Quando falo de Civilização 3.0 tenho referência histórica de três Eras Cognitivas, a partir de três mídias diferentes: gestual (1), oral/escrita (2) e digital (3).
Estou utilizando um termo geral chamado mídia (aquilo que está entre nós e nos permite ser sapiens).
Somos, na verdade Homo Mídia e, por causa disso, Sapiens.
Porém, para falar com mais propriedade sobre mídias, precisamos separar dois elementos fundamentais e estruturantes desse fenômeno:
- canal – o meio pelo qual os códigos transitam;
- linguagem – os códigos que utilizamos.
Várias épocas na macro-história só serão melhor explicadas quando introduzimos o conceito filosófico do Cognitivismo, como um dos principais fatores de alteração da macro-conjuntura de “a” para “b”.
(A frase principal do Cognitivismo é: mudou a mídia, muda a sociedade!)
Por exemplo, antes da escrita impressa (até 1450) x depois da escrita impressa (pós 1450) = sociedade moderna.
As mídias são, assim, a placa-mãe do Sapiens sob a qual rodam a linguagens – os códigos de máquina, que nos permitem produzir o que chamamos de cultura, ou Tecnocultura, para ser mais preciso.
Sobre as linguagens (código de máquina) os filósofos desenvolvem macro-cosmovisões que são o nosso sistema operacional.
E, por fim, temos os “aplicativos sociais”, que rodam dentro dos sistemas operacionais, numa determinada placa-mãe de uma mídia específica.
Assim, com a chegada de nova mídia, iniciamos jornada de revisão do sistema operacional do Sapiens.
Canais e as linguagens se disseminam sem pedir licença, o que não é, assim, algo opcional, mas obrigatório.
É iniciado, como foi feito na Grécia e na Europa Impressa processo de revisão do sistema operacional (filosófico).
O objetivo é o de alinhar tudo que acumulamos de conhecimento do sistema operacional passado à nova placa mãe.
É o que vai estruturar as bases da nova Civilização, que surge com o digital, no que podemos chamar de passagem da Civilização 2.0 para a 3.0.
Porém, ando com uma uma dúvida aí sobre este número civilizacional. Seria a 3.0 ou apenas a 2.0, numa mudança profunda e radical, a maior de todas até agora?
É o que vou tratar neste post.