“Na instabilidade, é preciso separar as mudanças conjunturais das estruturais.” – Miles D. White.
A chegada de uma nova mídia – isso não é novo – é um detonador de um processo de aceleração das mudanças na sociedade.
Uma nova mídia quebra barreiras de interação de tempo e lugar entre as pessoas e isso provoca uma aceleração das mudanças.
O Digital, em particular, é uma mídia que permite mudanças muito rápidas, pois é toda baseada em códigos, que são fáceis de serem alterados.
Além disso, há uma inovação constante nos equipamentos, como o lançamento anual de novos smartphones.
Podemos dizer que houve um radical aumento da taxa de inovação e o que demorava muito tempo para ser alterado, hoje é muito mais acelerado.
Nossas mentes foram preparadas, ao longo das últimas gerações, para viver em um mundo menos mutante do que o atual e há uma necessidade de adaptação, mesmo para os mais jovens.
Quando temos um cenário mais estável, desenvolvemos a capacidade de analisar fatos e utilizamos o método de análise indutivo – observação dos fatos sem revisão dos padrões.
Quando temos um cenário mais instável, desenvolvemos a capacidade de analisar padrões e utilizamos o método de análise dedutivo – revisão dos padrões para, só então, analisar os fatos.
Num cenário mais estável, promovemos, em geral, uma capacidade de alteração de hábitos. Num cenário mais instável, precisamos desenvolver a habilidade da revisão de valores.
Os valores definem, em geral, nossos hábitos. E ambos criam um apego a determinadas condutas, que passam a ser invisíveis e muitas vezes, inacessíveis. Portanto, impossíveis de serem alteradas.
Podemos dizer que os hábitos e valores não foram conscientemente trabalhados e, por causa disso, a pessoa não sabe como começar o processo de mudança.
Vivemos hoje uma alta taxa de Zecapagodismo, na qual hábitos e valores foram criadas de forma exógena (de fora para dentro) e não de maneira endógena (de dentro para fora).
Vivemos hoje uma alta taxa de Massificação das pessoas, na qual as pessoas não optaram por seus hábitos e valores, mas foram deixando “a vida os levar”.
As pessoas, nessa fase final e início de uma nova era civilizacional, são apegadas a valores e hábitos que não foram submetidos a uma lógica interna.
Os processos educacionais futuros terão que resgatar a missão original da filosofia – a contínua procura da felicidade – para que as pessoas possam procurar, de dentro para fora, seus valores.
Muito do que achamos hoje que são valores, são hábitos e muito do que deveriam ser valores simplesmente nunca paramos para pensar sobre eles.
Num mundo mais mutante haverá a necessidade da personalização dos valores, através do resgate do que realmente funcionou no tempo, desde que saímos das cavernas.
Como lidar com um mundo mais mutante? Escolhendo valores estruturais e adotando hábitos flexíveis, sabendo que podem ser alterados conforme as circunstâncias.
É isso, que dizes?
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