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“É impossível estabelecer um diálogo racional com alguém a respeito de crenças e conceitos que não foram adquiridos por meio da razão.” – Carlos Ruiz Zafón.
Diálogo Conceitual é um Ambiente de Interação, no qual narrativas são trocadas (onde se inclui o intercâmbio de conceitos) entre dois ou mais indivíduos.
O Diálogo Conceitual é diferente de um bate papo. Já que no bate papo NÃO há uma demanda por Interações Conceituais, não se pretende conversar sobre Narrativas e Conceitos, mas apenas “jogar conversa fora sobre trivialidades da vida”.
O Diálogo Conceitual é também diferente de um debate. Já que em um debate NÃO há uma demanda por Interações Conceituais, são posições claramente distintas, quando se pretende convencer a terceiros.
Assim, Diálogos Conceituais visam o aperfeiçoamento das Narrativas Conceituais dos respectivos Dialogadores.
Podemos dizer que podemos criar e participar de Diálogos Conceituais Mais ou Menos Produtivos em diferentes aspectos: na forma e no conteúdo.
Na forma de um Diálogo Conceitual, temos a Codificação e a Decodificação da Narrativa Conceitual – esforço que é feito de transmissão e recepção das narrativas.
No conteúdo de um Diálogo Conceitual temos a Aceitação ou Negação, em parte ou no todo, da Narrativa Conceitual.
O objetivo de um Diálogo Conceitual de Qualidade, entretanto, visa sempre aumentar a Taxa de Produtividade e reduzir a da Improdutividade para que todos possam melhorar as respectivas Narrativas Conceituais Pessoais.
Para que tenhamos um Diálogo Mais Produtivo, entretanto, é necessário que se desenvolva, de forma mais consciente possível, uma Metodologia Eficaz do Diálogo Conceitual.
Da mesma forma que pensar não é algo natural para o Sapiens – e temos que criar uma progressiva Metodologia de Reflexão Conceitual – dialogar também demanda um método cada vez mais eficaz para que se aumente a Taxa da Qualidades das Narrativas.
É da qualidade das Metodologias de Reflexão e dos Diálogos Conceituais, que temos a melhoria da Taxa da Qualidade de Decisões e, por sua vez, da qualidade de vida.
Muitas vezes, em palestras, salas de aula, ou mesmo em conversas informais, que acabam descambando para Diálogos Conceituais, deve haver uma preocupação com determinadas regras e etapas para que se possa aumentar a Taxa de Eficácia do Diálogo.
Dialogar, portanto, não é algo natural. É uma estrutural atividade humana, que precisa ser permanente aprimorada.
Vejamos as diferentes etapas de um Diálogo Conceitual Mais Eficaz.
A primeira etapa para que tenhamos um Diálogo Mais Produtivo é analisar, antes de tudo, se as condições prévias são adequadas para que ele se inicie e prospere. Bem como, se há disposição de todos para o aprendizado no Ambiente de Diálogo, que será criado.
Assim, uma metodologia que visa promover Diálogos Mais Eficazes precisa estabelecer um Patamar Mínimo de Respeito entre os Dialogadores, no qual os envolvidos consideram que podem melhorar algo nas respectivas Narrativas Conceituais, a partir de determinado Ambiente de Diálogo.
Se os Dialogadores não respeitam o Ambiente de Diálogo que será criado, dificilmente haverá algum aprendizado no mesmo.
Uma metodologia que visa promover Diálogos Mais Eficazes precisa que os participantes considerem que vão ensinar e aprender algo em determinado Ambiente de Diálogo.
Sem uma Taxa de Respeito dos Participantes pelo outros Dialogadores, a chance de um Diálogo Conceitual ser produtivo é pequena.
Passada a etapa da Análise das condições Prévias para um Diálogo Conceitual, na qual um ou mais pessoas querem aprender algo num determinado Ambiente de Diálogo que foi criado, se inicia a Narração Inicial.
A Narração Inicial feita por um dos Dialogadores, que apresenta determinada narrativa sobre determinado tema.
Feita a exposição da Narrativa Inicial, o segundo passo para se criar um Diálogo Conceitual Mais Eficaz é um Alinhamento de Compreensão entre o Narração Inicial e a compreensão da audiência.
É preciso, na etapa do Alinhamento de Compreensão, que os ouvintes procurem tirar dúvidas com o Narrador Inicial para que se possa dirimir as dúvidas da codificação.
Muitas vezes, há inicialmente um gap (espaço) entre o que foi dito na Narrativa Inicial e o que o Narrador Inicial realmente pensa sobre determinado tema.
E também um gap (espaço) entre o que foi dito na Narrativa Inicial e o que a audiência no geral, ou alguém no particular entendeu.
Num Diálogo Conceitual Mais Eficaz é preciso, antes de se entrar no diálogo sobre conteúdo, esgotar a dificuldade que todos temos no processo de codificação e decodificação dos argumentos: “Todo mundo entendeu realmente o que foi exposto?”
Nem sempre o que é dito é aquilo que expressa REALMENTE aquilo que cada um pensa. Codificar Narrativas e Conceitos é algo complexo e exige muito esforço para que haja um alinhamento na Decodificação.
Há, muitas vezes, um problema de forma (codificação) daquilo que foi dito pelo Narrador Inicial em um Diálogo Conceitual, que se for dito de outra maneira pode ficar mais claro para o entendimento geral ou particular de alguém.
O Narrador Inicial pode não ter se expressado bem ou não ter sido compreendido.
Nesta etapa, vai se procurar alinhar, o máximo possível, a compreensão dos Dialogadores para minimizar os Erros de Interpretação da Narrativa e mesmo a dificuldade do Narrador Inicial em transformar a sua forma de pensar em narração.
Algo como: “Deixa eu ver se entendi seu VERDADEIRO ponto de vista, aquilo que você REALMENTE pensa sobre esta questão”.
Há nesta etapa do Alinhamento de Compreensão um processo, assim, de Afinamento da Compreensão.
Por outro lado, é preciso também que o Narrador Inicial se certifique que os Dialogadores, que levantaram questões possam detalhar o que, de fato, compreenderam: “Diga com as suas palavras, aquilo que você entendeu o que eu disse.”
No Afinamento da Compreensão se procura esgotar os Ruídos de Compreensão Conceitual, ficando o mais transparente possível o que se disse e o que se compreendeu.
Esgotado o Alinhamento de Compreensão, passamos para a terceira etapa, que é o Alinhamento das Discordâncias.
Superado possíveis Ruídos de Compreensão Conceitual, podemos analisar agora as possíveis discordâncias, através do que podemos chamar de Contra-Narrativa, no qual um ou mais Dialogadores questionará os argumentos que foram apresentados.
Muitas vezes, na etapa de Alinhamento de Discordâncias, quem questiona a Narrativa Inicial também tem dificuldade de codificar o seu questionamento e isso precisa ser trabalhado para que se separe Falsas Discordâncias de Discordâncias Verdadeiras.
Vai se procurar fazer um esforço para transformar Discordâncias em Concordâncias e, quando isso não é possível, é importante identificar qual é a Natureza da Discordância.
Por fim, temos a última etapa que pode ser feita no próprio Ambiente do Diálogo, com cada um apresentando a Síntese do Aprendizado – o que de fato aquele Diálogo Conceitual agregou?
Por fim, há o trabalho individual de cada pessoa, ao incorporar a Síntese do Aprendizado à sua própria Narrativa (diário de bordo), a partir do que foi aprendido no diálogo, que participou.
Diálogos Conceituais de Excelência pedem uma Metodologia de Diálogos Conceituais Eficaz.
É da qualidade da Metodologia de Diálogos Conceituais, que poderemos tirar o máximo das interações humanas, que visam a troca de narrativas e conceitos.
Segue a última versão da tabela, na qual apresentamos a Metodologia Bimodal para Diálogos mais Eficazes:
É isso, que dizes?
Colaboraram os seguinte Bimodais:
Átila Pessoa, Rodrigo Palhano, Flexa Ribeiro e Fernanda Pompeu.
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GRIFOS EM NEGRITO: CONCEITOS BIMODAIS
GRIFOS EM NEGRITO E AZUL: NOVOS CONCEITOS BIMODAIS CRIADOS NO MÊS DE MAIO (MARCO A COR SÓ NA PRIMEIRA VEZ QUE APARECE, DEPOIS FICA EM NEGRITO)
PALAVRAS EM CAIXA ALTA E NEGRITO: CHAMANDO A ATENÇÃO DO LEITOR PARA ALGO ESPECÍFICO, DO TIPO OBRIGATORIAMENTE.
Os parágrafos que estão deslocados à direita foram usados para divulgação do artigo nas Mídias Digitais.
Os parágrafos que estão deslocados duas vezes à direita foram selecionados com as melhores frases do mês.
Este foi o melhor artigo que li sobre a Arte do Diálogo Conceitual. Sem entender essas bases metodológicas para a construção de diálogos fazedores de sentido, de aprendizagem, de afirmação ou negação de hipóteses, não é possível construir diálogos que beneficiem os atores envolvidos.
Penso que o nosso país vive ultimamente esse tremenda crise de diálogo – cada pessoa fechada em suas “bolhas” políticas, religiosas… “tóxicas” – porque ainda não tem consciência reflexiva do poder revolucionário que a Dialética Conceitual Bimodal pode provocar na vida da gente.
Parabéns Nepô!!