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A expressão de Derrida “não há nada fora do texto” é parecida com a de Nietzsche: “só existe percepção e não realidade”.

Há um ramo na filosofia que resolveu pegar uma estrada do questionamento absoluto, sem descontar a necessidade humana de sobreviver.

O Sapiens precisa, antes de tudo, comer três vezes ao dia, o que lhe dá um fio terra.

O Sapiens não pode tudo, pois precisa todo dia se reabastecer para continuar vivendo.

Se você tira o lado animal do Sapiens e o transforma em alma, a vida se torna muito mais simples mas, ao mesmo tempo, completamente inviável.

Há um ramo na filosofia, do qual se deriva várias teorias, incluindo teorias políticas, que ignora completamente a complexidade.

Quando se diz que “não há nada fora do texto”, como diz Derrida, podemos dizer que “há a sobrevivência”, que cria o texto para se viabilizar.

O texto tem uma função.

Há explicações que justificam determinadas atitudes, quando vistas sob o ponto de vista da complexidade.

Se você tira da análise filosófica a demanda de sobrevivência do Sapiens, muito do que fazemos por necessidade fica incompreensível.

Quando Nietzsche afirma que só temos percepção, podemos dizer que se fôssemos só alma faria sentido, mas se há demanda por comida, há uma realidade objetiva: não comeu, morreu!

Podemos dizer, assim, que existe sim realidade, que nos obriga a reciclar energia. E quanto mais gente no mundo, mais energia terá que ser produzida.

Ignorar o aspecto corpo no Sapiens, que precisa de energia (produtos e serviços) para sobreviver é ramo da filosofia que tem alguma validade no campo das artes, mas não na ciência.

A ciência é o espaço dedicado ao estudo prático da vida para que o ser humano possa viver, da melhor forma possível, dentro de complexidade demográfica específica.

O questionamento absoluto de tudo na sociedade, desconstrutivo, sem ressalvas é campo filosófico útil às artes, mas não à ciência e muito menos à política.

Filosofias desconstrutivistas fantasiam um Sapiens só com alma, para o qual produtos e serviços caem como pingos de chuva ao cair da tarde.

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