“O futuro não é a soma de ideias, mas a multiplicação de possibilidades.” – Luc de Brabandere.
O pessoal anda preocupado – com razão – com o excesso de centralização das Plataformas Curadoras (Facebook, Uber e Youtube, entre outras), mas isso vai passar.
As Plataformas Curadoras, no atual momento, funcionam da seguinte maneira: a plataforma é centralizada, mas o controle do acervo é descentralizado (se comparado ao passado).
Porém, temos uma crise filosófica das Plataformas Curadoras. Elas estão no meio do caminho, pois querem, de alguma forma, controlar o acervo e não deixar os usuários mandarem completamente.
Lembra o que Brabandere no livro “O lado Oculto das mudanças” chamou de dificuldade de desapego do antigo modelo. Os navios a vapor passaram décadas com mastros e velas, com medo do novo motor quebrar.
A grande crise filosófica organizacional que vivemos hoje está na forma de como será feito o controle de qualidade: meio ainda centralizado como antes ou totalmente distribuído, como já é possível?
Uma Plataforma Curadora, do ponto de vista filosófico, pode extinguir a conta do presidente dos EUA por critérios políticos?
Na verdade, o que estamos assistindo é claramente uma mudança tecnológica, mas com um forte impasse filosófico: se quer continuar controlando usuários que não querem mais ser controlados.
Os valores, paradigmas e hábitos e administrativos atuais foram criados dentro de um ambiente de comando e controle que ficou obsoleto.
Hoje, temos novas opções (tecnológicas e ideológicas) de comando e controle que demandam uma nova filosofia administrativa.
Saímos do controle da qualidade do “quem manda no acervo sou eu” para o “quem manda no acervo é o consumidor, via regras e algoritmos” definidas por alguém, que não deve ser meter mais do que isso.
E aí temos BigProblem. As Plataformas Curadoras hoje PODEM controlar o acervo, se quiserem. E isso dá a elas um poder muito grande sobre a vida de muita gente.
Quando elas – apesar de venderem a ideia de liberdade – passam a se meter aonde não deveriam criam a chamada demanda futura por mudanças do modelo.
Há hoje uma demanda cada vez mais latente por um modelo de Plataformas Curadoras, que, mesmo que queiram, não possam alterar ou se meter no conteúdo que está no acervo.
Já há uma demanda latente, mesmo que não consciente, pela Blockchenização, não mais apenas da moeda, mas dos serviços uberizados que são oferecidos hoje no mercado.
A Blockchenização da Uberização será a passagem de Plataformas Centralizadas para Descentralizadas, nas quais será IMPOSSÍVEL um centro poder se intrometer no que foi colocado no acervo.
A Revolução Midiática Digital, assim, será marcada por três etapas: a Digitalização, a Uberização e agora a Blockchenização.
A Blockchenização da Uberização é a disrupção da disrupção e mudará profundamente a Civilização ao longo das próximas décadas.
Veremos, na sequência, com forte adesão dos consumidores, o surgimento de Facechains, Uberchains e Youtubechains.
A nova fase da Revolução Midiática Civilizacional será a lenta, mas consistente e exponencial passagem das Plataformas Curadoras Centralizadas (0u Uberizadas) para as realmente Distribuídas (Blockchenizadas).
O Blockchain, no fundo, é uma pós-Internet dentro da Internet.
O Blockchain dos Serviços criará Ecossistemas, nos quais haverá uma taxa de competição muito maior entre Facechains, Uberchains e Youtubechains.
No Blockchain dos Serviços haverá forte competição entre os diferentes fornecedores de plataformas, que permitirá empreendedores e consumidores terem muito mais liberdade do que hoje.
Existem já alguns projetos pilotos do Blockchain de Serviços, porém o Futurismo (caixa alta) analisa duas coisas: o que se quer e o que já é possível fazer, faltando apenas tempo de maturação para que as duas partes se casem.
É isso, que dizes?
Venha ser um Futurista Bimodal, com a melhor formação sobre o futuro do Brasil. Nós somos a nave Nabucodonosor, aquela mesma que te tira e te deixa fora de Matrix. Bora?