revista HSM Management;
– Valor, parte de tecnologia, revista de sexta “Eu fim de semana” sempre tem algo bacana, como especial com MacLuhan. (pode assinar só online)
Ainda, aí é meu particular, mas compartilho:
Folha Domingo: Gleiser, Suzana Ombudsman, Gullar;
Globo: Wisnick (sábado), Bosco (quinta), Hermano (sexta). E Magnolii (eventual), tem também a blogueira de cuba, aos domingos, acho que de 15 em 15 dias.
Twitter, pessoas que fazem diferença por aqui:
Gil Giardelli, Martha Gabriel, Luli Radfahrer, Silvio Meira.
Lá fora:
Clay Shirky, Castells, Lévy e Davenport.
É o meu radar, deixando de citar mais gente, mas só para ser bem sintético.
Alguém acrescentaria algo?
Nepô.
OI, Nepô,
concordo com você sobre a questão de se aprofundar nos temas e virar um estrategista ou ficar lendo superficiamente e ser operadora de tt, fb e etc. Por isso, estou lendo aquele livro que te falei do Castells! E adorei a sua indicação do Pierre Levy! Na época da faculdade li outros livros dele, e acho que apenas alguns capitulos deste livro, vou aproveitar retomar a leitura 😉
beijos e bom resto de domingo!
Julia, tem tudo na estante virtual, barato. beijos.
Excelente guia!
Bom, eu gosto muito do Cavallini, que ao meu ver segue muito mais essa linha das tendências do que do modismo.
Segue o link do blog:
http://www.coxacreme.com.br/
Nepô, aqui tem uma entrevista dele na HSM.
http://goo.gl/tNNzK
Abraços
Não se esqueçam que, assim como na vida, no twitter e em outras redes sociais, existem os filtros/listas. É uma ferramenta bastante útil e eficaz para se obter a fonte certa de significados (e de fofocas também, claro!). Sem contar no tempo que economizamos para procurar “mais trigo e menos joio”, como bem disse o Nepô.
O melhor de tudo é podermos ter esse complemento da aula e assim repensar em tudo que pensamos em quanto estávamos lá.
Resumindo: Gerar relevância com profundidade é fundamental!
Abs!
Rodrigo, é isso:
só se gerar relevância com profundidade, senão é superficial e supérfluo.
Excelente o post! Também fiquei feliz com a indicação de Levy, que marcou muito os meus anos de faculdade, meus trabalhos e minha monografia.
Achei ótimas as dicas sobre o Cavallini, Leo. Mandou bem! 🙂
Nepo, a questão do “significado” foi muito importante para mim. É tão pertubador em meio a tanta informação e conhecimento sentir-se superficial, raso, às vezes até vazio. Nossas aulas estão me conduzindo a um novo patamar de reflexão e prioridade de vida. Obrigada! Beijos
Mila, o que o povo gosta e eu idem é o método que é o do diálogo, se gostou, como dizia o Bill Wilson, leve adiante.
Nepô.
[…] (Detalhei depois sobre isso na discussão sobre fofoca e significado. Post mais de ajuda do que reflexivo.) […]
[…] Sair da fofoca para o significado! […]