A grande novidade do meu novo livro “Administração 3.0 – por que e como uberizar uma organização tradicional”, que sai em novembro, pela AltaBooks, é a constatação de que os Ubers não são novo modelo de negócio, mas administrativo.
Vejamos como chegamos a tal diagnóstico.
O século XXI traz a nova linguagem digital, que possibilita modelo diferente de controle de processos, pessoas, produtos e serviços – inaugurando a Curadoria – novo modelo administrativo disruptivo do Sapiens.
O primeiro passo para qualquer administrador inteligente é admitir, diante das evidentes evidências, de que temos na sociedade dois ambientes administrativos distintos, incompatíveis e concorrentes entre si.
São eles:
- A Curadoria – não tem gerente, funcionário, carro, quarto, estúdio. Não produz nada, cria apenas ambiente digital para que trocas entre fornecedores e consumidores sejam possíveis – é modelo mais descentralizado, horizontal e compatível com nova complexidade e forma de pensar e agir da juventude;
- A Gestão – tem gerente, funcionário, carro, quarto, estúdio. Produz tudo e se encarrega diretamente da qualidade das trocas – é modelo mais centralizado, mais vertical, incompatível com a nova complexidade e com forma de pensar e agir da garotada.
A partir desta constatação, de que temos dois modelos administrativos incompatíveis e concorrentes, estaremos com mais possibilidade de fazer escolhas e tomar decisões competitivas de forma mais inteligentes.
É preciso, de alguma forma, fazer algum prognóstico sobre o futuro da Curadoria.
Será apenas periférica ou hegemônica? Em que setores tenderá a entrar? Qual entrará primeiro? O seu setor está ameaçado? De que maneira? Quando teremos uma uberização no seu setor? O que fazer para migrar de um para outro modelos administrativo?
Vê-se muito esforço das organizações para acompanhar o futuro disruptivo com inovação.
Mas a pergunta que não quer calar é:
“Os projetos de inovação em curso estão aumentando ou reduzindo taxa de competitividade?”.
Vivemos tempos estranhos e disruptivos, o que era considerado normal ontem não é mais hoje. É preciso ter coragem para jogar ao mar nossas antigas certezas.
Ao se falar em competitividade, por exemplo, temos que colocar a questão da Curadoria no primeiro plano, tanto como risco como oportunidade.
Quem não encarar tal cenário de forma mais consistente e ajustar a bússola estratégica em direção a Futuro Curador, arrisca a fazer inovação pela inovação, sem foco estratégico.
É o que podemos chamar de Inovação Eunuca: aquela em que se gasta muito, mas não se melhora em nada a taxa de competitividade.
Do jeito que vai a Burrice Competitiva por aí, vai ter muita gente ganhando prêmio de inovação na sexta e fechando as portas na segunda!
É isso, que dizes?
Este texto em áudio: