O presente artigo se encaixa nos seguintes tópicos no Mapa Mental da Escola Bimodal: e pode ser visto aqui.
“Raramente os gerentes têm consciência da teoria que lhes serve de base.” – Christensen e Raynor.
Diferentes países criam hábitos e Cosmovisões filosóficas distintas. Há algo filosoficamente hegemônico que marca cada povo, de maneira geral.
O Conceitos Americanos, principalmente administrativos e de negócios, aqueles que são exportados, vendidos e influenciam os outros países, têm como base a corrente filosófica denominada de Pragmatismo, que pode ser definido como:
“Iniciada por Charles Sanders Peirce (1839-1914) em 1877-78 e reformulada em 1905, o pragmatismo é um método filosófico cuja máxima sustenta que o significado de um conceito (uma palavra, uma frase, um texto ou um discurso) consiste nas consequências práticas concebíveis de sua aplicação. O Pragmatismo tem sido considerado uma filosofia peculiarmente norte-americana.”
Toda corrente filosófica nova vem se contrapor a outra mais antiga, que é considerada menos adequada ou que carece de revisão, num processo humano contínuo na procura de formas de pensar e agir melhor diante da realidade.
Correntes filosóficas estruturam correntes teóricas, que, por sua vez, dão suporte a correntes metodológicas, que deságuam nas atividades operacionais, num fluxo contínuo de aprendizado e revisão.
Como diz uma das nossas Mestres Epistemológicas Masters, Ayn Rand (1905 – 86), “para sobreviver melhor, é preciso pensar cada vez melhor”.
Muitas vezes, ou quase sempre, uma nova corrente filosófica se massifica e acaba por se radicalizar para fugir da corrente que a precedeu. Isso é comum e ocorreu também com o Pragmatismo.
O Pragmatismo foi criado para se distanciar do que podemos chamar de Teorismo.
Muitos Conceituadores que adotaram o Pragmatismo começaram a ver colegas “viajando na maionese”, desenvolvendo o que acabou sendo chamada tempos depois de “Ciência Pura” (que faz frente à “Ciência Impura” – ou aplicada) e resolveram trazer uma espécie de “fio terra” para a sociedade.
Grosso modo, o Pragmatismo acabou se popularizando como algo que “o que vale mais é a aplicação e não as teorizações”, como se pensar e agir não fossem parte sinérgica do mesmo processo.
O Pragmatismo é a base principal da Cosmovisão Epistemológica Americana. A forma de agir e pensar – que tem funcionado – pode ser resumida da seguinte forma: vamos fazer, ver no que dá, e ir ajustando ao longo do tempo.
Boa parte do sucesso americano, pode ser explicado pela adoção, além do modelo social, político e econômico, da Cosmovisão Epistemológica Pragmática.
Porém, nem tudo que funciona para a gripe, resolve também o problema de unha encravada!
É o uso inadequado da Cosmovisão Epistemológica Pragmática um dos principais responsáveis pela falsa Dicotomia Tóxica entre Teoria e Prática.
Teorias, apesar dos críticos de plantão, é o conjunto de reflexões e conceituações, que precede Atividades Operacionais, bem resumida na frase abaixo:
“Nada mais prático do que uma boa teoria.” – Kurt Lewin (1890 – 1947).
Note que, na frase de Lewin, a palavra “prática” passa a ser sinônimo de eficácia e não de um contraponto de teoria, pensar sobre determinado assunto.
E aí temos o “x” da questão de muitas Crises Conceituais que estamos vivendo no geral e no Digital, em particular: o que era uma atividade eficaz (pensar, teorizar) passou a ser algo que não é bem visto pela maior parte das pessoas.
Uma coisa é alguém que tem a missão operacional ter uma certa ojeriza quanto às teorizações, mas se vê também o mesmo em quem tem uma missão estratégica, função que é basicamente teórica/abstrata.
Aos poucos a radicalização da Cosmovisão Epistemológica Pragmática Americana criou um certo preconceito em diferentes níveis contra o ato de pensar, de forma mais consistente, gerando Conceitos Mais Tóxicos, pouco afinados com a realidade.
Se deixou de utilizar o grande cabedal conceitual que os epistemólogos, inclusive americanos, nos legaram, ferramental fundamental para que possamos pensar de forma mais alinhada com os fatos.
As pessoas passaram a acreditar que ter um “grande insight” é o suficiente para se chegar a inúmeras conclusões e não apenas um primeiro passo numa longa jornada em direção à conceituação e à narração.
Identificamos vários problemas na produção de conceitos, muitos deles motivados pelo Pragmatismo Tóxico – que podemos apresentar na tabela abaixo:
Assim, urge que passemos a entender a Falsa Dicotomia entre Teorismo e Pragmatismo.
Não é uma escolha entre uma e outra, mas a compreensão de qual deve ser a corrente filosófica a ser utilizada a cada momento, pois são complementares.
Não se pode usar a mesma chave de fenda conceitual/epistemológica para tentar se apertar diferentes parafusos!
Quem demonstrou claramente esta Falsa Dicotomia, foi nosso querido Epistemólogo Bimodal Master, Thomas Kuhn (1922 – 96).
Kuhn sugeriu que deveríamos adotar distintas de Estratégias de Pensamento, CONFORME O PROBLEMA que temos pela frente.
Problemas desconhecidos, novos, como é o caso do Digital, por exemplo, sem ainda as devidas explicações teóricas consistentes, devem optar por uma Estratégia de Pensamento Extraordinária (estou adaptando aqui o que ele disse). Rever Teorias (com novos Valores e Paradigmas) para se voltar para o operacional depois.
Problemas conhecidos, novos, como é o caso de vários fenômenos cotidianos já com as devidas explicações teóricas consistentes, deve optar por uma Estratégia de Pensamento Normal (estou adaptando aqui o que ele disse). Optando por resolver os desafios dentro do próprio processo operacional (com os mesmos Valores e Paradigmas, que continuam válidos).
Kuhn, na verdade, sugere que se use o Pragmatismo (Método Indutivo – do operacional para as teorias) para o conhecido e o Teorismo (Método Dedutivo – das teorias para o operacional) para o Desconhecido.
Quando temos o uso inadequado da Estratégia de Pensamento para determinado problema temos a toxicidade de um ou do outro método.
- Quando usamos o Pragmatismo em problemas desconhecidos, temos o aumento da Taxa do Pragmatismo Tóxico.
- Quando usamos o Teorismo em problemas conhecidos, temos o aumento da Taxa do Teorismo Tóxico.
O que está ocorrendo no mercado hoje é uma forte influência do Pragmatismo Tóxico – forma como os americanos estão acostumados a pensar o mundo e os fenômenos, não revendo os Valores e Paradigmas.
(Fato é que se analisarmos situações similares na história diante de Mudanças DREDS – Disruptivas, Rápidas, Estruturais, Desconhecidas e Sociais, teremos algo similar, independente das correntes filosóficas praticadas.)
O que ocorre é que, diante de um Fenômeno Inusitado como o Digital, é preciso sair do Pragmatismo (Indução) e caminhar para o Teorismo (Dedução).
Não basta apenas analisar os fatos do Mundo Digital, é preciso rever os Padrões Conceituais Existentes para depois reanalisar, decidir e operar diante dos fatos com um olhar COMPLETAMENTE diferente.
É preciso entender, por exemplo, que as Revoluções Midiáticas são recorrentes. E é na Comparação Histórica de outros fenômenos similares, que nos permitirá chegar aos respectivos padrões e, a partir daí, passar a decidir e agir de forma mais reflexiva.
Para confirmar essa grande Crise Conceitual diante do Digital, que estamos vivendo, podemos observar que TODOS os empreendimentos que estão funcionando neste novo Ambiente Competitivo começaram do zero.
Para confirmar essa grande Crise Conceitual, que estamos vivendo, podemos observar que as Organizações Tradicionais, por falta de clareza do que de fato está ocorrendo, estão com Baixa Taxa de Competitividade.
Mostre-me apenas uma Organização Tradicional que promoveu a tal “Transformação Digital” e já está liderando qualquer Mercado Digital e você vai ganhar um milhão de dólares!
Os Conceituadores Americanos de Plantão, que falam o tempo todo de “Transformação Digital” – que é uma ótima hashtag e um péssimo conceito – não consegue ter uma Narrativa Explicativa mais consistente que consiga transformar bons conceitos em boas decisões.
Por causa dessa Crise Conceitual Americana, a Bimodais resolveu basear o DNA Conceitual da sua Narrativa sobre o Digital nos canadenses (Escola de Pensamento de Toronto), que, para entender as Revoluções Midiáticas (do passado e a do presente), não tiveram nenhum preconceito de fazer uma análise história.
Só com um Comparativo Conceitual Histórico é possível identificar os Padrões das Mudanças, que estamos passando neste novo século.
(Os americanos que conseguem – pode ser que existam – superar a tal Crise Conceitual diante do Digital (também chamada de Anomalia Conceitual), infelizmente, não têm feito sucesso fora do país e se disseminado pelo mundo, não chegando ao Brasil.)
Apesar de conseguirem criar projetos espetaculares usando o Digital, não resta a menor dúvida sobre isso, os Conceituadores Americanos de Sucesso estão, ao invés de reduzir a Crise Conceitual diante do Digital agravando ainda mais.
Líderes de todos os mundo têm apostado todas as suas fichas em Teorias sobre o Digital, que estão usando o Método de Pensamento Inadequado diante de um fenômeno desconhecido!
A Cosmovisão Epistemológica Pragmática Americana é a base que estrutura FORTEMENTE o Mercado de Conceitos, não só no mundo, mas também no Brasil. E é justamente essa base que pratica o Pragmatismo, quando deveria, em função do Fenômeno Desconhecido do Digital, se utilizar do Teorismo.
A verdade é dura, mas precisa ser dita: os Conceituadores Americanos de Sucesso, ao invés de desintoxicar, estão intoxicando o mundo com uma visão equivocada sobre o digital, impedindo que as pessoas consigam enxergar o que realmente está ocorrendo e tomar decisões melhores!
As bases conceituais que estruturam o senso comum da chamada “Transformação Digital” tem sido vendidas e consumidas, mas isso não tem levado às Organizações Tradicionais a aumentar a Taxa de Competitividade.
E não existe nada pior para agravar uma Crise Conceitual, quando os Conceituadores de Plantão – referências do Mercado de Conceitos – ao invés de trazer luz, vendem escuridão.
É isso, que dizes?
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GRIFOS EM NEGRITO: CONCEITOS BIMODAIS
GRIFOS EM NEGRITO E AZUL: NOVOS CONCEITOS BIMODAIS (MARCO A COR SÓ NA PRIMEIRA VEZ QUE APARECE, DEPOIS FICA EM NEGRITO)
PALAVRAS EM CAIXA ALTA E NEGRITO: CHAMANDO A ATENÇÃO DO LEITOR PARA ALGO ESPECÍFICO, DO TIPO OBRIGATORIAMENTE.
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