Nenhuma espécie humana, mesmo as não sociais, precisamo de algum tipo de modelo de administração.
Entende-se modelo de administração como a metodologia para conseguir sobreviver. Isso implica: gastar energia e repor com alimentos, enfrentando as intempéries do tempo e inimigos naturais.
Não existe espécie viva que não tenha as suas regras de sobrevivência, o que podemos chamar de modelo de administração.
Todas as espécies que vivem neste planeta, tirando o Sapiens, têm um modelo de administração, encapsulado na genética. É, portanto, instintivo com baixa capacidade de inovação no curto ou médio prazo.
Mudanças ocorrem por evolução natural, não programada, sempre de forma incremental e NUNCA de forma disruptiva.
O ser humano é a única espécie animal, social, mamífera, que tem modelo de administração mutante.
O modelo de administração do Sapiens é resultado dos aparatos tecnológico que temos disponíveis (principalmente as tecnologias de comunicação e informação) e nossa capacidade cultural de utilizá-los para melhorar nossas vidas.
Assim, nunca poderemos viver sem administração, porém podemos mudar de modelos de administração, quando temos novos aparatos de mídia.
Sempre teremos administradores que serão responsáveis pelas organizações existentes, que serão as responsáveis pelos produtos e serviços.
Há uma fantasia com a chegada da Administração 3.0 de que tudo será feito de forma espontânea.
Os Ubers da vida criam ambiente que estabelece forma mais livre e com novo modelo de intermediação entre fornecedores e consumidores.
Porém, não é um processo desintermediado.
É um processo em que há uma Plataforma que regula as relações, que exige filosofia, teoria, metodologia, tecnologia e aprendizado constante.
Hoje, um administrador sai formado pelas escolas da administração para ser um gestor e não um curador de Ubers.
As pessoas acreditam que basta colocar uma Plataforma Uber para rodar que tudo está resolvido?
Note que o ser humano não é formiga, apesar de começarmos a imitar o seu modelo de comunicação e administração.
O ser humano tem a sua complexidade, que implica honestidade, desonestidade, esforço, tramoia, sinceridade e fingimento.
Numa Plataforma Uber haverá que haver todo um modelo integrado para que a taxa de honestidade, esforço, sinceridade cresçam e a de que a tramoia, a desonestidade e fingimento decresçam.
Isso se dá, através de ajustes constantes e aprendizados na luta entre os honestos e os desonestos e entre a meritocracia versus o oportunismo.
Um Administrador 3.0 tem o papel de uma espécie de “regulado das causas nobres” em que vai procurar gerenciar todas as variantes da Plataforma para que isso ocorra.
Há muito trabalho a ser feito e isso não é algo que cai do céu, mas exige um estudo, como era antes, para aprender o tempo todo sobre cultura humana. E ajustes tecnológicos para coibir nossos defeitos e ampliar nossas virtudes.
É isso, que dizes?