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Foi logo ali no ano passado que o Luli Radfahre marretou em sua palestra marcante e inesquecível o ensino nas escolas brasileiras.

Parecia aqueles alunos do Pink Floyd derrubando o muro.

Marreta na educação do passado.

Marreta na educação do passado.

Dias tempos ele blogou o seguinte, depois de uma tempestade de elogios e críticas:

“Quero começar pelos argumentos mais usados por quem tem aquela velha opinião formada sobre tudo e não está disposto a contribuir com o debate: que eu não tenho autoridade para expor o tema”.

E seguiu:

“O primeiro desses argumentos eu considero simplesmente estúpido – não por mim, mas pela idéia de “autoridade” em si, autoritária por definição. A sugestão que alguém precise “ser autorizado a” ou “ter o direito de” expor um novo conceito, tema, opinião ou tendência é servil e contraditória, típica de uma época em que o poder e a informação eram bens centralizados e controlados (para quem insiste no argumento recomendo a leitura de minha série “o fim da Idade Mídia“, publicada há alguns posts neste blog)”.

Não vou aqui defender o Luli, pois ele não precisa.

Quero aproveitar essa idéia de que fulano não tem autoridade, não tem propriedade para falar de tal ou qual assunto, aliás, um problema nada novo.

Notem que antes do livro impresso, só quem publicava era a Igreja nos livros manuscritos.

Quando muitos começaram a poder passar suas idéias para um livro impresso – saiu-se de uma panela e ampliou-se para um panelão maior, mas continuamos com os escolhidos que tinham propriedade e autoridade para falar daquele assunto na “mídia oficial”.

É o que ele chamou de Idade Mídia (um bom termo que já incorporei).

Não havia, até a chegada da Web, pitacos de fora.

Os veículos disponíveis e os editores (do rádio, jornais e tevês) filtravam quem não era do clube.

Cadê a carteirinha da panela?

Cadê a carteirinha da "panela"?

Quem não tinha autoridade ou propriedade, ou fazia um jornal de mimeógrafo, uma rádio pirata – restrita aos amigos ou uma dada região – ou chupava o dedo.

Existia os com espaço na mídia e os sem-espaço.

(Na verdade, isso ainda não acabou, mas o espaço do miméografo hoje é infinito.)

Os sem-mídia estavam rodeados por uma cerca de arame farpado chamada custo da publicação.

Ops, tá fechado!!!

Ops, tá fechado!!!

O preço de publicar despencou com a rede e, agora, com a facilidade de se ter espaço em um blog, cada um dar o seu pitaco se massificou.

Não existe mais autoridade e propriedade para opinar.

Basta blogar, de onde e quando quiser, desde que não minta ou ofenda ninguém.

Quem vai dizer se aquilo que é dito serve para alguma coisa é quem vai ler, ignorar ou replicar.

E aí entra a nova cultura.

Você hoje tem milhões de canais na rede para mudar a gosto seu controle-mouse-remoto.

E a tecla DEL, inventada por Deus, para apagar aquilo que acha que não faz parte do seu interesse.

E aí está a nossa forma de dizer o que achamos.

Ignorar completamente.

Ou ler/comentar.

E, se gostar, espalhar.

Ignorar pode, questionar o direito de publicar, não mais.

Ou bem como respondeu o Luli.

Quem não gostou dos temas apresentados pode tampar os olhos e achar que é invisível.

É um bom recado que deveria constar na página de entrada de todo bom blog.

Se você não gostar de algo e não quer mais ler, ignore.

Se não gostar,não leia.

Se não gostar,não leia.

Desvendará, assim, de forma rápida e fácil, o misterioso caso do blog invisível.

Concordas?

3 Responses to “O misterioso caso do blog invisível”

  1. Formanski disse:

    Prezado Nepomuceno,

    Este tema me lembrou um outro post teu a respeito dos seguidos e seguidores, formando assim um “filtro humano”. É uma belíssima solução para o “overload” de informação, cabendo a cada um escolher a linha a seguir.

    Felicidades,

    Formanski

  2. […] escrevo no blog, antes de tudo, para exercitar os neurônios, alongar a massa encefálica, opinar sobre as coisas do mundo, criar um arquivo pessoal disponível e deixar meu legado, sabe-se lá o que me aguarda amanhã . A […]

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