Há um esforço das organizações para tentar conversar com o novo consumidor. Isso pode ser visto, desde a escola até as maiores empresa do mercado.
Há um problema de paradigma grande aí.
As organizações têm a ilusão que é a Internet que vai entrar na organização. Isso é falso. É justamente o contrário. A Internet tem o poder de criar novo modelo de organização que é incompatível com o atual.
Como disse McLuhan o meio é a mensagem.
As linguagens e todo o aparato que construímos para poder usá-las definem o modelo das organizações.
As atuais organizações foram criadas em função de mudanças tecnológicas e de linguagens do passado.
E agora, como vivemos uma nova Revolução Cognitiva (chegada de novas tecnologias de informação e comunicação e uma nova linguagem) estamos criando um novo modelo de organizações.
O que viemos em momentos como estes é a criação de dois mundos em paralelo.
- Um, do lado de dentro, entrando em obsolescência, que pratica o modelo de administração/comunicação que vai chegar ao fim.
- E outro do lado de fora, que podemos falar das empresas uberizadas, que já praticam um novo modelo de administração/comunicação.
Vejamos.
- As atuais organizações, escola inclusive, se estruturam em torno do seguinte aparato de mídia/linguagem: tecnologias de informação e comunicação da palavra escrita e oral, presencial ou a distância.
- As novas organizações colocam a escrita oral e a distância num segundo plano e passam a se utilizar, como eixo central, do novo aparato de administração/comunicação baseado nos cliques.
As decisões passam a ser tomadas pelos cliques, que nos levam a um novo modelo de topologia administrativa.
Cliques, um modelo de espécies mais numerosas, como as formigas, não precisam de líderes-alfas para tomar decisões.
A nova linguagem dos Cliques permite que consumidores possam participar de forma muito mais ativa nas decisões.
Eles não pedem para que decidam a seu favor, eles decidem naquilo que acham que lhes interessa.
Assim, é preciso criar ambientes de passagem entre o velho e o novo para que a ruptura não seja traumática, pois não se trata de dois modelos incrementais e sequenciais, mas disruptivos, pois são estruturados em duas linguagens diferentes.
Podemos dizer, até, que para dois Sapiens distintos.
É isso, que dizes?