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Muita coisa sobre o futuro, inovação, estratégia depende do conceito entre verdade-mentira.
A maior parte dos alunos que entra na minha sala de aula acredita que existe uma verdade lá fora. Procuro demonstrar que pode até existir, mas o ser humano sempre está mentindo sobre ela.
Mentindo por que quer?
Não, mentindo, pois o que temos são mentiras provisórias. Procuramos ter mentiras que nos permitam decidir sobre determinados problemas num determinado tempo e lugar.
Temos a fantasia de que há ali uma verdade, mas é melhor pensar de forma inversa, pois sempre estaremos trabalhando com desconfiança diante dos fatos e percepção, que podem mudar no dia seguinte, a partir de novas interações com a vida.
Quando defendemos a procura da verdade, no fundo, o que estamos dizendo é que devemos aperfeiçoar as nossas mentiras.
E podemos aí começar a pensar de uma forma mais objetiva sobre as mentiras que nos alimentam.
Como uma mentira é desmascarada?
O dito popular de que “mentiras têm pernas curtas” é maravilhoso.
Mentiras ignoram as regras da vida. E, por isso, mentiras cabeludas serão mais cabeludas, quando forem se afastando destas regras.
Cada espécie viva, e isso podemos observar a todo o momento, quer antes de tudo se manter viva e viver da melhor forma possível.
Tudo que vai na direção da sobrevivência tem mais verdade e tudo que vai contra tem mais mentira.
A economia é, por exemplo, um jogo de trocas e de energias entre pessoas, natureza, materiais, outros animais. O mesmo podemos dizer da política e de cada uma das metodologias no mercado.
No longo prazo, o que gera valor, de fato, são todas as ações que apontam em direção à melhoria de vida de um conjunto maior de pessoas.
Uma startup, por exemplo, é uma caçadora das piores mentiras do mercado, para trazer mentiras renovadas.
Nem sempre as práticas que temos respeitam as “regras da vida” e, mais dia menos, dia a vida acaba por mostrar que estamos diante de mentiras mais ou menos cabeludas.
Já disse que existem alguns “postes” nos quais o “carro da verdade” costuma bater:
- fenômenos novos;
- malucos novos;
- tecnologias novas.
Assim, podemos dizer que quem procura a verdade, no fundo, é alguém que quer trazer uma mentira melhor, que esteja fazendo uma releitura das regras da vida.
Muitos dirão que se existem regras da vida, a procura da verdade é a procura das regras da vida. Sim, podemos pensar assim, mas nossa vontade de nos iludir é grande.
Mudanças ocorrem nas regras da vida, principalmente, quando aumentamos a população e inventamos novas filosofias, teorias, metodologias ou tecnologias.
Que as regras da vida se tornam mais difíceis de serem entendidas. Coloque aí a capacidade de um ou outro iludir um ou mais gente. E temos essa eterna busca pela mentira melhor.
Detalho aqui como aplicar o Mentirotômetro, uma forma de melhorar a qualidade das suas mentiras provisórias.
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