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Mentalidade – conjunto de manifestações de ordem mental, crenças, maneira de pensar, disposições psíquicas e morais,  que caracterizam uma coletividade.

As tecnologias de trocas definem o modelo da mentalidade de cada Era Civilizacional, principalmente da forma como a sociedade se organiza.

Se olharmos para o passado, podemos imaginar que um mundo de analfabetos, sem a disseminação da escrita, nos levou à dependência maior de  determinado centro.

A República não existiria sem a escrita impressa, que permitiu superar à monarquia absoluta, com mentalidade mais aberta de controle do centro para as pontas.

Tivemos ali duas mentalidades em transição na forma de organização da sociedade: uma mais controlada, a partir do centro e outra com maior empoderamento das pontas.

Quanto mais às pontas são capazes de decidir, em função das tecnologias de trocas, maior é a possibilidade de descentralizar e vice-versa.

Hoje, vivemos algo similar.

As organizações 2.0 foram filhas, pela ordem, da oralidade, da escrita manuscrita, impressa e meios eletrônicos.

As organizações produtivas eram e ainda são responsáveis pelos produtos e serviços.

Têm mentalidade intermediadora entre o produto/serviço e o cliente. Definem o que consideram “de qualidade” e “aceitável”. E a isso chamamos “filosofia” de cada organização.

Tal mentalidade estava imersa nos limites das tecnologias de trocas pré-digitais.

As novas organizações 3.0, tais como o Uber, AirBnb, Mercado Livre, já são filhas da novíssima linguagem dos cliques e demandam nova mentalidade organizacional.

A organização 3.0 – e respectiva mentalidade – não é mais responsável pelo serviço e produto, mas pela interação entre os clientes e fornecedores.

É um novo papel. Uma nova mentalidade.

Há, antes de tudo, nesta “uberização da mentalidade”,  mudança grande de paradigma na prática do controle exercido.

Há transferência para as pontas dos critérios do que é “de qualidade” e “aceitável”.

Uma organização 3.0 não define, assim, pelo usuário, mas cria ambiente tecnológico para que ele possa resolver por ele mesmo a melhor forma de resolver cada demanda, a partir da sua diversidade.

Há nítida, difícil e necessária mudança de mentalidade.

Hoje, se exerce controle, a partir de filosofia organizacional 2.0 e este é o principal desafio a ser superado, pois é algo profundamente arraigado no emocional das pessoas.

O centro definia quase tudo
Agora, às pontas definem quase tudo.

A mentalidade 3.0 exige, em curto espaço de tempo, essa passagem difícil e dolorosa.

Há nítida perda de poder e controle, que se distribui para as pontas para ganhar escala, reduzir custos e lidar melhor com a complexidade demográfica progressiva.

Este é o ponto de partida para que se possa uberizar uma organização tradicional.

E deve ser tratado com bastante atenção, métodos de adaptação, pois a tendência para tentar, o tempo todo, voltar à antiga mentalidade é naturalmente recorrente.

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