Partimos, assim, do princípio que a melhor economia possível é aquela que uma determinada sociedade toma as melhores decisões para evitar escassez e desperdício. E vice-versa.
Muitos dizem que as pessoas não sabem votar, não sabem escolher seus destino, são incapazes de pensar por conta própria.
Mas toda a espécie é dotada do instinto da sobrevivência, que se liga exatamente e diariamente naquilo que lhe permite viver, de forma mais básica, e depois melhor.
Assim, cada pessoa, desde um bebê que sai da barriga da mãe, até um idoso em estado terminal, sabe a cada momento se está satisfeito com a economia.
Se entendermos economia como a situação da qualidade de sobrevivência de cada pessoa em cada recanto da terra. Cada um é capaz de dizer se tem o suficiente para sobreviver da melhor forma possível.
Quando um bebê chora de fome, procurando o peito da mãe, já está ali exercitando o seu primeiro exercício de economia, denunciando uma escassez temporária, que precisa se rapidamente atendida.
Assim, podemos dizer que as pessoas de maneira geral sentem a economia, mesmo que não a entendam como os especialistas.
Cada pessoa, em cada sociedade, a cada hora do dia, está de alguma forma praticando o exercício de escassez e abundância, desde quando acorda e vai tomar café até quando vai dormir e usar uma pasta para escovar os dentes.
Adam Smith talvez pudesse ter uma metáfora mais exata: ao invés da mão talvez fosse mais exato o umbigo invisível.
A ideia de que as pessoas são incapazes de participar da economia, ou de que a economia é aquilo que o banco central realiza, ou os economistas de plantão, é extremamente falsa.
Cada Sapiens, desde que nasce, até morrer, está todas as horas do dia praticando a sobrevivência, ao produzir e consumir, está lidando com as bases fundamentais da economia: escassez e desperdício.
Assim, qualquer sociedade, cada pessoa, sabe se está indo na direção da melhoria ou da piora na economia local, geral, mundial. De um grupo, de uma empresa, de uma corporação, de um tipo de profissão, de um ramo de negócios.
Qualquer tentativa de acreditar que as pessoas não são preparadas para entender melhoras ou pioras econômicas, é uma fantasia. Todos, a cada dia, sabem dizer como está indo a economia.
Podemo não se reunir para um debate, mas sabem se a coisa vai indo na direção do pior para o melhor, do melhor para o pior, ou se está do mesmo jeito.
Eles tem o seu melhor termômetro: o umbigo, que somado a todos os outros umbigos, satisfeitos ou insatisfeitos, provocam um movimento que podemos chamar de umbigo invisível.
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