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Introdução
O presente artigo tem a (s) seguinte nova hashtag (s):
- #Indústria 2.0 – as disruptivas mudanças nas Indústrias de Produção de Itens de Consumo.
É um Artigo Bimodal Fenomenológico (estudo do fenômeno). Não é, portanto, um Artigo Epistemológico (organizativo), pois NÃO trabalha com o detalhamento do Arcabouço Conceitual e nem levanta questões Aplicalológicas (aplicação dos estudos).
Resumo do artigo em tabela:
Vamos ao artigo:
“O que serve ao espírito nos põe em movimento.” – Gaston Bachelard.
Futurar é criar equações, a partir de padrões registrados e analisados do passado.
O trabalho de um Futurista de Excelência é organizar o diálogo sobre cenários futuros para que se possa analisar as variantes possíveis.
De maneira geral, o principal problema quando analisamos o futuro, é ter de enfrentar a Embolação Conceitual do presente.
O primeiro passo da Futuração é a Reconceituação.
Exemplo?
A Petrobras se vendeu, durante muito tempo, como uma empresa de petróleo e se reconceituou depois como uma empresa de energia.
A Petrobras saiu da visão da oferta e passou a para a visão da demanda.
O Futurismo de Excelência precisa analisar sempre a demanda, que é mais fixa para depois projetar a oferta, que é mais variável.
Quando vamos iniciar o diálogo sobre o Futuro da Indústria é preciso reconceituar bastante para que possamos nos desintoxicar de conceitos ineficazes.
O Mundo Digital permite que tenhamos novas Tecnopossibilidades ao oferecer produtos e serviços, de forma mais adequada aos consumidores.
O Mundo Digital permite aumento exponencial:
- da participação dos clientes no consumo;
- de geração de dados de consumo;
- de quebra das barreiras de tempo e lugar;
- de automação, via Inteligência Artificial, de Processos Produtivos.
Porém, nem todos Itens de Consumo permitem que as novas Tecnopossibilidades possam ser utilizadas por todos.
Vejamos:
- uma empresa de cadeiras pode codificar uma série de atividades, mas não a cadeira diretamente;
- um empresa de cursos pode codificar todo o seu material sem problema.
Assim, para efeito de análise de futuro, é preciso separar de uma nova forma o que chamamos de serviço e produtos.
Primeiro, passemos a chamar produtos e serviços de Itens de Consumo.
Itens de Consumo é tudo aquilo que o Sapiens necessita para sobreviver e está disposto a pagar por ele.
O ar, por exemplo, de maneira geral, não é um Item de Consumo. Um respiradouro hospitalar, um tipo de ar direcionado para um paciente, é um item de consumo.
Detalhemos dois tipos de Itens de Consumo:
- Itens de Consumo Codificáveis – que podem ser codificados;
- Itens de Consumo Não Codificáveis – que AINDA NÃO podem ser codificados.
Ninguém pode comer, por enquanto, bits e bytes é preciso algo concreto para colocar na boca e mastigar. Comida é um Item de Consumo Não Codificável.
Codificar é a capacidade que temos de transformar um Item de Consumo em códigos.
Não é à toa que as Organizações 2.0 são quase todas filhas de Itens de Consumo com maior Taxa de Codificação.
O Uber, por exemplo, demanda carros e deslocamento físico de pessoas, porém ainda não criou AINDA o teletransporte.
O Uber é menos Codificável do que um curso colocado na Eduzz ou um programa de comentários sobre um time de futebol.
Porém, o Uber permite mais Codificação na sua operação do que um fabricante de cadeiras, pois um passageiro, depois que usa o Uber, não leva nada para casa além daquilo que entrou dentro do carro. Já alguém que compra uma cadeira, leva.
Quem compra uma cadeira, está comprando Novos Átomos. Quem anda de Uber está transportando Velhos Átomos de um lado para o outro.
Vejamos:
- Podemos dizer que o Uber vende um Item de Consumo Não Atômico, que não agrega Novos Átomos para o cliente. São Itens de Consumo Intangíveis, que não se pode tocar ou mostrar para os amigos;
- Podemos dizer que um fabricante de cadeira vende um Item de Consumo Atômico, que envolve a aquisição de novos átomos. São Itens de Consumo Tangíveis, que se pode tocar.
Intangível:
-
que não se pode tanger, tocar, pegar; intocável.
-
2.não perceptível pelo tato; impalpável, incorpóreo.“música de sons etéreos, i.”
Temos, então, duas regras para nos ajudar a pensar o futuro de Itens de Consumo:
Quanto maior foi a capacidade de Codificação de determinado Item de Consumo, mais rápido será o impacto do Mundo Digital naquele mercado e vice-versa;
Quanto menor for a Atomicidade de um Item de Consumo, mais rápido será o impacto do Mundo Digital naquele mercado e vice-versa.
A Administração 2.0 tende a gerar mais impacto, no curto prazo, nos Mercados de Itens de Consumo mais Intangíveis.
Ninguém ainda senta em cima de códigos, pois precisa de uma cadeira, seja ela de que material for.
(Isso não quer dizer que não se possa, mais adiante, inventar cadeiras de códigos.)
Cadeiras precisam ser produzidas em algum lugar e transportadas para chegar na casa dos clientes finais.
O processo de Desatomização
Viveremos nas próximas décadas um esforço de inovação na direção de resolver problemas sempre “Desatomizando” o que for possível nos Itens de Consumo. A Desatomização permite que superemos a barreira de tempo e lugar .
Um curso da Eduzz digitalizado pode ser acessado de qualquer lugar, a qualquer hora. Já uma cadeira nova, terá que ser produzida em algum lugar e enviada para alguém.
Uma cadeira permite que apenas uma pessoa sente sobre ela, já um curso pela Internet pode ser utilizado por várias pessoas.
O Futuro da Indústria, assim, vai na direção da Desatomização dos Itens de Consumo, com diferentes vertentes, sempre procurando reduzir as atuais barreiras de tempo e lugar, através de Codificações.
Vejamos as tendências possíveis, a serem analisadas, a cada caso:
- Produção Descentralizada de Itens de Consumo mais Atomizados – como uma cadeira sendo impressa em impressoras locais;
- Compartilhamento de Itens de Consumo mais Atomizados – com plataformas que permitem compartilhar carros, furadeiras, apartamentos, reduzindo o conceito de Posse de Itens de Consumo mais Atomizados;
- Substituição de Itens de Consumo mais Atomizados por outros não Atomizados, tais como a criação do Teletransporte;
- Eliminação da demanda do Item de Consumo mais Atomizados, tal como mudanças genéticas, que eliminem a necessidade de comida, por exemplo.
Vivemos hoje o processo de “Desatomização de Tudo que for Possível”.
Tal processo visa ganhar agilidade, facilidade, participação, personalização, tudo isso, a um custo menor.
A Desatomização de Tudo que for Possível é um movimento da espécie para promover o Equilíbrio Civilizacional entre a Produção de Itens de Consumo e as novas Demandas Demográficas.
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