A principal doença moderna é a compulsão informacional – Nepô – da safra 2011 de frases;
Será que não estamos transformando o Twitter/Internet/Facebook em ferramentas de compulsivos informacionais para outros?
Antes que possam me dizer que é papo furado, a compulsão é uma doença como outra qualquer, só que ronda a área afetiva-cognitiva, com desdobramentos neurológicos.
A compulsão é uma dificuldade de trocar afeto, de viver, amar, ser e, por causa disso, substitui todos esses sentimentos, para determinado foco específico, o que varia de caso a caso, como droga, sexo, álcool, jogos, comida, informação, etc…
Falo de cadeira, pois já fechei meu diagnóstico, sou compulsivo e sei o mal que essa doença faz.
Tento administrar o mundo online de forma comedida.
Vejo cada vez mais gente, sem se dar conta disso, viciada em informação, na Internet, no Facebook, no Twitter, etc.
E aí vem a pergunta clássica, mas eu não preciso usar a Internet para viver e trabalhar?
(Já vi compulsivo chamar de Infernet.)
Claro que precisa, o que caracteriza a compulsão é a dose.
Quando começamos a ficar sem controle do uso, ficando escravo daquele comportamento, aí devemos começar a nos preocupar, pois perde-se a liberdade.
Muitos dirão que é o seu trabalho, será?
Da mesma maneira que os compulsivos com comida ou sexo tem que administrar a dose, pois não podem viver sem, o Internauta compulsivo tem que saber o que é o uso saudável, para o irracional.
A compulsão é algo que vem e que vai e pode ser administrada, porém, não curada nos casos crônicos.
Se você está compulsivo agora com alguma coisa, mas nunca teve problemas antes, provavelmente, é algo passageiro, tal como uma fase com tempo a mais, briga com namorado, encantamento com novo ambiente digital, etc…
Se você sempre foi compulsivo com alguma coisa e agora está na Internet, com alguma atividade que não tem controle, é algo que pode ser crônico.
(Existem médicos e psicólogos especializados em compulsão, muitos deles conhecedores dos grupos de anônimos, que fazem uma dobradinha.)
Algumas características de uma pessoa que está com a taxa de compulsão alta:
– descontrole;
– abdicação de vida pessoal/profissional para a prática compulsiva;
– mudança de humor rápida;
– irritação/raiva constante;
– falta de clareza;
– perda de sentido na vida;
– depressão.
Acredito que a compulsão informacional – com as variantes que a Internet oferece – pode se caracterizar como uma doença grave e sem diagnóstico claro, pois fica no bolo, de que estamos fazendo o que a sociedade estimula.
Pode levar a algumas crises agudas e mesmo a consequências danosas, não do uso da Internet, mas do agravamento da compulsão para outros focos, ou mesmo, para perda de amigos, namorados e até empregos.
E por aí vai…
Vejo pessoas 24 horas por dia, no Twitter, por exemplo, Twittando, sem parar, de madrugada, nos fins de semana, como se fosse possível alguém ler ou a pessoa estar passando algum significado com tudo aquilo.
Muitas vezes essa ilusão da informação é simplesmente um compulsivo trocando compulsão com outro compulsivo.
Se espremer, só vai sair problema afetivo e quase nada de significado.
Como no AA, o primeiro passo para o compulsivo é cair a ficha que tem um problema e quer ajuda.
Infelizmente, ainda não conheço grupos de Internautas Anônimos no Brasil, mas está mais do que na hora que eles comecem a aparecer.
Veja depoimentos como esse para ver o problema.
Alguém tem alguma pista?
Que dizem?
Mais sobre o tema:
Primo – “Existe, de fato, o vício de internet?”
Twitte-me:
– Você é compulsivo informacional? – http://bit.ly/dVhItE
– A compulsão informacional provoca raiva, angústia, isolamento e depressão – http://bit.ly/dVhItE
– Não se iluda, compulsão informacional é uma doença e não uma paixão – http://bit.ly/dVhItE
[…] This post was mentioned on Twitter by cnepomuceno, Robson T Ferreira. Robson T Ferreira said: RT @cnepomuceno: Não se iluda, compulsão informacional é uma doença e não uma paixão: http://bit.ly/dVhItE […]
Não sei se seria correto me colocar como referência, pois lido com computadores (sem ser nerd ou cientista, pois tenho conciência que o meu conhecimento é tão pequeno diante de tantos cobras que conheço) desde meus 12 anos (tenho hoje 46). Então, já adolescente estudava com computador me auxiliando, lia muitas coisas em livros americanos (por que não havia literatura no brasil), via vídeos legendados sobre este equipamento tão envolvente, desenhei no micro e imprimi em impressoras de Memória RAM: 16 Kbytes Tela modo texto: 22 linhas x 32 colunas Tela modo gráfico: 44 linhas x 64 colunas, … De lá pra cá tuodas as coisas que fazia vieram sendo colocadas no microcomputador, cada vez mais micro e mais accessível. Por que conto tudo isso, pra entender talves, que não se trata de uma doença, no meu caso (sem tentar justificar), mas digo aqui o mesmo que disse à minha esposa quando ela me questionou sobre o meu “provlema” de querer estar sempre no computador. TENHO CENTENAS E CENTENAS DE E-BOOKS, OS QUAIS ATÉ TENHO EM LIVRO, QUE POSSO LER NO LAPTOP, TENHO CENTENAS E CENTENAS DE MATERIAL QUE LEIO POR QUE ESTUDO SOBRE O GOOGLE, TENHO PROGRAMAS NOS QUAIS POSSO PRODUZIR IMAGENS, DOCUMENTOS, VÍDEOS E ÁUDIOS. TENHO BILHÕES DE POSSIBILIDADES DE ENTRETENIMENTO. A FAMÍLIA, NO GERAL, PREFERE ESCOLHER VER UMA TELEVISÃO SEM NENHUM PODER DE ATRAÇÃO PRA MIM, POIS NA TELEVISÃO BRASILEIRA NÃO HABITA INTELIGÊNICA, NEM NO ALTAS HORAS. A TELEVISÃO CONTINUA A MESMA A NÃO SE RPELA COR, SOMENTE. PARECE POLÍTICA, SÃO AS MESMAS EMISSORAS HÁ “SÉCULOS” SÓ PRA EXAGERAR UM POUCO. LOGO, ENQUANTO ALGUNS ESCOLHEM A PORCARIA DA TELEVISÃO EU PREFIRO FAZER TUDO ISSO O QUE JÁ DISSE E MUITO MAIS. Desculpem a letra maiúscula, foi só pra separar o que disse pra minha esposa do que estou escrevendo aqui. Viajei ou não? Será que tenho algum problema de saúde por isso ou não? Abraços,
ont…
João com certeza você é um compulsivo informacional, digo isso pelos nossos
papos aí em Brasília, o problema é: isso tem te incomodado ao ponto de querer mudar isso?
o que dizes?
Não, não me incomoda de forma nenhuma. Acrescento apenas mais duas coisinhas: (1) que tenho visto que tudo que fazia antes dispersivamente faço hoje no microcomputador; e (2) vi no computador juntamente com os programas, internet, mídias sociais, comunidades sociais, etc… que podemos participar mais ainda. Por exemplo, jamais poderiamos trocar essa idéia agora no momento a um custo zero (até por que estou no trabalho), se não fosse tudo isso do qual vc está falando. O que dizes?
Obs: posso colocar no teu blog esse papo aqui?
Abraços,
Obs: vc é tbm compulsivo informacional? Por que?
Mais uma perguntinha:
o que vc percebeu em mim quando conversamos, que o fez ver que sou compulsivo informacional? E o que tem nisso que caracteriza algum problema e qual problema?
Abraços,
João, sou compulsivo de maneira geral, administro várias compulsões, a informacional é uma delas…
A compulsão nos tira a liberdade, passamos a trabalhar para ela e não o contrário, crises de raiva, damos pouca atenção a nós e aos outros, nervosismo, etc…
Isso tudo são os sintomas…
Normalmente, mudamos quando algo de ruim acontece e percebemos que do jeito que vai, não dá…
Mas isso é individual e intransferível, não coloquei no blog, para evitar te expor, mas se quiser fazê-lo, tudo certo.
abraços,
Não me incomodo, acho que deve ser colocado por que a finalidade é esta. Partilhar abertamente. Como não sinto como um problema acho que as pessoas devem saber disso, mas acho muito interessante tanto quanto importante a opinião, principalmente, de um a outra pessoa, outra visão, outro foco, um especialista,…entende?
Abraços,
Obs: estou colocando lá.
Nepo, como diz na minha terra: VC É UM CARA “PAIDÉGUA” !!!! Faço muito gosto de saber das pessoas o que passo pra elas sobre mim, por isso me interessa demais a tua impressão. Abraços longos e fraternos.
Valeu João!
Não sei se chego a ser, mas acho que estava caminhando para isso em algum momento, freei totalmente e estou tentando focar em outras coisas, como estudo, etc.
Julia, uma boa coisa é ler os clássicos, livros que consigam te fazer subir na montanha…o dia a dia da rede é viciante e pouco produtivo. Valeu visita. N.
mais de um ano depois eu me deparo com este post e simplismente decreve a minha realidade … não consigo viver sem o Facebook. até consigo que tiver longe doe qualquer aparelho eletronico com acesso a internet, já procurei grupos que pudesse me ajudar sem sucesso, e só tive exito quando comecei a terapia.Com todas a facilidade do mundo virtual as pessoas passam mais tempo no computador que com a Familia. Atualmemte vivo uma luta diaria contra meu desejo do Facebook. neste exato momento tive uma crise e ao ler o post e os depoimentos veio a minha memoria tudo que quase perdi por causa do Facebook.quantos trabalhos da Faculdade com nota baixa feito nas coxas para suprir meu desejo de estar incluida no processo. o emprego que quase perdi. Infelismente as pessoas não veem como um vicio,acham que é irresponsabilidade e imaturidade, assim como eu pensei no inicio, em pensar que isso começou porque eu queria acompanhar a vida de um paquera pelo facebook… Obrigada pessoas por dividirem essas opnioes e experiencias comigo… mais uma hora “ciberlimpa”
Lilian, fiz o post de hoje comentando este seu comentário:
http://nepo.com.br/2012/11/22/o-neo-iluminismo/
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Nepô (Carlos Nepomuceno)