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#filtros_informacionais – como filtrar tanta informação?
Resumo do artigo em tabela:
A quem se destina o artigo abaixo:
Vamos ao artigo:
“Nós não temos um problema de excesso de informação, mas de filtros.” – Shirky.
Muitos chamam a sociedade atual de “sociedade do conhecimento“.
Motivo?
Temos mais conhecimento e, por causa disso, isso caracterizaria a atual sociedade. Será falso ou verdadeiro tal diagnóstico?
É preciso, ao tentarmos diagnosticar qualquer fenômeno conseguir separar o que é conjuntural, aquilo que muda nas ocorrências, do que é estrutural, que não muda nunca.
O conhecimento é algo estrutural para o ser humano, assim como a informação e o compartilhamento.
Do ponto de vista mais científico, TODAS as sociedades humanas SEMPRE foram do conhecimento.
Sociedade do Conhecimento é, portanto, um conceito mal formulado e tóxico.
Quando temos um diagnóstico equivocado, na sequência vem também um tratamento também inadequado.
Diagnosticadores, de qualquer setor, são preparados para diagnosticar bem para que possam sugerir tratar bem.
A realidade não admite diversos diagnósticos e diversos tratamentos. Alguns se aproximam mais ou menos da realidade e, portanto, são mais ou menos eficazes.
É falsa a ideia de que se pode diagnosticar de qualquer jeito, pois não se pode tratar de qualquer jeito.
A Ciência é a ferramenta humana para que se possa fazer diagnósticos melhores e, por sua vez, tratamentos mais adequados.
Tudo que é estrutural em um fenômeno NUNCA pode ser atribuído a um determinado momento do mesmo. É um erro primário e equivocado de diagnóstico.
Não podemos chamar a atual sociedade nem “do Conhecimento”, nem também “da Informação” ou do “Compartilhamento” apenas por que temos mais de tudo isso!
O conceito “Sociedade do Conhecimento” é um erro que podemos definir como Conjunturalismo Equivocado, quando se atribui a um fenômeno algo que é estrutural como se fosse conjuntural.
Quando analisamos a Macro-História, podemos constatar que SEMPRE aumentamos a produção da informação, do conhecimento e da interação, de forma exponencial, quando surge uma nova Mídia Descentralizadora.
O que temos hoje é uma Sociedade com MAIS conhecimento e NÃO a sociedade do conhecimento!!!
Novas Mídias Descentralizadoras, quando surgem, empoderam o Sapiens e permitem que se aumente a Taxa de Produção de Informação na sociedade.
Isso ocorreu no passado em outras Revoluções Midiáticas, tanto com a chegada dos Gestos, da Oralidade e das Escritas Manuscrita e Impressa.
Revoluções Midiáticas ampliam exponencialmente o número de fontes, aumentando, assim, a quantidade de informação circulante na sociedade.
Além de termos muito mais Sapiens no mundo, com a chegada e massificação do Mundo Digital, cada Sapiens agora tem, ou pode ter, um canal para produzir informação.
Assim, podemos diagnosticar que vivemos a Sociedade Digital, que, por causa da nova mídia, seja gerada muito mais informação, conhecimento e interação.
O aumento exponencial das fontes de informação é um Movimento Sistêmico Espontâneo característico de Revoluções Midiáticas.
Um Movimento Sistêmico Espontâneo é algo que ocorre na sociedade humana sem que haja um comando central determinando tal movimento. São ajustes que ocorrem de forma quase natural dentro de uma espécie Tecnoculturalmente bem artificial.
É, assim, justamente, o aumento exponencial da Taxa de Informação Circulante, que cria um novo desafio para o Sapiens 1.0.
O Sapiens 1.0 foi formatado para viver em uma sociedade com muito menos informação circulante do que a atual.
A frase do influenciador digital americano Clay Shirky, que abre o arquivo, é “matadora” nessa direção.
Shirky define bem o novo problema para o Sapiens 2.0: precisamos de novos filtros mais adequados para essa nova etapa civilizacional, que chega com uma Taxa de Produção da Informação exponencialmente maior.
A Filtragem de Informação 1.0 que praticávamos no Pré-Digital era para um Ambiente Midiático com uma Taxa Circulante de Informação muito menor.
A Filtragem de Informação 1.0 se caracteriza pelo Ambiente Informacional Pré-Digital.
É preciso agora, diante deste novo Patamar de Complexidade Informacional, um processo de filtragem muito mais sofisticado.
Hoje, é preciso desenvolver e disseminar a Filtragem de Informação 2.0, que se caracteriza por criar e disseminar Filtros Informacionais Exógenos e Endógenos dentro das novas Tecnopossibilidades do Digital.
A Filtragem de Informação 2.0 se divide em dois blocos:
- A Filtragem da Informação Exógena (de fora para dentro) – que é feita pelas Plataformas Digitais, com o uso de novas filosofias, tecnologias e metodologias, tarefa principalmente para os Profissionais de Informação 2.0;
- A Filtragem da Informação Endógena (de dentro para fora) – que é feita pelas próprias pessoas, com o uso de novas filosofias, tecnologias e metodologias, tarefa principalmente para os Educadores 2.0.
No caso dos Educadores 2.0, é preciso uma mudança nas bases do Aprendizado Formal para que o Sapiens 2.0 possa lidar com as seguintes questões:
- O que é mais verdade? – filosofias, teorias, metodologias, que os ajude a identificar o que é mais ou menos verdadeiro;
- O que é mais compatível comigo? – filosofias, teorias, metodologias, que os ajude a identificar o que é mais ou menos próximo dos seus dons e vocações para poder viver em um ambiente muito mais competitivo.
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