O Sapiens não lida com problemas diretamente.
Sempre há alguma metodologia, por mais rústica que seja, para fazer a intermediação entre problema e solução.
Metodologias, é bom lembrar, não caem do céu. São desenvolvidas por alguém, num determinado contexto, no qual os problemas tem algumas características específicas, que podem mudar.
Problemas se alteram em diferentes contextos: na qualidade ou na quantidade, o que obriga ajustes nas metodologias, mesmo que se demore mais tempo.
O problema que a prática contínua de uso de determinada metodologia faz com que a identidade da pessoa que a utilize passe, aos poucos, a se confundir com ela.
E aí podemos ter crise aguda de metodologia tóxica.
A pessoa passa a ser defensor intransigente daquele método, como se fosse eterno, único, como se o contexto dos problemas não se alterassem.
Metodologias ficam obsoletas e pessoas que as abraçam como se fosse filosofia de vida ficam obsoletas também!
Isso é o que podemos chamar de dogmatismo: pessoa confunde metodologia com filosofia de vida!
Podemos dizer que pessoa dogmática é aquela que cristalizou, por vários motivos, determinada metodologia como se fosse a sua própria identidade e valores.
Não é mais capaz de rever a eficácia da metodologia, pois ela se tornou parte integrante da sua identidade, a única forma possível de resolver determinado problema.
Digamos que um condutor de carruagem era alguém que usava uma metodologia de transporte, que ficou obsoleta.
Ele não era condutor de carruagem, mas agente facilitador de mobilidade urbana, que poderia ter migrado para outro tipo de veículo, quando surgiu.
Metodólogos tóxicos são defensores de métodos inflexíveis como se aquilo fosse um valor filosófico fundamental e não algo a ser avaliado a cada momento em função de seus resultados.
Cada macaco fica completamente fora do seu galho e começam a cair lá de cima.
Falarei mais disso por aqui.
É isso, que dizes?