“Raramente os gerentes têm consciência da teoria que lhes serve de base.” – Christensen e Raynor;
É comum se conceituar dois tipos de ciência: a Aplicada e a Pura. Mas isso faz sentido? Não, não faz.
A Ciência foi criada pelo Sapiens para resolver problemas complexos, através do estudo de fenômenos.
Relações inadequadas com fenômenos causam problemas, que precisam ser diagnosticados, tratados e prognosticados.
Todos os fenômenos que geram problemas têm diferentes níveis de reflexão sobre ele, que vão dos mais abstratos (filosóficos e teóricos) aos mais concretos (metodológicos e operacionais).
Não podemos admitir que os estudos filosóficos e teóricos são “puros”, pois é destes estudos que serão definidas as metodologias e as atividades operacionais.
Existem dois grandes problemas na separação entre ciência pura e aplicada.
O conceito “ciência pura” parte da ideia de que teoria e atividades operacionais são “inimigas” e não relacionadas de forma sinergética.
O conceito “ciência pura” facilita um tipo de ciência sem foco, no qual o pesquisador estuda o que ele quer sem se preocupar com os problemas da sociedade.
O conceito “ciência pura” é o cimento que permitiu a criação das torres de marfim, que hoje vemos em boa parte das universidades estatais brasileiras.
É preciso compreender que o estudo dos fenômenos tem diferentes camadas, que se iniciam com questões filosóficas mais abstratas, que dão o norte para tudo que vem depois.
Muitas vezes problemas operacionais ou metodológicos só poderão ser resolvidos se tivermos a capacidade de revisar premissas filosóficas e teóricas construídas bem antes.
A falsa dicotomia Ciência Pura versus Aplicada faz parte da crise civilizacional que vivemos, na qual temos uma baixa taxa de eficácia da capacidade de refletir.
É isso, que dizes?
Saia e fique fora de Matrix. Venha ser um Futurista Bimodal, com a melhor formação sobre o estudo do futuro no Brasil. Nós somos a nave Nabucodonosor, aquela mesma que aparece no filme. 🙂